Magritte
O egoísmo psicológico é uma
teoria da motivação que afirma que todos os nossos desejos últimos se referem a
nós mesmos. Sempre que queremos bem aos outros (ou mal), temos esses desejos
que se referem aos outros apenas instrumentalmente; preocupamo-nos com os
outros apenas porque pensamos que o seu bem-estar influenciará o nosso próprio
bem-estar. Como afirmei, o egoísmo é uma teoria descritiva, não é normativa.
Procura caracterizar o que de facto motiva os seres humanos, mas nada diz sobre
se essa motivação é certa ou errada.
O
egoísmo tem exercido uma enorme influência nas ciências sociais e tem penetrado
de forma ampla no pensamento das pessoas comuns. Os economistas pensam
tipicamente que os seres humanos são motivados por "um interesse próprio
racional", o que exclui qualquer preocupação redutível ao bem-estar dos
outros. E as pessoas comuns afirmam frequentemente que as pessoas ajudam os
outros porque isso as faz sentir bem com elas próprias ou porque procuram a
aprovação de terceiros.
É fácil
inventar explicações egoístas mesmo para os actos de auto-sacríficio mais
pungentes. O soldado na trincheira que se faz rebentar juntamente com uma
granada para salvar a vida dos seus camaradas, é um lugar-comum na bibliografia
sobre o egoísmo. Como pode esse acto resultar do interesse próprio se o soldado
sabe que acabará com a sua vida? O egoísta pode responder que o soldado percebe
nesse instante que prefere morrer a sofrer a culpa que o perseguiria para
sempre se se salvasse a si próprio e deixasse que os seus amigos morressem. O
soldado prefere morrer e nada mais sentir, a viver e sofrer os tormentos dos
condenados. Esta resposta pode parecer forçada, mas ainda está por determinar a
razão por que a devemos considerar falsa
As
críticas que têm surgido contra o egoísmo podem ser divididas em três
categorias. Primeiro, há a tese de que não é genuinamente uma teoria. Segundo,
há a alegação de que se trata de uma teoria refutada pelo que observamos no
comportamento humano. Terceiro, há a ideia de que, embora o egoísmo seja uma
teoria consistente com o que observamos, há outras considerações que não são
evidentes que sugerem que deve ser rejeitada em favor de uma teoria
alternativa, o pluralismo da motivação, segundo a qual os seres humanos tanto têm
desejos últimos egoístas como altruístas.
Elliot Sober, “Egoísmo psicológico”, in Arte de Pensar
RAZÕES PARA AGIR
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RAZÕES MOTIVANTES
Motivos do Agente
(explicação das ações)
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CRENÇAS E DESEJOS
Perspetiva da
motivação de David Hume:
·
As crenças de um agente só o motivam a agir se
combinadas com desejos
Perspetiva de Kant:
·
A motivação para realizar um ato, nem sempre
se deve a um desejo.
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EGOÍSMO PSICOLÓGICO
(Thomas hobbes e Jeremy Bentham)
·
O fim último de todas as ações é o bem estar
do próprio agente.
·
Todas as ações humanas podem ser explicadas em
função do interesse do agente.
·
O
altruísmo é uma ilusão.
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RAZÕES
JUSTIFICATIVAS
Factos que tornam
racional agir de determinada maneira
(racionalidade das ações)
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RACIONALIDADE
INSTRUMENTAL:
·
A racionalidade prática é uma questão de
adotar os meios apropriados para os fins.
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EGOÍSMO RACIONAL
·
Há só um fim último racional: o bem estar do
próprio agente.
·
O altruísmo é irracional.
·
Se formos racionais a nossa felicidade é o único
fim.
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