O sol tem nascido todos os dias,
o sol nascerá amanhã
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Alguém
pode dizer: "De facto, não podemos deduzir validamente proposições sobre o
futuro de proposições sobre o passado; isso seria uma dedução e nós não a temos
neste caso. Mas os indícios aqui são indutivos: a indução dá-nos
probabilidades, não certezas, mas diz-nos que se as pedras sempre caíram há a
probalidade, não a certeza, de que cairão amanhã." Mas isto, claro, é o
que Hume põe em questão: a aceitabilidade dos argumentos indutivos. Dizer que
há evidência indutiva de que a indução continuará a ser fiável é assumir o que
está em questão:
Dizeis
que uma proposição [sobre o futuro] é uma inferência da outra [sobre o
passado]; mas tendes de admitir que a inferência não é nem intuitiva nem
demonstrativa. Então de que natureza é? Dizer que é experimental é assumir o
que está em questão. Todas as inferências com base na experiência supõem, como
seu fundamento, que o futuro se assemelhará ao passado… É impossível, portanto,
que quaisquer argumentos baseados na experiência possam provar esta semelhança
do passado com o futuro, uma vez que todos estes argumentos se fundam na
suposição dessa semelhança. Admitamos que o curso das coisas tem sido até agora
bastante regular, por si só, sem qualquer novo argumento ou inferência, isso
não prova que no futuro o continuará a ser.
Hume,
“Dúvidas céticas relativas às operações do entendimento” in Tratado da
Natureza Humana
PROBLEMA DA INDUÇÃO
Princípio da Indução – A natureza é
uniforme
Ex: sol
tem nascido todos os dias, o sol nascerá amanhã
Como
justificar este princípio?
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Segundo Hume:
O princípio da indução:
A
crença na uniformidade da natureza justificava-se de forma indutiva afirmando
que se até agora a natureza se tem comportado de determinado modo,
acreditamos que ela se irá comportar sempre do mesmo modo.
Justificar
a indução com um raciocínio indutivo é um argumento falacioso ( petição de
princípio)
A indução não tem justificação racional nem empírica.
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