segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
sábado, 21 de dezembro de 2013
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
Debate - Somos Livres ou Determinados?
domingo, 8 de dezembro de 2013
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
O libertismo de Sartre
É estranho que os filósofos tenham argumentado ao longo de
milénios sobre o determinismo e o livre-arbítrio, citando exemplos a favor de
uma tese ou de outra sem primeiro terem tentado explicitar a própria ideia de
acção (…). Devemos notar em primeiro lugar que uma ação é em princípio
intencional (…) Ora se assim é, devemos dizer que uma ação implica como sua
condição necessária o reconhecimento de algo que se deseja (desideratum), ou
seja, o reconhecimento de uma lacuna objetiva ou de uma negatividade, de algo
que falta ou que ainda não existe. A intenção do imperador Constantino de
construir uma cidade cristã que rivalizasse com Roma ocorreu-lhe ao reconhecer
uma lacuna objectiva (…) faltava uma cidade cristã.
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Sartre
sábado, 30 de novembro de 2013
Fatalismo
Conheci um homem já idoso que tinha sido oficial na primeira
guerra mundial. Disse-me que um dos seus problemas fora o de conseguir que os
seus homens usassem capacete quando se encontravam em risco de receber fogo
inimigo. O argumento dos soldados incluía a ideia de todas as balas terem «um
número». Se uma bala tivesse o número de um soldado, não valia a pena tomar
precauções, visto que iria matá-lo. Por outro lado, se nenhuma bala exibisse o
seu número, o soldado estaria a salvo por mais um dia, tornando-se
desnecessário usar um incómodo e desconfortável capacete.
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O problema do livre-arbítrio
Schubert - Sonata No. 21 in B-flat major, D. 960 (Maria João Pires)
Sugestão musical para este fim de semana
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
Libertismo
Edward Hopper
O Libertismo é a perspetiva de que pelo
menos algumas das nossas acções são livres porque, na verdade, não estão
causalmente determinadas. Segundo esta teoria, as escolhas humanas não estão
constrangidas da mesma forma que outros acontecimentos do mundo. Uma bola de
bilhar, quando é atingida por outra bola de bilhar, tem de se mover numa certa
direcção a uma certa velocidade. Não tem escolha. As leis causais determinam
rigorosamente o que irá acontecer. Contudo, uma decisão humana não é assim.
Dilema do Determinisno
Dilema de Hume
Nome por vezes dado ao dilema segundo o qual ou as nossas
ações são determinadas, caso em que não somos responsáveis por elas, ou então
são o resultado de acontecimentos aleatórios, caso em que também não somos
responsáveis por elas.
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
O problema do compatibilismo
Matisse
Na opinião
da maior parte dos filósofos de hoje, o compatibilismo tem as melhores
hipóteses de salvar o livre-arbítrio e de proteger a noção de responsabilidade
moral do ataque do determinismo. Contudo, o compatibilismo tem um problema
grave. O compatibilismo afirma que somos livres se as ações decorrem do nosso
caráter e dos nossos desejos não manipulados. O problema é que, em última
análise, o nosso carácter e os nossos desejos são causados por forças que não
controlamos. Este facto é suficiente para colocar em dúvida a nossa
«liberdade».
Compatibilismo
Edward Hopper
O Compatibilismo é a ideia de que um ato
pode ser simultaneamente livre e determinado. Isto pode parecer uma
contradição, mas, segundo esta teoria, isso não é verdade. Contrariamente ao
que possamos pensar, é possível aceitar que o comportamento humano está
causalmente determinado e pensar corretamente em nós próprios como agentes
livres.
Entre os filósofos, o Compatibilismo é de
longe a teoria do livre-arbítrio mais popular. De uma forma ou de outra foi a
teoria de Hobbes, Hume, Kant e Mill, e é defendida hoje pela maior parte dos
autores que escrevem sobre o assunto. Isto costuma surpreender as pessoas que
não estão familiarizadas com a literatura filosófica, dado que o livre-arbítrio
e o Determinismo parecem obviamente incompatíveis. De que modo são supostamente
consistentes entre si?
sábado, 23 de novembro de 2013
O homem é liberdade
Edward Hopper
O homem não é mais
que o que se faz a si mesmo. Tal é o primeiro princípio do existencialismo. (…)
O homem é no início um projeto que tem consciência de si mesmo e não um creme,
um pedaço de lixo ou uma couve-flor; nada existe anteriormente a este projeto;
nada há no céu; o homem é o que tiver projetado ser. (…) Mas se verdadeiramente
a existência precede a essência, o homem é responsável por aquilo que é. Assim,
o primeiro passo para o existencialismo é dar a cada homem a consciência do que
é e atribuir-lhe a responsabilidade completa pela sua existência.
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
domingo, 17 de novembro de 2013
Será o determinismo compatível com a responsabilidade moral?
Personagens: Lázaro:
defensor do livre arbítrio; Daniel: defensor do determinismo; Carolina:
defensora do compatibilismo.
LÁZARO: Aí vem a
Carolina. Talvez ela nos possa dizer o que pensa sobre o assunto.
DANIEL: Olá,
Carolina.
CAROLINA: Olá,
Daniel. Olá, Lázaro.
LÁZARO: Eu e o
Daniel estávamos a falar do julgamento por assassínio do Leopoldo e do Carlos.
CAROLINA: É esse o
julgamento no qual Clarence Darrow tentou persuadir o juiz de que os réus não
deveriam ser condenados à morte por terem assassinado um miúdo?
sábado, 16 de novembro de 2013
sexta-feira, 15 de novembro de 2013
O âmbito e os meios da Retórica
Edward Hopper
Entendamos por
retórica a capacidade de descobrir o que é adequado a cada caso com o fim de
persuadir. Esta não é seguramente a função de nenhuma outra arte; pois cada uma
das outras apenas é instrutiva e persuasiva nas áreas da sua competência; (…)
Mas a retórica parece ter, por assim dizer, a faculdade de descobrir os meios
de persuasão sobre qualquer questão dada. (…)
quinta-feira, 14 de novembro de 2013
Lógica informal
Enquanto a lógica formal diz respeito aos argumentos dedutivos e estuda os aspetos formais da argumentação, distinguindo os argumentos válidos dos inválidos pela forma lógica, a lógica informal estuda argumentos cuja validade não depende exclusivamente da sua forma lógica, mas também do conteúdo da argumentação.
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domingo, 10 de novembro de 2013
Livre-arbítrio e determinismo
Supõe que estás na bicha de uma cantina e que, quando chegas às sobremesas, hesitas entre um pêssego e uma grande fatia de bolo de chocolate com uma cremosa cobertura de natas. O bolo tem bom aspecto, mas sabes que engorda. Ainda assim, tiras o bolo e come-lo com prazer. No dia seguinte vês-te ao espelho, ou pesas-te, e pensas: «Quem me dera não ter comido o bolo de chocolate. Podia ter comido antes o pêssego.»
«Podia ter comido antes o pêssego.» Que quer isto dizer? E será verdade?
sábado, 9 de novembro de 2013
O Argumento Determinista
Edward Hopper
(…) “Acredito no Livre Arbítrio. Não tenho outra escolha”.
Singer (Isaac Bashevis) sabia que este pequeno gracejo colocava uma questão filosófica séria. É difícil não pensar que temos livre arbítrio. Quando estamos a decidir o que fazer a escolha, a escolha parece inteiramente nossa. A sensação interior de liberdade é tão poderosa que podemos ser incapazes de abandonar a ideia de livre-arbítrio, por muito fortes que sejam as provas da sua inexistência.
Flora Purim - O Cantador
Como sugestão musical para este fim de semana, um pouco de jazz cantado ...
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
Egoísmo psicológico
Magritte
O egoísmo
psicológico é uma teoria da motivação que afirma que todos os nossos desejos
últimos se referem a nós mesmos. Sempre que queremos bem aos outros (ou mal),
temos esses desejos que se referem aos outros apenas instrumentalmente;
preocupamo-nos com os outros apenas porque pensamos que o seu bem-estar
influenciará o nosso próprio bem-estar. Como afirmei, o egoísmo é uma teoria
descritiva, não é normativa. Procura caracterizar o que de facto motiva os
seres humanos, mas nada diz sobre se essa motivação é certa ou errada.
terça-feira, 5 de novembro de 2013
Causalidade natural e causalidade intencional
Temos conhecimento
de dois tipos de explicação de acontecimentos, duas maneiras diferentes de os objetos
causarem acontecimentos. Há a causalidade inanimada e a causalidade
intencional. Quando a dinamite produz uma explosão particular, fá-lo porque
tem, como uma das suas propriedades, o poder e a possibilidade de exercer esse
poder sob certas condições – quando é inflamada à temperatura e pressão
adequadas. A dinamite tem de dar origem a uma explosão sob essas condições; não
tem opção e não há nada de deliberado nisso.
domingo, 3 de novembro de 2013
Sunday Morning
A sugestão musical para este domingo "Sunday Morning", homenageando Lou Reed e os Velvet Underground (uma das melhores bandas de sempre). Este é também um album memorável.
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
As pessoas serão responsáveis pelo que fazem?
Edward Hopper
Em 1924, dois
adolescentes de Chicago, Richard Loeb e Nathan Leopold, raptaram e assassinaram
um rapaz chamado Bobby Franks apenas para provar que conseguiam fazê-lo. O
crime impressionou o público. Apesar da brutalidade do seu acto, Leopold e Loeb
não pareciam especialmente perversos. Provinham de famílias ricas e eram ambos
estudantes excelentes. Aos dezoito anos, Leopold era o licenciado mais jovem na
história da Universidade de Chicago, e, aos dezanove anos, Loeb era a pessoa
mais nova que se tinha licenciado na Universidade de Michigan. Leopold estava
prestes a entrar na Escola de Direito de Harvard. Como era possível que
tivessem cometido um assassinato absurdo? O seu julgamento iria receber o mesmo
tipo de atenção que o de O. J. Simpson, setenta anos mais tarde.
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
Lógica e Amizade
Edward Hopper
A lógica é muitas
vezes encarada como uma atividade fria, cerebral e oposta às vivências humanas
mais cândidas, entre as quais se contam a amizade. Penso que esta perspetiva
das coisas trai uma incompreensão tanto da lógica como da amizade. É o que tentarei
mostrar nestas linhas.
domingo, 27 de outubro de 2013
Acontecimentos e Ações
Edward Hopper
Suponhamos que apanhei o comboio e paguei o meu respectivo bilhete. Durante o percurso vou distraído, pensando nas minhas coisas, sem me dar conta de que brinco com o pedacito do cartão, enrolo-o e desenrolo-o, até que finalmente o atiro descuidadamente pela janela aberta. Nessa altura aparece-me o cobrador e pede-me o bilhete: desespero e provavelmente a multa. Posso apenas murmurar para me desculpar: " Atirei-o da janela...sem me aperceber." O revisor, que é também um pouco filósofo, comenta: "Bom, se não se apercebeu do que estava do que estava a fazer, não pode dizer que o tenha atirado pela janela. É como ele tivesse caído".
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Prezi
sábado, 26 de outubro de 2013
A ação humana
Vou contar-te um
caso dramático. Já ouviste falar das térmitas, essas formigas
brancas que, em África, constroem formigueiros impressionantes, com vários
metros de altura e duros como pedras? Uma vez que o corpo das térmitas é mole,
por não ter a couraça de quitina que protege outros insetos, o formigueiro
serve-lhes de carapaça coletiva contra certas formigas inimigas, mais bem
armadas do que elas. Mas por vezes um dos formigueiros é derrubado, por causa
de uma cheia ou de um elefante (os elefantes, que havemos nós de fazer, gostam
de coçar os flancos nas termiteiras).
Bach, Arte da Fuga - Glenn Gould
Sugestão musical para um fim de semana a estudar para o teste de filosofia
Glenn Gould , um dos maiores e mais geniais pianistas do nosso século.
(…) a conceção da ARTE
DA FUGA com que J. S. Bach
ocupou os seus últimos tempos de vida, verdadeiro exercício de solidão em busca
de uma perfeição abstrata (pois nem mesmo estipulou quais os instrumentos que
deveriam alguma vez ocupar-se dessa música simultaneamente mística e
matemática).
António Vitorino de Almeida, O que
é a Música
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
domingo, 20 de outubro de 2013
Aprender Filosofias ou Aprender a Filosofar?
(…) Em suma, o entendimento não deve aprender
pensamentos mas a pensar. Deve ser conduzido, se assim nos quisermos exprimir,
mas não levado em ombros, de maneira a que no futuro seja capaz de caminhar por
si, e sem tropeçar.
A natureza peculiar
da própria filosofia exige um método de ensino assim. Mas visto que a filosofia
é, estritamente falando, uma ocupação apenas para aqueles que já atingiram a
maturidade, não é de espantar que se levantem dificuldades quando se tenta
adaptá-la às capacidades menos exercitadas dos jovens. O jovem que completou a
sua instrução escolar habituou-se a aprender. Agora pensa que vai aprender
filosofia. Mas isso é impossível, pois agora deve aprender a filosofar.
sábado, 19 de outubro de 2013
Doze Homens e uma Sentença
Doze Homens e uma
Sentença - 1957
Direção: Sidney Lumet
Duração: 96
minutos
Autor: Reginald Rose
Provas muito convincentes contra um adolescente acusado de matar o pai levam onze jurados a considerar
que o réu é culpado do crime de homicídio. O décimo segundo não tem dúvida
sobre a sua inocência. Como poderá este homem fazer com que os outros cheguem à
mesma conclusão? Argumentando…
Doze Homens e uma
Sentença - 1957
Direção: Sidney Lumet
Duração: 96
minutos
Autor: Reginald Rose
Provas muito convincentes contra um adolescente acusado de matar o pai levam onze jurados a considerar
que o réu é culpado do crime de homicídio. O décimo segundo não tem dúvida
sobre a sua inocência. Como poderá este homem fazer com que os outros cheguem à
mesma conclusão? Argumentando…
segunda-feira, 14 de outubro de 2013
A atividade crítica da filosofia
Magritte
O que significa
especificamente, dizer que a filosofia faz a 'crítica das nossas crenças'? Para
começar admitamos que a maior parte das nossas crenças sobre questões vitais
como a religião e a moralidade são manifestamente acríticas. Faz uma pausa para
avaliar as tuas crenças sobre estas questões, perguntando-te por que razão
vieste a ter as crenças que tens. Na maior parte dos casos, podemos afirmar com
segurança, irás descobrir que 'não vieste a ter' tais crenças como resultado de
uma reflexão prolongada e séria sobre elas. Pelo contrário, aceitaste-as com
base em alguma autoridade, isto é, um indivíduo qualquer, ou instituição, que
te transmitiu essas crenças. A autoridade pode ser os teus pais, professores,
Igreja ou amigos. Muitas das nossas crenças são impostas pelo que chamamos
vagamente 'sociedade' ou 'opinião pública'. Estas autoridades, regra geral, não
te impõem as suas convicções. Ao invés, absorveste essas crenças a partir do
'clima de opinião' no qual te desenvolveste. Assim, a maior a maior parte das
tuas crenças sobre questões como a existência de Deus ou sobre se por vezes é
correcto mentir são artigos intelectuais em 'segunda mão'.
domingo, 13 de outubro de 2013
Conselhos para avaliar argumentos
Os lógicos (…)
distinguem a validade da solidez. Diz-se que um argumento é válido se a
conclusão se segue das premissas. No entanto, para que seja sólido, um
argumento tem de ser válido e as premissas têm de ser verdadeiras.
Importa fazer outra
observação. O grau com que as premissas apoiam a conclusão pode variar. Por
vezes as premissas não aprovam absolutamente que a conclusão seja verdadeira,
mas proporcionam dados que tornam muito provável que a conclusão seja
verdadeira.
sábado, 12 de outubro de 2013
Avaliar argumentos
Formular e testar argumentos é importante em
qualquer área, mas é especialmente decisivo quando lidamos com grandes decisões
abstratas, já que não temos outra forma de as compreender. Uma teoria
filosófica é apenas tão boa como os argumentos que a apoiam.
Alguns argumentos são sólidos, alguns não o
são, e precisamos saber como os distinguir. Seria bom se houvesse uma maneira
simples de o fazer. Infelizmente, não há. Os argumentos são muito diversos e
podem estar errados de inúmeras formas. Porém, podemos atender a alguns
princípios gerais.
Lógica silogística - exercícios
FICHAS DE TRABALHO - EXERCÍCIOS
(…) Aristóteles serviu-se destas classificações para estabelecer regras para avaliar as inferências. Por exemplo, para que um silogismo seja válido é necessário que pelo menos uma premissa seja afirmativa e que pelo menos uma seja universal; se ambas as premissas forem negativas, a conclusão tem de ser negativa. Na sua totalidade, as regras de Aristóteles bastam para validar os silogismos válidos e para eliminar os inválidos. (…)
A Kenny, História Concisa da Filosofia Ocidental
sexta-feira, 4 de outubro de 2013
O que é a argumentação?
Paul Klee
Os argumentos são essenciais, em primeiro lugar, porque são uma forma de tentar descobrir quais os melhores pontos de vista. Nem todos os pontos de vista são iguais. Algumas conclusões podem ser apoiadas com boas razões; outras, com razões menos boas. Mas muitas vezes não sabemos quais são as melhores conclusões. Precisamos de apresentar argumentos para apoiar diferentes conclusões, e depois avaliar tais argumentos para ver se são realmente bons.
terça-feira, 1 de outubro de 2013
domingo, 29 de setembro de 2013
O valor da filosofia
Devemos procurar o valor da filosofia, de
facto, em grande medida na sua própria incerteza. O homem sem rudimentos de
filosofia caminha pela vida preso a preconceitos derivados do senso comum, das
crenças costumeiras da sua época ou da sua nação, e das convicções que
cresceram na sua mente sem a cooperação ou o consentimento da sua razão
deliberativa. Para tal homem, o mundo tende a tornar-se definido, finito, óbvio;
As três paixões de Bertrand Russel
Clica na imagem para leres o interessante texto de Bertrand de Russel, no site Sebenta de Filosofia
Poderás encontrar no mesmo site outros artigos sobre o Sentido da Vida
sábado, 28 de setembro de 2013
O que é a filosofia?
A filosofia é o que acontece quando se começa a pensar pela própria
cabeça.
Pode-se acrescentar
um pouco mais. Assim que nos libertamos dos hábitos das crenças recebidas, as
que por acaso se adquiriu mesmo acerca de questões básicas, e começamos
realmente a pensar acerca daquilo em que devemos acreditar, à luz da razão
(argumentos) e indícios, começámos a fazer filosofia. A "tradição" de
se apoiar antes em "autoridades" e "textos sagrados" é o
estado normal das coisas e não a excepção na história — para muitos é ainda a
maneira natural de viver. Além disso, pensar por si próprio não é algo que se
leve a cabo facilmente por mero capricho, mas antes algo que é preciso reforçar
como a um músculo, através de bons hábitos mentais. A filosofia é um modo de
vida, que se constrói ao longo dos anos; o pensamento filosófico é um estado de
espírito que se torna parte da própria natureza de uma pessoa.
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
Porquê estudar filosofia?
Porquê estudar filosofia
Defende-se por vezes que não vale a pena
estudar filosofia uma vez que tudo o que os filósofos fazem é discutir sofisticamente
o significado das palavras; nunca parecem atingir quaisquer conclusões de
qualquer importância e a sua contribuição para a sociedade é virtualmente nula.
Continuam a discutir acerca dos mesmos problemas que cativaram a atenção dos
gregos. Parece que a filosofia não muda nada; a filosofia deixa tudo tal e
qual.
Qual é afinal a importância de estudar
filosofia? Começar a questionar as bases fundamentais da nossa vida pode até
ser perigoso: podemos acabar por nos sentir incapazes de fazer o que quer que
seja, paralisados por fazer demasiadas perguntas. Na verdade, a caricatura do
filósofo é geralmente a de alguém que é brilhante a lidar com pensamentos
altamente abstractos no conforto de um sofá, numa sala de Oxford ou Cambridge,
mas incapaz de lidar com as coisas práticas da vida: alguém que consegue
explicar as mais complicadas passagens da filosofia de Hegel, mas que não
consegue cozer um ovo.
terça-feira, 24 de setembro de 2013
O que é a filosofia?
A filosofia é uma
atividade: é uma forma de pensar acerca de certas questões. A sua
característica mais marcante é o uso de argumentos lógicos. A atividade dos
filósofos é, tipicamente, argumentativa: ou inventam argumentos, ou criticam os
argumentos de outras pessoas ou fazem as duas coisas. Os filósofos também
analisam e clarificam conceitos. A palavra «filosofia» é muitas vezes usada num
sentido muito mais lato do que este, para referir uma perspetiva geral da vida
ou para referir algumas formas de misticismo. Não irei usar a palavra neste
sentido lato: o meu objectivo é lançar alguma luz sobre algumas das áreas
centrais de discussão da tradição que começou com os gregos antigos e que tem
prosperado no século XX, sobretudo na Europa e na América.
Waking Life
Filme: Acordar para a Vida
Título original: Waking Life
Realizador: Richard Linklater
Argumento: Richard Linklater
Ano: 2001
Duração: 99 minutos
À procura de respostas para algumas perguntas filosóficas
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
António Ramos Rosa
António Ramos Rosa, 17/10/1924 - 23/09/2013
Nada sabemos de quase tudo. A vastidão
é inapreensível. A simultaneidade
é inapreensível. A disparidade
é inapreensível. E há um mutismo
no mundo e em nós que não se quebra nunca.
domingo, 22 de setembro de 2013
O sono da razão produz monstros
Uma das séries de
sátiras gravadas pelo pintor espanhol Goya tem por título “O Sono da Razão
Produz Monstros”. Goya pensava que muitas das loucuras da humanidade resultavam
do “sono da razão”. Há sempre pessoas prontas a dizer-nos o que queremos, a
explicar-nos como nos vão dar essas coisas e a mostrar-nos no que devemos
acreditar. As convicções são contagiosas, e é possível convencer as pessoas de
praticamente tudo. Geralmente, estamos dispostos a pensar que os nossos hábitos,
as nossas convicções, a nossa religião e os nossos políticos
são melhores do que os deles, ou que os nossos direitos dados
por Deus anulam os direitos deles, ou que os nossos interesses
exigem ataques defensivos ou dissuasivos contra eles. Em última análise,
trata-se de ideias que fazem as pessoas matarem-se umas às outras. É por causa
de ideias sobre o que os outros são, ou quem somos, ou o que os nossos
interesses ou direitos exigem que fazemos guerras ou oprimimos os outros de
consciência tranquila, ou até aceitamos por vezes ser oprimidos. Quando estas
convicções implicam o sono da razão, o despertar crítico é o antídoto. A
reflexão permite-nos recuar, ver que talvez a nossa perspectiva sobre uma dada
situação esteja distorcida ou seja cega, ou pelo menos ver se há argumentos a
favor dos nossos hábitos, ou se é tudo meramente subjetivo. Fazer isto bem é
pôr em prática mais alguma engenharia conceptual.
Sócrates
Ménone - Eu tinha já ouvido dizer, Sócrates, antes de conversar contigo, que só sabias duvidar de tudo, e fazer duvidar os outros; e agora verifico que me fascinas o espírito com os teus sortilégios e malefícios, e me enfeitiçaste de tal modo que estou cheio de dúvidas. Se me permites o gracejo, dir-te-ei que te assemelhas à tremelga, que deixa, como que entorpecido, quem lhe toca (…)
sexta-feira, 20 de setembro de 2013
Validade: o que se segue do quê?
Mondrian
A maioria das
pessoas gosta de pensar que é lógica. Dizer a alguém "Não estás a ser
lógico" é uma normalmente uma forma de crítica. Ser ilógico é ser confuso,
desordenado, irracional. Mas o que é a lógica? (…) Todos nós raciocinamos.
Tentamos descobrir como as coisas são raciocinando com base naquilo que já
sabemos. Tentamos persuadir os outros de que algo é de determinada maneira
dando-lhes razões. A lógica é o estudo do que conta como uma boa razão para o
quê, e porquê. Temos no entanto de compreender esta afirmação de um certo modo.
Aqui estão dois trechos de raciocínio — os lógicos chamam-lhes inferências:
1. Roma é a capital da Itália, e este avião aterra
em Roma; logo, o avião aterra na Itália.
2. Moscovo é a capital dos EUA; logo, não podemos
ir a Moscovo sem ir aos EUA.
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
O que é a Filosofia?
A filosofia é diferente da ciência e da
matemática. Ao contrário da ciência, não assenta em experimentações nem na
observação, mas apenas no pensamento. E ao contrário da matemática não tem
métodos formais de prova. A filosofia faz-se colocando questões, argumentando,
ensaiando ideias e pensando em argumentos possíveis contra elas, e procurando
saber como funcionam realmente os nossos conceitos.
Lógica
As partes relevantes
de um argumento são, em primeiro lugar as suas premissas. As premissas são o
ponto de partida, ou o que se aceita ou presume, no que respeita ao argumento.
Um argumento pode ter uma ou várias premissas. A partir das premissas, os
argumentos derivam uma conclusão. Se estamos a refletir sobre um argumento,
talvez por termos relutância em aceitar a sua conclusão, temos duas opções. Em
primeiro lugar, podemos rejeitar uma ou mais das suas premissas. Em segundo
lugar, podemos também rejeitar o modo como a conclusão é extraída das
premissas. A primeira reação é que uma das premissas não é verdadeira. A
segunda é que o raciocínio não é válido. É claro que o mesmo argumento pode
estar sujeito a ambas as críticas: as premissas não são verdadeiras e o
raciocínio aplicado é inválido. Mas as duas críticas são distintas ( e as duas
expressões, «não é verdadeira» e «não é válido» marcam bem a diferença.
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
Lógica
LÓGICA FORMAL
O estudo da
argumentação válida que depende exclusivamente da forma lógica. Por exemplo, a
validade do seguinte argumento depende inteiramente da sua forma lógica:
"Alguns homens são mortais; logo, alguns mortais são homens". A forma
lógica deste argumento é a seguinte: Alguns A são B; logo, alguns B são A. Não
é difícil ver que qualquer argumento que tenha esta forma lógica é válido. Não
se deve pensar que só a LÓGICA CLÁSSICA é formal; a LÓGICA
ARISTOTÉLICA é igualmente formal, apesar de em geral se usar menos
símbolos. Os argumentos cuja validade não depende inteiramente da sua forma
lógica são o objecto de estudo da LÓGICA INFORMAL
terça-feira, 17 de setembro de 2013
Perguntas da Filosofia
Eis algumas perguntas que qualquer um de nós pode fazer sobre nós próprios: O que sou eu? O que é a consciência? Será que eu poderia sobreviver à morte do meu corpo? Será que posso ter a certeza de que as experiências e sensações das outras pessoas são como as minhas? Se eu não posso partilhar as experiências das outras pessoas, será que posso comunicar com elas? Será que agimos sempre em função do nosso interesse próprio? Será que sou apenas uma espécie de fantoche, programado para fazer as coisas que penso fazer em função do meu livre-arbítrio?
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
Bem Vindos à Filosofia
Bem vindo à Filosofia. Para alguns de
vocês, será a disciplina mais prática que irão estudar na escola.
Porquê dizer tal coisa? Não tem a
filosofia a reputação de não ser prática? Não é abstrata e teórica –
precisamente o oposto de prático?
A filosofia pode ser abstrata e teórica.
Mas o estudo da filosofia pode ser prático, na medida em que afeta o que
fazemos com a nossa vida. Isto porque as abstrações ou teorias dizem respeito
aos conceitos e valores básicos com os quais enfrentamos a experiência.
domingo, 15 de setembro de 2013
Atividades diagnósticas
Supõe que trabalhas numa biblioteca,
verificando os livros que as pessoas requisitam, e um amigo te pede para o
deixares roubar uma obra de referência difícil de encontrar que quer possuir.
Podes hesitar em concordar por diversas razões. Podes
recear que ele seja apanhado e que, assim, tanto ele como tu arranjem
problemas. Ou podes querer que o livro fique na biblioteca para que tu próprio
possas consultá-lo.
Mas também podes pensar que aquilo que ele propõe está
errado – que ele não deve fazê-lo e que tu não deves ajudá-lo. Se pensas assim,
o que quer isso dizer, o que torna isso verdadeiro, se é que há algo que o
torne verdadeiro?
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