sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Relativismo moral




É uma verdade incontroversa que pessoas de sociedades diferentes têm costumes diferentes e diferentes ideias acerca do bem e do mal morais. Não há consenso mundial sobre a questão de saber que as acções são moralmente boas e moralmente más, apesar de existir uma convergência considerável sobre estas matérias.
Se tivermos em consideração o quanto as ideias morais mudaram, quer de lugar para lugar, quer ao longo do tempo, pode ser tentador pensar que não existem factos morais absolutos e que, pelo contrário, a moral relativa à sociedade na qual fomos educados. Segundo esta perspetiva, uma vez que a escravatura era moralmente aceite para a maioria dos Gregos antigos, apesar de o não para a maioria dos Europeus de hoje em dia, a escravatura seria moralmente boa para os Gregos antigos, apesar de ser moralmente má para os Europeus contemporâneos. Esta perspetiva, conhecida como relativismo moral, faz com que a moral seja apenas a descrição dos valores adotados por uma sociedade em particular, num certo momento do tempo. Trata-se de uma perspetiva metaética acerca da natureza dos juízos morais. Os juízos morais só podem ser avaliados como verdadeiros ou falsos relativamente a uma sociedade particular. Não há juízos morais absolutos: são todos relativos. O relativismo moral contrasta fortemente com a perspetiva de que algumas ações são absolutamente boas ou más – uma perspetiva defendida, por exemplo, por muitas pessoas que acreditam que a moralidade é constituída pelos Mandamentos prescritos por Deus à humanidade.


            Nigel Warburton, Elementos Básicos de Filosofia



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