Segundo a antropóloga Ruth Benedict, sempre que morria um membro da tribo Kwakiutl, do noroeste americano, os familiares enlutados saíam em busca de membros de outras tribos para os matar. Para eles, a morte era uma afronta que devia ser vingada pela morte de outra pessoa. Assim, quando a irmã do chefe da tribo morreu, este matou sete homens e duas crianças de outra tribo que nada tinham a ver com o acontecimento.
Se eu ou você tivéssemos feito tais coisas seríamos considerados assassinos. Matar pessoas inocentes como o fez o chefe dos Kwakiutl é contrário às nossas leis e ao nosso código moral. Contudo, a sua acção não foi contrária às leis ou ao código moral da sua cultura. Segundo os padrões morais da sua sociedade, o que fez é aceitável, porventura obrigatório. Que código moral é correcto? O da cultura a que tu e eu pertencemos ou o código moral da referida tribo? O chefe da tribo Kwakiutl agiu erradamente ao assassinar nove pessoas inocentes por a sua irmã ter morrido?
Os antigos egípcios, gregos e romanos praticavam a escravatura. O mesmo acontecia com os israelitas do Antigo Testamento. Até uma data tão recente como 1860, muitos brancos no sul dos Estados Unidos tinham escravos negros. No passado muitas culturas acreditavam que a escravatura era um prática moralmente aceitável. Hoje quase ninguém aceita tal ideia. Estavam os nossos antepassados errados quando acreditavam na moralidade da escravatura?
Quando os britânicos começaram a ocupar e colonizar a Índia, descobriram horrorizados que os hindus praticavam a queima das viúvas. Quando o marido morria a mulher (ou as mulheres) era pressionada para que aceitasse ser cremada junto com o corpo do marido na pira funerária. Os britânicos acreditavam que essa prática era moralmente inaceitável, desumana. Muitos hindus discordavam completamente. Diferentes culturas, diferentes crenças morais. Será que um conjunto de normas e preceitos morais é errado e o outro correcto?
Diferentes sociedades, diferentes culturas e diferentes indivíduos discordam frequentemente acerca do que é bom e mau, correcto ou incorrecto. É muito difícil pôr as pessoas de acordo sobre questões morais. As disputas muitas vezes parecem intermináveis e insolúveis. Por isso muitas pessoas perguntam: «Há verdade e falsidade em assuntos morais?», «Faz sentido dizer que uma crença moral é correcta e que outra é errada?»
Será a ética relativa? Não há verdades morais objectivas?
Segundo o Relativismo Moral Cultural, é possível falar de verdade em questões morais mas esta teoria nega que haja verdades objectivas e universais. Para o relativismo moral cultural a existência de diversas e opostas concepções sobre o que é certo e errado implica que não há respostas objectivamente verdadeiras ás questões morais. A verdade moral é uma questão de contexto cultural. Que uma acção seja boa ou má depende das normas morais aprovadas na sociedade em que é praticada. Por isso a mesma acção pode ser errada numa sociedade e correcta noutra. A moral é relativa. O relativismo
ResponderEliminarmoral cultural defende que é moralmente correcto o que uma sociedade pensa e acredita ser moralmente correcto.Assim, não podemos dizer que o código moral de uma sociedade é mais verdadeiro ou mais razoável do que o de outra. Fora de um contexto cultural não há práticas boas ou más. Cada sociedade determina o certo e o errado e só pode ser moralmente avaliada segundo o seu próprio código moral. O relativismo moral cultural é a teoria segundo a qual o valor de verdade dos juízos morais é sempre relativo ao que cada sociedade acredita ser verdadeiro ou falso. Moralmente verdadeiro é igual a socialmente aprovado e as convicções da maioria dos membros de uma sociedade são a autoridade suprema em questões morais. O relativismo cultural acerca de assuntos morais afirma que o código moral de cada indivíduo se deve subordinar ao código moral da sociedade em que vive e foi educado. Os juízos morais de cada indivíduo são verdadeiros se estiverem em conformidade com o que a sociedade a que pertence considera verdadeiro.
Há verdades morais, objectivas e absolutas que podem ser colectivas ou individuais dependendo do modelo aceite pelo observador (RMC ou o SM).
ResponderEliminarExistirá verdade e estas serão absolutas? E o que é verdade? Para mim, verdade é a compreensão da minha realidade, daquilo que observo, que pode ou não ser coincidentes com o de outro observador. Diz-se popularmente que há três verdades a minha, a do outro e o que realmente aconteceu, que podem ser todas coincidentes ou não.
E o que é o absoluto? Pleno, perfeito, total, totalitário, íntegro, puro, único…
Segundo o relatisvismo moral cultural é possível falar de questões morais, no entanto as verdades absolutas são negadas.
ResponderEliminarA verdade é a compreensão da realidade, e todos os seres compreendem o seu meio de forma diferente. Esta teoria defende que é moralmente correcto o que uma sociedade pensa e acredita ser moralmente correcto. Os juízos morais de cada indivíduo são verdadeiros se estiverem em conformidade com o que a sociedade a que pertence considera verdadeiro.
O subjectivismo moral também afirma que há verdades morais mas rejeita o RMC porque considera que a verdade é relativa ao indivíduo, às suas crenças, sentimentos e gostos.
Posso assim afirmar que apenas aparentam existir verdades relativas.
A verdade moral é uma questão de contexto cultural. Que uma acção seja boa ou má depende das normas morais aprovadas na sociedade em que é praticada. Por isso a mesma acção pode ser errada numa sociedade e correcta noutra. O relativismo moral cultural defende que é moralmente correcto o que uma sociedade pensa e acredita ser moralmente correcto. Assim, não podemos dizer que o código moral de uma sociedade é mais verdadeiro ou mais razoável do que o de outra. Fora de um contexto cultural não há práticas boas ou más. Cada sociedade determina o certo e o errado e só pode ser moralmente avaliada segundo o seu próprio código moral. Pessoalmente só consigo arranjar uma resposta para saber se as normas morais de uma cultura é correcta ou não ao ponto de ser praticada, várias culturas teriam de avaliar a situação e votar para decidir, mas sendo as culturas diferentes teríamos um beco sem saída? Não necessariamente, há e sempre haverá normas comuns entre culturas, como não matar seja que condição for, apesar de ser aceite em algumas culturas, a maioria rejeitaria essa ideia. Assim chego à conclusão que os juízos morais de cada indivíduo são verdadeiros se estiverem em harmonia com o que a sociedade a que pertence, considera verdadeiro.
ResponderEliminarAssinado: Ruben Guerreiro
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ResponderEliminarEu concordo que a ética é relativa na medida em que, aquilo que é considerado certo ou errado,bem ou mal, o dever e nao dever depende, relativamente ao contexto social e cultural em que nos encontramos inseridos. Por exemplo, no texto assim apresentado, numa determinada cultura de uma tribo se um membro morre o um membro dessa tribo, tem como que a obrigação de matar um outro membro. O
ResponderEliminarOra vendo isto do ponto de vista da cultura e sociedade em que me insiro é inaceitável num entanto na cultura dessas tribos, é uma prárica, que ao que parece é comum, e perfeitamente aceitável.
Quanto a verdades morais objectivas, creio que estas não existem, embora devessem existir
Eu concordo que a ética é relativa, porque não existem definições ou algo do género que sirvam para afirmar que uma acção ou uma norma ou até mesmo um valor é verdadeiro ou falso. Apenas acho que os juízos de valor e as normais, etc etc., variam de sociedade para sociedade, com as diferentes opiniões de cada cultura.
ResponderEliminarRelativamente à segunda questão, acho que não existem verdades morais objectivas, mas sim subjectivas, dependendo de cidadão para cidadão.
Segundo o Relativismo Moral Cultural, é possível falar de verdade em questões morais mas esta teoria nega que haja verdades objectivas e universais.
ResponderEliminarO Relativismo Moral Cultural implica que não há respostas objectivamente verdadeiras às questões morais, uma acção é boa ou má se for aprovada pela sociedade em que é praticada, por isso uma acção pode ser boa numa sociedade e má noutra. Então podemos ver que a moral e a ética (segundo a teoria Relativista Moral Cultural) é relativa.
(mas não quer dizer que uma regra seija mais verdadeira/valida que outra)
Por isso segundo esta teoria não vale a pena dizer que uma acção ou uma ideia é correcta ou errada
Pessoalmente, não acredito na existência de verdades morais objectivas, pois essas variam segundo a mentalidade de cada ser humano. Quanto à ética acredito que seja relativa.
ResponderEliminarO Homem é um ser social não só por viver em comunidade mas sobretudo por realizar a sua "humanidade" através da relação com o OUTRO. Ao longo do processo de socialização interiorizamos normas, valores, modos de sentir e pensar e apropriamo-nos de regras próprias, mas sempre com uma dimensão social que é cultural.
Enquanto sujeito autónomo o indivíduo pode tomar as suas decisões, mas é necessário que se baseie numa cultura. A relação moral com o OUTRO deve ser racionalizada, pois não se rege de interesses sensíveis. A relação ética afirma que o OUTRO é alguém com tanta dignidade e direito ao respeito quanto eu.
O Relativismo ético, é basicamente não sobrepor o meu juízo moral ao dos outros pois não é superior nem inferior, sendo assim não podemos afirmar se uma acção é boa ou má, pois variam de cultura para cultura, posto isto, concordo que a ética é relativa…
ResponderEliminarQuanto à pergunta, de verdades morais objectivas, acho que não existem, pois a moral depende de cada um, daí não existir morais objectivas, pois cada ser tem a sua própria mentalidade.
Na minha opinião a ética é relativa pois as verdades e normas variam de sociedade em sociedade,ou seja para nós aquilo que é considerado éticamente correcto é aquilo que é considerado pela sociedade na qual estamos inseridos.
ResponderEliminarA ética é relativa a cada sociedade pois no que numa sociedade é moralmente correcto numa outra sociedade pode nao ser moralmente correcto, depende sempre dos valores e normas de cada cultura. De acordo com os valores e normas da minha sociedade matar é moralmente incorrecto mas para aquela tribo matar faz parte da sua cultura e tradição desde á muito tempo, por isso é que a ética é relativa.
ResponderEliminarQuanto ás verdades morais objectivas, acho que nao existem pois tudo varia de pessoa para pessoa, da moral de cada um, por isso acho que as verdades morais nao são objectivas mas sim subjectivas.
Sim, na minha opinião a ética é relativa.
ResponderEliminarSegundo a teoria do relativismo moral cultural o valor de verdade dos juízos morais é sempre relativo ao que cada sociedade acredita ser verdadeiro ou falso. Se na tribo referida no texto é correcto matar outra(s) pessoa(s) inocente(s) pela morte de um membro (que neste caso foi a irmã do chefe da tribo) é porque nessa tribo todos acham moralmente correcto matar pessoas inocentes, sendo uma prática correcta e obrigatória.
Já na minha sociedade trata-se precisamente do contrário, se eu matasse alguém inocente por me terem matado alguém próximo, seria considerada uma assassina e estaria a cometer um crime que por sua vez, infringe as minhas leis e o meu código moral.
Relativamente às verdades morais objectivas, penso que não existem, pois vê-se que numa sociedade todos agem de acordo com a sua consciência individual, isto é, um sujeito age de acordo com as orientações da sua consciência, daí a moral de cada individuo ser relativa à sociedade em que reside.
Com isto posso concluir que, existem diferentes sociedades, que por sua vez apresentam diferentes culturas, em que nelas estão inseridos individuos dos quais acreditam e praticam o que na sua sociedade é moralmente correcto de acordo com os seus padrões de orientação.
Alexandra Almeida
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ResponderEliminarEu concordo que a ética é relativa, pois não existe coisa alguma que sirva para afirmar que uma acção é verdadeira ou falsa.
ResponderEliminarPenso que os valores, normas, acções e juízos de valor variam relativamente ao contexto social e cultural em que nos encontramos inseridos no presente e desde o nosso nascimento.
Posto isto vejo que as verdades morais objectivas não existem, as verdades são feitas de sujeito para sujeito, logo existem sim, verdades subjectivas…
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MAlmeida
A ética, ou seja, a reflexão sobre os princípios que regem a constituição das normas orientadoras de acção e os respectivos fundamentos. A ética parte de uma intenção (interior ao indivíduo, no sentido em que deriva da consciência individual e radica na interioridade de um sujeito autónomo, deste modo a ética pode ser considerada relativa, visto que partindo de uma acção individual, pode relativar-se e diferenciar-se de sujeito para sujeito. No entanto, a ética tem como princípio o valor incalculável da vida humana, é um princípio fundamental não só da dimensão ética, mas também do indivíduo de uma sociedade. Deste modo a ética toma uma dimensão individual e social.
ResponderEliminarSerá assim a ética tão relativa?
O campo da ética tem na verdade uma parcela objectiva, na medida em que tem como princípio universal, a dignidade humana.
Eu considero a ética relativa visto cada sociedade ter a sua cultura e a sua diferenciação em tudo o que a caracteriza.
ResponderEliminarNo entanto acho que apesar disso a vida é um valor supremo e mesmo se naquela sociedade matar outro ser humano é normal,aceite e obrigatório cabe a cada individuo fazer o seu juizo de moral e ter o seu padrão de orientação.
Não concordo por exemplo com a pena de morte,um ser humano com os mesmos direitos,deveres e valores que o "outro" não tem o direito de por fim á vida de outro alguém independentemente do caso.O por termo á vida é uma questão realmente
complicada.
Acredito que não existem verdades morais objectivas,as verdades são feitas e variavéis de pessoa para pessoa portanto considero as verdades subjectivas mais correctas.