sábado, 7 de maio de 2011

O problema da Justificação dos juízos estéticos



Picasso

Em que consiste o problema da justificação do juízo estético?
Segundo o objectivismo estético é correcto dizer que este quadro de Picasso é belo porque todas as pessoas assim o consideram?
Para o subjectivismo estético há critérios que permitem justificar a verdade do juízo estético?


Dali
“Com respeito ao agradável cada um resigna-se com o facto de que o seu juízo, que ele funda sobre um sentimento privado e mediante o qual diz de um objecto que este lhe apraz, limita-se também simplesmente à sua pessoa. Por isso de bom grado contenta-se com o facto de que, se ele diz «o vinho espumante das Canárias é agradável», um outro corrige-lhe a expressão e recorda-lhe que deve dizer «ele é-me agradável» (…) Portanto, acerca do agradável vale o princípio: cada um tem o seu próprio gosto (dos sentidos).
Com o belo passa-se de modo totalmente diverso. Seria (precisamente ao contrário) ridículo se alguém que se gabasse do seu gosto pensasse justificar-se com isto: este objecto (o edifício que vemos, o traje que aquele veste, o concerto que ouvimos, o poema que é apresentado a julgamento) é para mim belo. Pois ele não tem que denominá-lo belo se meramente lhe apraz. Muita coisa pode ser atractivo e agrado para si, com isso ninguém se preocupa; se, porém, toma algo por belo, então atribui aos outros o mesmo comprazimento: ele não julga simplesmente por si, mas por qualquer um e neste caso fala da beleza como se ela fosse uma propriedade das coisas.
Por isso diz, a coisa é bela, e nisto conta com a adesão dos outros ao juízo que exprime o seu comprazimento, não porque ele tenha constatado muitas vezes que o juízo deles concordava com o seu, mas porque exige deles uma adesão.
Ora, (…) no juízo de gosto nada é postulado a não ser uma voz universal com vista ao comprazimento sem mediação de conceitos; por conseguinte, a possibilidade de um juízo estético, que ao mesmo tempo possa ser considerado válido para qualquer um. O próprio juízo de gosto não postula o acordo unânime de qualquer um (pois isso só pode fazê-lo um juízo lógico-racional, porque ele pode alegar razões); somente imputa a qualquer um este acordo como um caso de regra, com vista ao qual espera confirmação, não de conceitos mas de adesão dos outros.”
                                                                                      Kant, Crítica da Faculdade de Julgar

Como justifica Kant a universalidade do juízo estético?


8 comentários:

  1. O problema da justificação do juízo estético pergunta se os juízos estéticos são objectivos ou subjectivos.
    Respondendo a segunda pergunta não acho correcto, pois segundo a teoria do objectivismo estético os objectos são belos em virtude das suas propriedades intrínsecas e independentemente do que sentimos quando os observamos. As propriedades intrínsecas dos objectos são independentes dos sentimentos ou das reacções de quem os observa.
    Os objectivistas defendem que quando dizemos que um objecto é belo, o que sentimos não é determinante. Quer o objecto nos agrade ou não, as propriedades que estão na base da beleza existem mesmo nele; nós é que podemos ou não ser sensíveis a tais propriedades.

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  2. 3ªpergunta:
    Sim existem critérios que permitem justificar a verdade do juízo estético.
    O subjectivismo estético é uma teoria que defende que os objectos são belos em virtude do que sentimos quando os percepcionamos. percepcionar um objecto é obter informações dele através dos sentidos. Achar algo bonito ou feio é, segundo esta teoria, uma questão de gostos ou preferências pessoais.
    Na teoria do subjectivismo estético o que está em causa não são as propriedades dos objectos, mas antes os sentimentos que tais objectos despertam em nós. Por isso se diz que são juízos de gosto.
    4ªpergunta:
    Kant não é um objectivista mas afirma a objectividade e universalidade dos juízos estéticos. Para Kant o juízo estético não é uma mera opinião pessoal. O juízo estético não se baseia em inclinações ou interesses e tem validade universal.
    Existe um sentido de gosto comum a todos os homens que permite avaliar da mesma forma os objectos estéticos

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  3. O problema da constituição dos juízos estéticos consiste em saber se os sentimentos e sensações são provocados pelas propriedades ou características que nele se encontram, ou por sua vez ignorando as propriedades intrínsecas do objecto sendo apenas pelos sentimentos em que nos provoca e desperta.

    Segundo a teoria do objectivismo estético, uma obra é bela pois as características do objecto assim o fazem ser, não se interessa pelas avaliações estéticas do público, se alguém tiver uma opinião diferente em relação à obra significa, segundo esta teoria, que não tem capacidade estética de avaliar as características já presentes na obra. Assim a pintura de Picasso é bela porque possui determinados aspectos que nele esta presente que o faça as pessoas apreciarem a obra dessa forma, a beleza da pintura é algo da própria obra e não da opinião das pessoas, isto leva a que a afirmação seja falsa, pois não é considerado as opiniões das pessoas, não é subjectivista.

    Existe distinção entre as duas teorias, o objectivismo estético e o subjectivismo estético, mas no entanto será mais considerável a segunda opção, pois os juízos estéticos subjectivos são a expressão da apreciação dos objectos, esta apreciação é realizada pelo sujeito e não resultante das características próprias do objecto, um bom exemplo é a diferença de opinião entre duas personagens com o mesmo valor critico perante uma obra, se o juízo estético fosse objectivo as opiniões seriam iguais para todos que tivessem a mesma capacidade de avaliar obras de arte o que não é o caso.

    Kant justifica a universalidade do juízo estético com dois tipos de objectos estéticos, sendo eles objectos artísticos e objectos naturais, o primeiro tipo de objecto estético é criado pela mão de obra humana, estes materiais devem ser capazes de despertar sensações e sentimentos que as avaliam como belo ou o oposto, se observarmos o outro tipo de objecto estético nota-se uma diferença fundamental, sendo essa o criador do objecto estético, a natureza é quem produz fazendo com que liberte sensações e sentimentos, assim Kant afirma que só pode ser arte se por sua vez provocar determinadas sensações e sentimentos, tendo como base a atitude estética.

    Ruben Guerreiro nº25

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  4. Juízo estético
    È uma apreciação por parte do sujeito filosófico em relação ao objecto estético em causa. Mas será que a beleza de um objecto depende da pessoa que o aprecia ou a beleza é uma qualidade intrínseca do objecto.
    Para justificar esse problema existem duas teorias que justificam o problema da justificação dos juízos estéticos.
    Subjectivismo estético e objectivismo estético.
    Subjectivismo estético: esta teoria defende que os juízos estéticos podem variar de pessoa para pessoa dependendo da sua sensibilidade de apreciação para a obra de arte em causa.
    Objectivismo estético: esta teoria declara que os juízos estéticos são universais, ou seja que não podem variar de pessoa para pessoa, se alguém não partilhar da mesma opinião da maioria pode significar que não tem a sensibilidade suficiente para apreciar o objecto em causa.

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  5. O problema da justificação dos juízos estéticos consiste em saber se a beleza/belo está nos olhos de quem vê o objecto ou se é característica do objecto. Este problema procura saber o que nos faz ter a chamado “emoção estética”. Existem duas teorias que procuram responder a este problema: o subjectivismo estético e o objectivismo estético.
    Segundo o objectivismo estético, não está correcto dizer que o quadro de Picasso é belo porque todas as pessoas o consideram, mas é belo, sim, porque tem propriedades intrínsecas, cujas são independentes dos sentimentos ou das reacções de quem o observa. Os objectivistas defendem que os nossos sentimentos estéticos são causados por certas características intrínsecas dos objectos.
    O critério que os subjectivistas usam para justificar os juízos estéticos é o seguinte: os objectos são belos em virtude do que sentimos quando os percepcionamos (percepcionar -obter informação dele através dos sentidos), ou seja, a beleza resulta do que sentimos quando observamos as coisas (a beleza está nos olhos de quem a vê).
    Para Kant o juízo estético não é uma opinião pessoal nem se baseia em inclinações sensíveis ou interesses e tem validade universal. Ou seja, os juízos estéticos têm sobre os observados dos objectos um sentido de gosto comum que os permite avaliar de uma mesma forma.
    Kant não é um objectivista, mas defende a objectividade e a universalidade dos juízos estéticos.

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  6. 1) O problema da justificação dos juízos estéticos consiste em saber de que depende a verdade desses juízos. Depende do que sentimos ao observá-los ou de características que estão nos próprios objectos? A esta questão dão resposta duas teorias: o subjectivismo estético e o objectivismo estético.

    2) Não, não é correcto pois segundo o objectivismo estético um objecto é belo ou feio em virtude das propriedades ou características que nele se encontram. A beleza dos objectos não dependem dos sentimentos ou das reacções de quem os observa.

    3) Sim, existem. Segundo o subjectivismo estético um objecto é belo ou feio em virtude de sentirmos prazer ou desprazer ao observá-lo. A beleza ou fealdade dependem não das propriedades intrínsecas do objecto mas dos sentimentos que em nós provoca e desperta.

    4) O juízo estético em Kant não é uma comentário pessoal nem se apoia em interesses mas, pelo contrário tem uma validade universal. Os juízos estéticos têm nos sujeitos um sentido de gosto comum que os permite avaliar de dada forma.
    Kant não apoia o objectivismo, mas é capaz de defender a objectividade e a universalidade dos juízos estéticos.

    --
    MAlmeida

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  7. Para começar a responder precisamos definir 1º o que é um juízo estético.
    Juízo estético é a expressão de apreciação dos objectos em termos de beleza.
    O problema da justificação dos juízos estéticos consiste em se um determinado juízo estético é propriedade do objecto (intrínseco) sendo assim o juízo estético é Universal ou se os juízos estéticos variam do sujeito que contempla o objecto.
    Para responder a este problema temos duas teorias:
    O objectivismo estético e subjectivismo estético
    Para os objectivistas os juízos estéticos são intrínsecos ao objecto, ou seja, um determinado objecto é considerado uma obra de arte pois tem alguma característica nele que o faça reconhecer como obra de arte (tem um valor intrínseco).
    Já para os subjectivistas é um bocado diferente, os juízos estéticos já não são propriedades do objecto, ou seja, um juízo estético varia de sujeito para sujeito. Um objecto é considerado belo (ou não) dependendo de sujeito para sujeito.
    Para responder a este problema vamos ter um filósofo muito importante “ Kant”.
    Kant afirma que por um lado existe subjectivismo mas um juízo estético não é uma mera opinião, o juízo de gosto tem um carácter universal.
    Kant não é objectivistas mas defende a objectividade e universalidade dos juízos estéticos, ou seja, Kant no fundo nem é objectivista nem subjectivista diz que os juízos estéticos tanto podem ser objectivistas como subjectivistas.

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  8. Um juízo estético é a expressão da apreciação dos objectos em termos de beleza. O problema “ Como justificar o juízo estético?” baseia-se em descobrir se os juízos estéticos são inerentes aos objectos ou se dependem do sujeito que os visiona. Ou seja, do que pode ser considerado e o que o torna belo.

    Existem duas teorias que respondem a este problema: o subjectivismo e o objectivismo estético. E ainda a perspectiva de Kant.

    O subjectivismo estético defende que a apreciação resulta do que o observador sente no momento em que o percepciona (obter informação através dos sentidos), que não está em causa as propriedades dos objectos mas sim do sentimento, dos gostos ou das preferências pessoais do sujeito. O único critério é o sentimento que o observador sente na ocasião.

    A outra teoria, o objectivismo estético, afirma que os objectos são belos em função das suas propriedades, ou seja, a beleza é intrínseca às suas propriedades. Defendendo assim que a experiência estética acontece devido às características próprias desses objectos.

    É correcto dizer que este quadro de Picasso é belo, visto que, se todos o acham belo, então, conseguem apreciar as características próprias do objecto, e assim, ter uma experiência estética. No entanto, segundo o objectivismo estético, se algum sujeito não o considerar belo, isso apenas significaria que esse sujeito fez juízos errados sobre a obra, partindo de uma deficiente percepção do quadro.

    A perspectiva de Kant consiste na universalidade. Ele defende-o afirmando que o juízo estético não é uma opinião pessoal, que não se baseia em inclinações ou interesses, visto que, existem objectos pelos quais se sente afecto e que, no entanto, não podem ser considerados belos. Kant afirma então que existe um sentido de gosto comum ao Homem que lhe permite avaliar esteticamente da mesma forma os objectos estéticos.

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