George Segal
De Hobbes a John
Rawls, o contratualismo tem uma longa história na filosofia política. No âmbito
da ética, o pensamento contratualista é uma tentativa de extrair o conteúdo da
moralidade a partir da ideia de um contrato social. Segundo os contratualistas,
a ética baseia-se num acordo hipotético entre
os membros da sociedade: os princípios éticos a adotar são aqueles que seriam acordados ou escolhidos pelas «partes
contratuantes» numa situação inicial, prévia à moralidade.
As diversas versões
do contratualismo distinguem-se entre si pelo modo como concebem essa situação
inicial e descrevem as partes contratantes – e também podem distinguir-se
quanto ao resultado do acordo.
(…)
No contratualismo
hobbesiano as partes contratantes têm uma motivação fundamentalmente egoísta.
Sabem que, caso cada indivíduo se limite a perseguir os seus interesses sem
nenhum tipo de consideração pelos interesses dos outros, todos ficarão a
perder, pelo que concordarão seguir normas que se revelam mutuamente vantajosas. Aceitarão, por exemplo, a proibição de
matar. Essa proibição limitará o que cada um poderá fazer de modo a promover o
seu próprio bem estar, mas esse custo será amplamente compensado pelos
benefícios de viver numa sociedade em que os outros estejam inibidos de matar
quem lhes seja inconveniente. (…)
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