TEORIA DA ARTE COMO IMITAÇÃO
Esta é uma das mais antigas teorias da arte. Foi, aliás, durante muito tempo aceite pelos próprios artistas como inquestionável. A definição que constitui a sua tese central é a seguinte:
Uma obra é arte se, e só se, é produzida pelo homem e imita algo.
A característica própria desta teoria não reside no facto de defender que uma obra de arte tem de ser produzida pelo homem, o que é comum a outras teorias, mas na ideia de que para ser arte essa obra tem de imitar algo. Daí que seja conhecida como teoria da arte como imitação.
Vários foram os filósofos que se referiram à arte como imitação. Alguns desprezavam-na por isso mesmo, como acontecia com o conhecido filósofo grego Platão que, ao considerar que as obras de arte imitavam os objectos naturais, via essas obras como imagens imperfeitas dos seus originais. Ainda por cima quando, no seu ponto de vista, os próprios objectos naturais eram por sua vez cópias de outros seres mais perfeitos. Já o seu contemporâneo Aristóteles, mantendo embora a ideia de arte como imitação, tinha uma opinião mais favorável à arte, uma vez que os objectos que a arte imita não são, segundo ele, cópias de nada.
Insatisfeitos com a teoria da arte como imitação (ou representação), muitos filósofos e artistas românticos do século XIX propuseram uma definição de arte que procurava libertar-se das limitações da teoria anterior, ao mesmo tempo que deslocava para o artista, ou criador, a chave da compreensão da arte. Trata-se da teoria da arte como expressão. Teoria que, ainda hoje, uma enorme quantidade de pessoas aceita sem questionar. Segundo a teoria da expressão:
Uma obra é arte se, e só se, exprime sentimentos e emoções do artista. (...)
Munch, O Grito (1893)
TEORIA DA ARTE COMO FORMA SIGNIFICANTE
Verificando que a diversidade de obras de arte é bem maior do que as teorias da imitação e da expressão fariam supor, uma teoria mais elaborada, e também mais recente, conhecida como teoria da forma significante (abreviadamente referida como “teoria formalista”), decidiu abandonar a ideia de que existe uma característica que possa ser directamente encontrada em todas as obras de arte. Esta teoria, defendida, entre outros, pelo filósofo Clive Bell, considera que não se deve começar por procurar aquilo que define uma obra de arte na própria obra, mas sim no sujeito que a aprecia. Isso não significa que não haja uma característica comum a todas as obras de arte, mas que podemos identificá-la apenas por intermédio de um tipo de emoção peculiar, a que chama emoção estética, que elas, e só elas, provocam em nós. Por esta razão a incluo nas teorias essencialistas. De acordo com a teoria formalista de Clive Bell.
Uma obra é arte se, e só se, provoca nas pessoas emoções estéticas.
(...)
Aires Almeida
TEORIAS
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CARACTERÍSTICAS
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OBJEÇÕES
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Arte como
imitação
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A arte é imitação da realidade
Uma obra é arte se, e só se, é produzida pelo homem e imita a realidade | Artes não imitativasA existência de obras de arte que nada imitam (existência de contrexemplos)O reduzido valor da melhor imitação
Se a arte é imitação, a melhor seria a mais realista, mas muita arte, embora representativa, não é imitação
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Arte como expressão
(Tolstoi)
Collingwood: arte e expressão imaginativa | A arte é a expressão da emoção do artista
Uma obra é arte se, e só se, exprime sentimentos e emoções do artista.
A obra de arte transmite intencionalmente o mesmo sentimento que o artista experimentou
A arte é uma forma de comunicação através de indicações externas Condições para que haja arte: Sinceridade Individualidade do sentimento Clareza na transmissão do sentimento A arte é expressão clarificadora de sentimentos O artista começa por não ter uma ideia precisa do que sente. A função da arte é clarificar sentimentos indefinidos do artista, que ele começa por não saber identificar. O artista recorre à imaginação para clarificar os sentimentos. A clarificação de sentimentos só se encontra na verdadeira arte. | A existência de obras de arte que não expressam emoções do artista Muitas pinturas apenas retratam a realidade o mais fielmente possível
A dificuldade em saber se a emoção do artista foi verdadeira e se o que sentimos corresponde ao que o artista nos quis transmitir
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A arte como forma significante
(Clive Bell)
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É arte toda a obra que possui uma forma significante
Forma significante é a combinação de cores, linhas e formas, capaz de provocar a emoção estética.
A forma significante é uma propriedade intrínseca das obras de arte, independentemente de serem percecionadas. O crítico tem uma sensibilidade apurada e contribui para educar o olhar A forma significante não é beleza A arte não tem funções (como representar acontecimentos ou veicular valores), o seu valor está exclusivamente no facto de produzir emoção estética. |
Não é consensual que exista uma emoção estética (distinta das outras emoções humanas)
O conceito de forma significante é controverso já que todas as pinturas possuem uma certa combinação de linhas, cores e formas
É controverso o facto desta teoria considerar que apenas a forma é relevante para a obra de arte e não o conteúdo
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