sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Sofistas e Platão





“Os sofistas são simplesmente professores de eloquência, que andam de cidade em cidade, professores de retórica que ensinam a arte de falar em público. Ao aprender a defender uma tese, seja ela qual for, ao encontrar os meios para levar a melhor sobre o adversário numa discussão, os sofistas participam na elaboração de uma “razão-discurso”. Num regime em que a persuasão é um dado fundamental do jogo político, os sofistas vão ensinar a defender a tese e a antítese com igual brio (…)”
                                                                 J.Russ


"Para Platão, a retórica é sofística e não tem nada de positivo. A dialética, segundo Platão, é mesmo um jogo de questões e respostas, mas dessa verdade única e unívoca que deve emergir da discussão porque é sempre pressuposta por ela. Este aparecimento do saber assenta, para além da discussão, numa realidade estável, feita de verdades, as Ideias (…)”

                                                                     Meyer







Características da sofística


-         Tinha objectivos práticos: preparar os jovens para a disputa política e jurídica
-         Preocupava-se mais com a forma do que com o conteúdo do discurso
-         Os mestres da oratória e da eloquência faziam da retórica uma técnica persuasão
-         Transformando o discurso numa arte de sedução, a sofística transformou-se num instrumento de manipulação
-         Devido à sua postura relativista quanto à questão do "saber" e da "verdade", desenvolveu o recurso à noção de "prova"
-         Privilegia a opinião "doxa”

Características da filosofia
-         Tem objectivos de investigação - procura/pesquisa racional da verdade absoluta e universal
-         É um meio de procurar a verdade e o aperfeiçoamento do ser humano - coincidência das dimensões gnosiológica e ética
-         Desenvolve a dialéctica
-          Visa o esclarecimento e a compreensão através do exercício da razão
-         Privilegia a sabedoria



Quais as críticas que faz Platão aos Sofistas?
Quais as abordagens/concepções de verdade nos Sofistas e em Platão?


14 comentários:

  1. Os sofistas eram eruditos que se apresentavam como oradores e professores que ensinavam a retórica, a arte de argumentar, a arte de persuadir e a gramática. Preparavam jovens com aspirações políticas, tinham um saber dito enciclopédico e transmitiam verdades feitas. Apareceram como necessidade do próprio regime: a democracia.
    Platão, filósofo da antiguidade grega, discípulo de Sócrates criticava arduamente os sofistas. Platão considerava que os sofistas investiam na manipulação, que muitos sofistas entraram no campo da manipulação. A retórica era apenas sofistica, tem uma finalidade prática que está ligada ao exercício do poder político. Os sofistas defendiam o relativismo. O relativismo defende que não existe verdades universais no campo da ética, existem apenas os vários códigos morais. Tudo quanto existe são os costumes de sociedades diferentes. Não se pode dizer que estes costumes estão “correctos” ou “incorrectos”, pois isso implicaria ter um padrão independente de certo e errado, pelo qual poderíamos julgá-los. Mas tal padrão não existe; todos os padrões são determinados por uma cultura. Platão criticava este relativismo sofístico tanto no campo da ética, como no campo do conhecimento.
    Os sofistas e os filósofos tinham concepções diferentes de “verdade”. Os sofistas preocupavam-se com a procura de argumentos e ideias para defender esses mesmos argumentos, sem que se preocupassem com a procura pela verdade, a “verdade” não era portanto o objecto da sofística, no entanto era o objectivo máximo de filósofos como Platão. Segundo Platão a retórica sofística preocupava-se apenas com a eficácia do discurso para atingir finalidades práticas, o que faz da retórica uma técnica de persuasão. A sofística tinha portanto objectivos claramente práticos (visava a acção); preocupava-se mais com a forma do que com o conteúdo; procurava captar a atenção dos auditórios, mais do que transmitir-lhe sabedoria; era uma arma de conquista de poder na cidade. O ensino dos sofistas é um ensino formal, para eles, a verdade é relativa consoante a sua utilidade, o individuo e a situação. Os sofistas defendem qualquer causa, qualquer ideia, não lhes interessa a procura pela verdade, no entanto não fazem a distinção entre conhecimento sensível e conhecimento racional, este é o seu maior erro, e por isso caem na posição de relativismo, que acaba por se refutar a si própria, visto que ao dizerem que a verdade é relativa, para eles isso mesmo é universal. Resumindo para os sofistas a verdade era relativa; subjectiva; um ponto de vista e particular.

    Continua no proximo comentario

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  2. Enquanto isto, a filosofia preocupa-se afincadamente com a procura pela verdade e com o aperfeiçoamento ético e ontológico dos seres humanos. Desenvolveu uma arte a que chamamos dialéctica que visava através do discurso com os seus interlocutores a procura da verdade, visiva o esclarecimento e a compreensão. A dialéctica é um processo de abstracção que destrói ideias feitas, para passo a passo através do diálogo chegar a uma conclusão. Os filósofos empenham-se na procura da verdade com humildade, isto é, quanto mais sabem, mais tomam conhecimento da sua ignorância.
    Platão faz a distinção entre dois mundos: o mundo sensível e o mundo inteligível; e assim estabelece uma série de dualismos: dualismo cosmológico (dois mundos: o mundo sensível e o mundo inteligível); dualismo gnosiológico (dois níveis de conhecimento); dualismo ontológico (dois níveis de ser: o ser e o parecer) e dualismo antropológico. Para Platão o mundo sensível é o dos objectos que percepcionamos, o mundo dos sentidos: tacto, audição, olfacto, paladar e visão. Para este filósofo este mundo é uma ilusão, uma aparência, uma sombra do mundo inteligível. O mundo inteligível é constituído pelas realidades, as essências, o mundo sensível é a sombra deste mundo. Segundo Platão o Homem vive no mundo sensível, mas durante toda a sua vida deve tentar atingir o mundo inteligível. Quando olhamos em redor captamos as aparências. A realidade não se mostra directamente à nossa percepção sensível. Os nossos sentidos captam o parecer e não o ser. Assim Platão faz a distinção entre o parecer e o ser, entre o plano da aparência e da razão. A verdade é o conhecimento da realidade, do ser das coisas. O mundo sensível é um mundo mutável, está em constante mudança, em constante transformação e devir, enquanto que o mundo inteligível permanece imutável. No mundo inteligível situam-se as ideias, os conceitos e as essências. Ora se para Platão o mundo sensível é uma aparência, o que da origem a um conhecimento aparente, então neste mundo só se pode atingir a opinião. O mundo inteligível é a realidade, então este é o conhecimento verdadeiro, Episteme. Para se passar do mundo sensível para o mundo inteligível é necessário fazer um percurso racional através da dialéctica (processo de abstracção, racionalização, através do diálogo). No conhecimento sensível temos dois tipos de conhecimento: a ignorância e em seguida a opinião. No conhecimento inteligível existem também dois tipos de conhecimentos: conhecimento matemático e conhecimento filosófico. Em Platão as realidades e os conceitos são de natureza ética sobretudo. A ideia máxima de é a ideia de bem. O conhecimento é feito no campo da ética. E realidade é portante o objecto do conhecimento.


    Vanessa Pontes

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  3. A principal crítica que Platão fazia em relação aos sofistas era a forma de como estes distinguiam a verdade e erro, pois o que para Platão era necessário para os sofistas não tinha importância. Para Platão o sofismo não era nenhuma verdade, nem ciência. Os sofistas, do ponto de vista de Platão, eram apenas professores que criavam longas discussões, como se possuíssem toda a sabedoria. Platão discordava especialmente pois a sofistica preocupava-se mais com a forma do que com o conteúdo, procurava captar a atenção dos auditores mais do que transmitir-lhes um saber e visava a manipulação.
    A verdade para Platão é a visão da realidade captada pela razão, a verdade não é concreta nem palpável, é relativa. A busca da verdade é o último objectivo dos filósofos. Só o verdadeiro conhecimento merece ser defendido. Para os sofistas a verdade é um ponto de vista, não sendo possível conhecer uma verdade única, qualquer tese é defensável. A verdade é a tese do orador com o melhor desempenho argumentativo. Maria Ana, nº 22 11ºB

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  4. Os sofistas eram eruditos que se apresentavam como oradores e professores que ensinavam a retórica, a arte de argumentar, a arte de persuadir e a gramática. Preparavam jovens com aspirações políticas, tinham um saber dito enciclopédico e transmitiam verdades feitas. Apareceram como necessidade do próprio regime, a democracia.
    Platão, filósofo da antiguidade grega, discípulo de Sócrates criticava arduamente os sofistas pois diz que entraram no campo da manipulação.
    Os sofistas tomam posições que interessam a filosofia e defendem uma posição, o relativismo (no campo da ética e no campo do conhecimento).
    no campo do conhecimento, todo o conhecimento é relativo (pode variar) é negar que há um conhecimento absoluto. uma verdade absoluta é uma verdade universal e que se empenha a todos os sujeitos.
    No campo da ética, impera o domínio moral e o que é moralmente correcto numa sociedade noutra pode não ser. Não há valores universais, são relativos e negam a existência de valores absolutos e universais.
    Sócrates na sua vida procurou a verdade, através do seu método , a interrogação, daí procurava conceitos (o que é o bem?) platão distingue a sofistica e a filosofia que se dá em termos ontológicos, vai procurar os fundamentos do conhecimento.
    a sofistica procura ser do mundo sensível, pois é o mundo da ilusão e da aparência, o mundo sensível imita o mundo inteligível e pois como sabemos os sofistas tem um saber enciclopédico, limitam-se a defender ideias enquanto que os filósofos pertencem ao mundo inteligível, constituído pelas realidades, pelas essências das coisas e pela realidade, a verdadeira realidade.
    A filosofia tinha objectivos de investigação da procura da verdade, enquanto que a sofistica tinha objectivos claramente práticos, preocupavam-se com a forma e não com o conteúdo, quando que essa era a maior preocupação dos filósofos, o conteúdo que visavam o esclarecimento e a compreensão dos seus discípulos.
    Platão criticava o relativismo sofístico tanto no campo da ética, como no campo do conhecimento.
    Os sofistas e os filósofos tinham concepções diferentes de verdade/conhecimento. Os sofistas preocupavam-se com a procura de argumentos e ideias para defender esses mesmos argumentos, sem que se preocupassem com a procura pela verdade, a issência do verdadeiro conhecimento.

    Joana

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  5. -Platão demonstra que a sofística tinha como objectivo o desenvolvimento do poder de argumentação, da habilidade retórica isto é, Platão critica o modo persuasivo e manipulativo dos sofistas.
    Os Sofistas possuíam um saber enciclopédico, eram professores que ensinavam verdades feitas a alunos cujos objectivos eram objectivos políticos, levando em consideração os interesses dos alunos, davam aulas de gramática e retórica.
    As suas mensagens eram passadas através de jogos de palavras, que iriam ser abordados na arte de convencer/manipular.
    A verdade para os Sofistas é relativa, logo tudo seria relativo ao homem, isto é a verdade para eles dependia de pessoa para pessoa.
    - A sofistica defende o relativismo, isto é todo o conhecimento é relativo, não existe em caso algum conhecimento/verdades absolutas. Os valores são relativos, negam a existência de valores absolutos e universais.
    Platão faz a distinção entre dois mundos, o mundo sensível e o inteligível, afirmava também que os sofistas não conseguiam distinguir estes dois mundos completamente opostos.
    No mundo sensível Platão diz que apenas persiste a Aparência, a verdade está naquilo que conseguimos percepcionar, e, no inteligível encontra-se a verdadeira realidade.
    Na filosofia toda a verdade é universal e absoluta, logo é a visão captada através da razão, nenhuma verdade é relativa.

    Miguel Almeida, nº24

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. O embate entre Platão e os Sofistas deu-se devido às suas desiguais concepções de verdade, da natureza do conhecimento e da realidade. Gerou-se, também, o conflito devido ao mau uso da retórica, afirmavam Sócrates e Platão, por parte dos Sofistas, pois usavam-na para iludir e manipular. Tanto que Platão fez a distinção entre dois usos da linguagem: o uso retórico e o uso filosófico. Em que o uso retórico estava estreitamente ligado ao exercício do poder político e, como, estava ligado aos sofistas, visto que estes eram professores de retórica e visavam preparar os jovens que tinham ambições no campo da política. O uso filosófico estava ligado aos filósofos em que se orientava a dimensão do discurso para a procura do bem e para a realização do Homem.
    A retórica é a arte de bem de falar ou eloquência que, para Platão, era apenas sofística. O objectivo dos sofistas não era procurar a verdade, mas sim defender pontos de vista. Para isso, tinham de saber argumentar e persuadir, usando a retórica. Porém, os sofistas não se servem da arte de persuadir da melhor forma, entrando no campo da manipulação. O ensino dos Sofistas era formal, de modo a estes defenderem as ideias de uma determinada cidade só quando estão inseridos nela. Enquanto para os filósofos existe a dialéctica que é o método usado para destruir ideias feitas para, passo a passo, chegar a conclusões que são verdades objectivas e universais.
    As concepções de verdade para os sofistas e para Platão eram bastante distintas. Ao passo que Platão afirmava que a verdade é universal e absoluta, os Sofistas contradiziam afirmando que não existem verdades únicas e estáveis (relativismo no campo do conhecimento). Contudo ao dizerem que não há verdades absolutas estão a contradizerem-se.
    Platão fez a distinção entre o mundo inteligível e o mundo sensível, em que este último é o mundo dos sentidos, o mundo das aparências, das coisas que percepcionamos e das cópias da realidade, e o mundo inteligível é o que nos permite a obtenção da verdade, através da razão, pois é um mundo das essências e das ideias, que é racional e imutável. Ou seja, o mundo sensível é uma sombra do mundo inteligível. Este filósofo do período clássico da Grécia Antiga sustentava, ainda, a ideia de que só o verdadeiro conhecimento merece ser defendido.
    Por outro lado, os Sofistas abordavam a verdade como sendo um mero ponto de vista, uma opinião. Ou seja, para os professores de retórica, entre opinião e verdade não existem diferenças. Sustentavam a ideia de que a verdade é relativa, subjectiva e particular sendo susceptível de mudar de indivíduo para indivíduo, ou de um momento para o outro para uma só pessoa. Para eles, tudo aquilo que era argumentado podia ser defendido e a verdade cabia à melhor tese ou ponto de vista do orador com melhor desempenho.
    Marisa Lourenço

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  8. A Democracia teve origem na Grécia Antiga. Neste novo regime, o domínio social e político dependia da capacidade do orador de conquistar o povo. Esta capacidade seria a retórica: a arte de bem falar, de organizar um discurso eloquente com argumentos para defender, impingir e expor a sua a tese ao auditório de forma a persuadi-lo. Assim surgindo uma necessidade da Democracia grega, os sofistas.

    Os sofistas eram professores pagos (um aspecto contestado pelos filósofos pois, pelo contrário, os filósofos encaravam a função de ensinar com uma postura diferente, com uma postura humilde e desinteressada), cujos alunos, normalmente aspirantes a cargos políticos ou sociais, além de aprenderem a gramática, aprendiam também a retórica. Estes professores, ao contrário dos filósofos, possuíam uma sabedoria somente enciclopédica e baseavam o seu ensinamento em verdades feitas, ou seja, transmitiam ideias formuladas sem qualquer reflexão por parte do aluno.

    Os sofistas defendiam o relativismo devido à sua experiência de viajar de cidade em cidade, contactando com diversas culturas. Concluindo que a verdade variava consoante a lei ou opinião maioritária impingida na localidade. Estes professores acreditavam que tudo era relativo, todo o conhecimento e todos os valores, negando a universalidade. O único objectivo da sofistica seria defender as suas ideias, independentemente do valor ético ou racional, seria sobretudo um exercício prático da retórica. Este assunto foi bastante criticado pelos filósofos, visto que, ao contrário dos filósofos que para além de terem como objectivo o aperfeiçoamento ético, tinham também como objectivo a procura da verdade, para os sofistas a verdade ou não é relevante ou é relativa tratando-se assim de uma argumentação formal (se o conteúdo é variável, não é determinante, logo, apenas a forma de apresentação é relevante) em que a própria verdade é variável de indivíduo para indivíduo e até mesmo de situação para situação. Esta verdade característica da sofistica além de ser relativa, subjectiva e particular é também apenas um ponto de vista que o orador necessita de defender naquela situação, ou seja, a verdade é a tese do orador com melhor desempenho argumentativo.


    Raquel Morgado

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  9. Continuação

    Os filósofos não criticavam apenas a relatividade nem o seu objectivo, mas também a sua utilização da retórica. Estes pensadores vão considerar que os sofistas se preocupam e investem na argumentação até atingirem a manipulação, o mau uso da retórica, concentrando-se nos resultados seduzindo o auditório e apelando às suas emoções visando apenas os interesses do orador.

    O relativismo além de se refutar a si próprio (ao afirmar que não existem universalidades, afirma uma regra universal) era refutado pelos filósofos. Platão, filósofo grego estabeleceu dualismos, o dualismo cosmológico (mundo sensível e mundo inteligível) que implicava um dualismo gnosiológico (conhecimento sensível e conhecimento inteligível) e o dualismo ontológico (composto por dois níveis de "ser"). O mundo sensível, como o nome indica, é o mundo dos sentidos, dos objectos que percepcionamos, um mundo de transformações. Este é apenas uma ilusão, como uma sombra do mundo real: o mundo inteligível, um mundo racional e imutável. Esta distinção não foi feita pelos sofistas, logo, ao afirmarem o relativismo, estariam cingidos ao mundo sensível, ou seja, tudo o que resulta de uma análise sensível, está susceptível a ser relativo.
    Para Platão, o árduo caminho do mundo sensível (da ignorância à opinião) ao inteligível (do conhecimento científico ao conhecimento filosófico), o caminho do “parecer” ao “ser” realiza-se através da dialéctica, o método que permite destruir ideias feitas para, etapa a etapa, atingir conclusões - as verdades objectivas e universais.

    Pois uma das bases estabelecidas por Platão refere-se à verdade. Se a percepção de uma realidade for de uma ilusão, as conclusões resultantes também serão ilusórias, no entanto, se a captação for da verdadeira realidade, as conclusões serão verdadeiras, logo a verdade é o conhecimento da realidade.

    Raquel Morgado

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  10. A retórica nasceu na Grécia, desenvolveu-se em Atenas, e atingiu particular relevância durante o século V a.C., coincidido com o apogeu da democracia. Tal como nos nossos dias, na democracia grega, a capacidade de argumentação tornou-se um factor decisivo na conquista do poder e os cidadãos que queriam dedicar-se política precisavam de adquirir essa capacidade. Devido a estas circunstâncias, surgem os sofistas que são oradores e professores da retórica, ensinado as bases de argumentação e persuasão formando as elites políticas. No entanto o filósofo Sócrates, grande figura na altura tentava transmitir a arte da filosofia, arte de pensar racionalmente, utilizando um método muito perspicaz, este era conhecimento por utilizar apenas o diálogo, comunicando e transmitindo a capacidade de procurar a verdade, a partir do diálogo utilizava a ironia e a maiêutica para reforçar o seu diálogo. Apesar de os sofistas serem de grande importância na altura, Sócrates e Platão vão opor-se a estas ideias, defendendo a filosofia. Estes criticavam que os sofistas utilizavam a retórica com o objectivo de manipular ou seja entravam no campo da manipulação para defender a sua tese, sem se preocupar com a verdade, foi por esta razão que a retórica sofística preocupa-se mais com a eficácia do discurso para atingir finalidades práticas, fizeram da retórica uma técnica de persuasão. Sobretudo os filósofos não ficaram agradados, pela perspectiva pragmática e relativista em relação aos valores tradicionais, defendida pelos sofistas, que tinham concepções diferentes acerca do conhecimento, da finalidade da vida política e do Homem. Estas ideias relativistas por parte dos sofistas envolviam o conhecimento e a ética, ao dizermos que o conhecimento é relativo, estaremos a afirmar que não existe um conhecimento/ verdade absoluta, e uma ética relativista significa que os valores são relativos negando a existência de valores absolutos/ universais, estas teorias foram extremamente criticadas por Platão. Quando pensamos sobra a utilização da argumentação, reparamos que serve para expor, justificar, partilhar e discutir as nossas ideias e fazer avançar o conhecimento. Podemos é perguntar o que é o conhecimento e a verdade ou ainda o que podemos conhecer.

    continua...

    Ruben Guerreiro nº 25

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  11. Ora as respostas de Platão eram claramente diferentes dos sofistas. Pois estes concebiam a verdade simplesmente como um ponto de vista sobre a realidade, não havendo uma verdade única que fosse sempre idêntica. Platão pelo contrário, admitia a existência de um mundo imutável, original e verdadeiro, concebendo a verdade como sendo a “visão” racional desse mundo ideal que constitui a meta que todos os filósofos se propõem a alcançar. Tendo duas perspectivas diferentes, não é de espantar que os sofistas e o filósofos não estivessem de acordo. Segundo os sofistas, qualquer tese é defensável, pois a verdade é a tese defendida pelo melhor orador. Em contrapartida, para Platão só o verdadeiro conhecimento era digno de ser defendido e este é o que permite ver a realidade, desenvolveu-se uma arte a que chamaram dialéctica que visava através do discurso com os interlocutores a procura da verdade, visando o esclarecimento e a compreensão, a dialéctica é um processo de abstracção que destrói ideias feitas, para passo e passo através do diálogo chegar à conclusão, mas no entanto para chegarmos à realidade é necessário atravessar vários níveis: a realidade sensível, que era a ilusão e aparência, e a realidade autêntica, como uma sombra é menos real que um objecto físico, e este é menos real do que uma forma pura. A estes níveis de realidade correspondiam níveis diferentes de conhecimento a opinião e o conhecimento, respectivamente. Por isso, a investigação começa pela recusa do mundo aparente, que é construído em nós a partir das informações fornecidas pelos sentidos, e pelo desenvolvimento de capacidades intelectuais que nos permitam ver um mundo invisível aos sentidos: um mundo inteligível, só visível pela razão. A verdade será então, este conhecimento racional do mundo inteligível. Estas eram as explicações de Platão que utilizou vários dualismos, como já referidos, dois níveis de conhecimento( gnosiológico), dois níveis de realidade( ontológico) e pois claro a distinção entre o mundo aparente e o mundo real ( cosmológico). Assim poderemos verificar que Platão criticava arduamente os sofistas pelas ideias que tinham, na utilização da retórica, não se preocupando com a verdade chegando até manipular, e pois claro as suas teorias sobre o conhecimento e realidade, em que os filósofos vão se opor e procurar o mundo da verdadeira realidade.

    Ruben Guerreiro nº 25

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  12. WOW MUITO INFORMATIVO! EXPLICA MUITO MELHOR DO QUE A MINHA PROFESSORA DE FILOSOFIA AHAHA lol :)

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