quarta-feira, 27 de novembro de 2013

O problema do compatibilismo


Matisse

Na opinião da maior parte dos filósofos de hoje, o compatibilismo tem as melhores hipóteses de salvar o livre-arbítrio e de proteger a noção de responsabilidade moral do ataque do determinismo. Contudo, o compatibilismo tem um problema grave. O compatibilismo afirma que somos livres se as ações decorrem do nosso caráter e dos nossos desejos não manipulados. O problema é que, em última análise, o nosso carácter e os nossos desejos são causados por forças que não controlamos. Este facto é suficiente para colocar em dúvida a nossa «liberdade».
Peter van Inwagen exprime assim esta ideia:
Se o determinismo é verdadeiro, então as nossas ações são consequências das leis da natureza e de acontecimentos que ocorreram num passado remoto. Mas tanto as leis da natureza como aquilo que aconteceu antes de termos nascido não depende de nós. Logo, as consequências destas coisas (incluindo os atos que realizamos agora) não dependen de nós.

Os compatibilistas concordam que o carácter e os desejos que temos agora não dependem de nós. Esta concessão parece constituir uma derrota. Pelo menos, é suficiente para que as pessoas reflexivas se sintam desconfortáveis, mesmo que a análise compatibilista nos permita continuar a dizer que somos livres.

                                             J.Rachels, Problemas da Filosofia




Perspetivas incompatibilistas

ARGUMENTO DA CONSEQUÊNCIA:

Se o determinismo é verdadeiro, então os nossos atos são consequência das leis da natureza e de acontecimentos situados no passado

O que aconteceu antes de termos nascido não depende de nós
As leis da natureza não dependem de nós

Logo, as consequências destas coisas, as nossas ações não dependem de nós
 


  
SE O DETERMINISMO É VERDADEIRO, ENTÃO NUNCA PODEMOS AGIR DE OUTRA FORMA

MAS, SE TEMOS LIVRE ARBÍTRIO, PODEMOS POR VEZES AGIR DE OUTRA FORMA

LOGO, SE O DETERMINISMO É VERDDADEIRO, ENTÃO NÃO TEMOS LIVRE ARBÍTRIO


Perspetivas compatibilistas
O Compatibilista tem de mostrar que uma das premissas é falsa.

A primeira premissa é falsa: mesmo que o determinismo seja verdadeiro é possível agir de outra forma.

A ação livre não deixa de ser causada, apenas não está sujeita a constrangimentos.

Segundo o compatibilismo clássico, é possível agir de outra forma na medida em que o agente poderia ter desejado agir de outra forma


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