quinta-feira, 10 de abril de 2014

Contratualismo


George Segal

De Hobbes a John Rawls, o contratualismo tem uma longa história na filosofia política. No âmbito da ética, o pensamento contratualista é uma tentativa de extrair o conteúdo da moralidade a partir da ideia de um contrato social. Segundo os contratualistas, a ética baseia-se num acordo hipotético entre os membros da sociedade: os princípios éticos a adotar são aqueles que seriam acordados ou escolhidos pelas «partes contratuantes» numa situação inicial, prévia à moralidade.

As diversas versões do contratualismo distinguem-se entre si pelo modo como concebem essa situação inicial e descrevem as partes contratantes – e também podem distinguir-se quanto ao resultado do acordo.
(…)
No contratualismo hobbesiano as partes contratantes têm uma motivação fundamentalmente egoísta. Sabem que, caso cada indivíduo se limite a perseguir os seus interesses sem nenhum tipo de consideração pelos interesses dos outros, todos ficarão a perder, pelo que concordarão seguir normas que se revelam mutuamente vantajosas. Aceitarão, por exemplo, a proibição de matar. Essa proibição limitará o que cada um poderá fazer de modo a promover o seu próprio bem estar, mas esse custo será amplamente compensado pelos benefícios de viver numa sociedade em que os outros estejam inibidos de matar quem lhes seja inconveniente. (…)

                                 Pedro Galvão, "Ética", in Filosofia, Uma Introdução por Disciplinas



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