domingo, 26 de abril de 2015
A mistura de fatores objetivos e subjetivos na escolha das teorias
(…) Mas devemos ir além da lista de critérios partilhados para as características dos indivíduos que fizeram a escolha. Quer dizer, há que lidar com características que variam de um cientista para outro sem com isso arriscar minimamente a sua aderência aos cânones que tornam científica a ciência. Embora tais cânones existam e devam ser descobertos (sem dúvida, os critérios de escolha com que comecei estão entre eles), não são por si suficientes para determinar as decisões dos cientistas individuais. Para esse propósito, os cânones partilhados devem estudar-se de maneiras que diferem de um indivíduo para outro.
A incomensurabilidade dos paradigmas
À semelhança da escolha entre instituições políticas rivais, a que se verifica entre paradigmas rivais revela ser uma escolha entre modos de vida comunitária incompatíveis. Devido a este caráter, a escolha não é, nem pode ser, determinada meramente pelos procedimentos de avaliação característicos da ciência normal, pois estes dependem, em parte, de um paradigma específico, e esse paradigma está em causa.
A evolução da ciência segundo Kuhn
A ciência normal, a atividade em que, inevitavelmente, a maioria dos cientistas consome quase todo o seu tempo, constitui-se na suposição de que a comunidade científica sabe como é o mundo. Grande parte do êxito da pesquisa deve-se ao facto da comunidade se encontrar disposta a defender essa suposição, mesmo que seja necessário pagar um preço elevado. A ciência normal, por exemplo, suprime frequentemente inovações fundamentais, devido a permanecerem demasiado subversivas relativamente às suas crenças habituais.
segunda-feira, 13 de abril de 2015
A atitude estética
Van Gogh
A atitude estética, ou a «forma estética de contemplar o mundo», é geralmente contraposta à atitude prática, na qual só interessa a utilidade do objecto em questão. O verdadeiro negociante de terrenos que contempla uma paisagem só a pensar no possível valor monetário do que vê não está a contemplar esteticamente a paisagem.
domingo, 12 de abril de 2015
crítica libertarista de Nozick
António Berni
Pensar que a tarefa de uma teoria distributiva da justiça é preencher o espaço em branco em «a cada um de acordo com o seu ___» é estar predisposto a procurar um padrão; e o tratamento separado de «de cada um de acordo com o seu___» encara a produção e a distribuição como dois assuntos separados e independentes.
A perspetiva de Popper sobre o desenvolvimento da ciência
O cientista individual pode desejar estabelecer a sua teoria
em vez de refutá-la. Mas, do ponto de vista do progresso da ciência, esse
desejo pode induzi-lo seriamente em erro. Mais ainda, se não examinar a sua
teoria preferida de modo crítico, outros o farão por ele.
O critério da demarcação
Magritte
As teorias científicas estão formuladas em termos precisos, e por isso conduzem a previsões definidas. As leis de Newton, por exemplo, dizem-nos exactamente onde certos planetas aparecerão em certos momentos. Popper chama a isto o "problema da demarcação" — qual é a diferença entre a ciência e outras formas de crença? A sua resposta é que a ciência, ao contrário da superstição, pelo menos é falsificável, mesmo que não possa ser provada. E isto significa que, se tais previsões fracassarem, poderemos ter a certeza de que a teoria que está por detrás delas é falsa.
sexta-feira, 3 de abril de 2015
A perspetiva falsificacionista de popper
O falsificacionismo - aqui
O falsificacionismo: conjetura e refutação - aqui
A perspetiva falsificacionista - aqui
A perspetiva de Karl Popper é que a ciência, em vez de progredir através de teorias que são confirmadas indutivamente, progride na verdade através de teorias que são falsificadas por raciocínio dedutivo.
quinta-feira, 2 de abril de 2015
O problema da indução
De acordo com uma tese amplamente
aceite – e que aqui oporemos -, as ciências empíricas podem caracterizar-se
pelo facto de empregarem os chamados métodos indutivos. Segundo esta
perspetiva, a lógica da investigação científica seria idêntica à lógica indutiva,
ou seja, à análise lógica de tais métodos indutivos.
Ciência e senso comum - continuidade ou rutura?
[...] Pareceu-nos sempre cada vez
mais claro, no decorrer dos nossos estudos, que o espírito científico contemporâneo
não podia ser colocado em continuidade com o simples bom senso, que este novo
espírito científico representava um jogo mais arriscado, que ele formulava
teses que, inicialmente, podem chocar o senso comum.
Véu de ignorância
Suponhamos que, num futuro não muito distante, deixa de haver oferta de árbitros de futebol. (…) Para muitos jogos, torna-se impossível descobrir um árbitro neutro. Suponhamos que foi isto que se passou no jogo entre o Futebol Clube do Porto e o Benfica e suponhamos também que o único árbitro qualificado a assistir ao desafio é o presidente do Futebol Clube do Porto.
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