Andy Warhol, Caixa de Brillo
Teoria Institucional
Teorias não essencialistas:
As teorias não essencialistas defendem que não é possível encontrar propriedades intrínsecas, comuns a todas as obras de arte, que só elas possuam. A arte não se define por propriedades intrínsecas às obras de arte, mas por propriedades extrínsecas e relacionais. |
Texto 1
[…] Tendo reparado nas insuficiências das teorias essencialistas, alguns filósofos da arte, como Morris Weitz, abandonaram simplesmente a ideia de que a arte pode ser definida; outros, como George Dickie, apresentaram definições não essencialistas da arte, apelando, nesse sentido, para aspetos extrínsecos à própria obra de arte; outros ainda, como Nelson Goodman, concluíram que a pergunta “O que é arte?” deveria ser substituída pela pergunta mais adequada “Quando há arte?”. Serão estas teorias melhores do que as anteriores? Aí está uma boa razão para não darmos por terminada esta tarefa.
Aires Almeida, O que é a arte?
[…] Tendo reparado nas insuficiências das teorias essencialistas, alguns filósofos da arte, como Morris Weitz, abandonaram simplesmente a ideia de que a arte pode ser definida; outros, como George Dickie, apresentaram definições não essencialistas da arte, apelando, nesse sentido, para aspetos extrínsecos à própria obra de arte; outros ainda, como Nelson Goodman, concluíram que a pergunta “O que é arte?” deveria ser substituída pela pergunta mais adequada “Quando há arte?”. Serão estas teorias melhores do que as anteriores? Aí está uma boa razão para não darmos por terminada esta tarefa. Aires Almeida, O que é a arte? |
Questões:
1. A partir do texto, mostre o que distingue as teorias não essencialistas da arte, das teorias essencialistas.
Teoria Institucional
Algo é arte se e só se é um artefacto que possui um conjunto de características ao qual foi atribuído o estatuto de candidato a apreciação, por uma ou várias pessoas da instituição do mundo da arte. |
Texto 2
Suponhamos que se recolhe um pedaço de madeira flutuante e, sem o alterar de forma alguma, o usamos para cavar um buraco ou brandi-lo perante um cão ameaçador. O pedaço de madeira inalterado foi convertido em ferramenta ou arma pelo uso que lhe foi dado. […] em nenhum dos casos o pedaço de madeira é por si um artefacto. O artefacto, em ambos os casos, é o pedaço de madeira manipulado e usado de um certo modo. George Dikie, Introdução à Estética |
Condições necessárias e suficientes:
Esta definição apresenta duas condições necessárias e conjuntamente suficientes: 1 - A obra é um artefacto (em sentido lato) Para além dos objetos materiais produzidos ou transformados pelo homem, são também artefactos:
O mundo da arte é uma instituição social, no contexto da qual há lugar a atribuições de estatuto, por parte dos seus representantes. |
Texto 3 - A Teoria Institucional da Arte
[…] A teoria institucional da arte surgiu na década de sessenta, tendo sido sustentada por George Dickie. Essa teoria enfatiza a importância da comunidade de conhecedores de arte na definição e ampliação dos limites daquilo que pode ser chamado de arte. Dickie define a obra de arte como um artefacto que possui um conjunto de aspetos que lhe conferem o status de candidato à apreciação das pessoas da instituição do mundo da arte. A importância disso pode ser ilustrada pela obra de Alfred Wallis. Wallis era um marinheiro que nada entendia de arte e que aos 70 anos, após a morte da esposa, decidiu pintar barcos na madeira para afugentar a solidão. Casualmente, dois pintores de passagem pelo lugar gostaram de suas telas e o descobriram como artista. Como resultado as obras de Wallis podem ser hoje vistas em vários museus ingleses. Como disse um crítico, Wallis tornou-se um artista sem sequer saber que era. Há duas objeções principais à teoria institucional. A primeira é que ou os entendidos em arte decidem o que deve ser considerado uma obra de arte com base em razões ou o fazem arbitrariamente. Se eles o fazem com base em razões, essas razões constituem uma teoria da arte que não é a teoria institucional. Assim, alguém poderá dizer que os quadros de Wallis apresentam excelentes combinações de cores aliada a simplicidade formal. Mas essa é uma maneira de dizer, por exemplo, que eles possuem forma significante. Nesse caso a teoria institucional colapsa em outras conceções acerca do que é a arte. Suponhamos agora que os entendidos em arte decidam o que deve ser considerado obra de arte arbitrariamente. Ora, nesse caso não fica claro porque devemos dar qualquer importância à arte. Uma objeção adicional seria a de que a teoria institucional é viciosamente circular. Obras de arte são definidas como objetos que são aceites como tais pelas pessoas que entendem de arte; e as pessoas que entendem de arte são definidas como as que aceitam certos objetos como sendo obras de arte. |
1. Mostre como o exemplo das obras de Wallis pode ilustrar a definição de arte, segundo a teoria institucional.
2. A partir do texto, que objeções se podem colocar à teoria institucional da arte?
Texto 4
O núcleo fundamental do mundo da arte é um conjunto vagamente organizado […] que inclui artistas[…]produtores, diretores de museus, visitantes de museus, espectadores de teatro, jornalistas, críticos, historiadores da arte, teóricos da arte, filósofos da arte e outros. São estas as pessoas que mantêm em funcionamento o mecanismo do mundo da arte, permitindo assim a continuidade da sua existência. George Dikie, O q |
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