É uma verdade incontroversa que pessoas de
sociedades diferentes têm costumes diferentes e diferentes ideias acerca do bem
e do mal morais. Não há consenso mundial sobre a questão de saber que as acções
são moralmente boas e moralmente más, apesar de existir uma convergência
considerável sobre estas matérias.
Se tivermos em consideração o quanto as
ideias morais mudaram, quer de lugar para lugar, quer ao longo do tempo, pode
ser tentador pensar que não existem factos morais absolutos e que, pelo
contrário, a moral relativa à sociedade na qual fomos educados. Segundo esta
perspetiva, uma vez que a escravatura era moralmente aceite para a maioria dos
Gregos antigos, apesar de o não para a maioria dos Europeus de hoje em dia, a
escravatura seria moralmente boa para os Gregos antigos, apesar de ser
moralmente má para os Europeus contemporâneos. Esta perspetiva, conhecida como
relativismo moral, faz com que a moral seja apenas a descrição dos valores
adotados por uma sociedade em particular, num certo momento do tempo. Trata-se
de uma perspetiva metaética acerca da natureza dos juízos morais. Os juízos
morais só podem ser avaliados como verdadeiros ou falsos relativamente a uma
sociedade particular. Não há juízos morais absolutos: são todos relativos. O
relativismo moral contrasta fortemente com a perspetiva de que algumas ações
são absolutamente boas ou más – uma perspetiva defendida, por exemplo, por
muitas pessoas que acreditam que a moralidade é constituída pelos Mandamentos
prescritos por Deus à humanidade.
Nigel Warburton, Elementos Básicos de
Filosofia
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