Conheci um homem já idoso que tinha sido oficial na primeira
guerra mundial. Disse-me que um dos seus problemas fora o de conseguir que os
seus homens usassem capacete quando se encontravam em risco de receber fogo
inimigo. O argumento dos soldados incluía a ideia de todas as balas terem «um
número». Se uma bala tivesse o número de um soldado, não valia a pena tomar
precauções, visto que iria matá-lo. Por outro lado, se nenhuma bala exibisse o
seu número, o soldado estaria a salvo por mais um dia, tornando-se
desnecessário usar um incómodo e desconfortável capacete.
sábado, 30 de novembro de 2013
Fatalismo
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A Ação Humana: Análise e Compreensão do Agir,
Determinismo e liberdade na ação humana,
Fatalismo,
O problema do livre-arbítrio
Schubert - Sonata No. 21 in B-flat major, D. 960 (Maria João Pires)
Sugestão musical para este fim de semana
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
Libertismo
Edward Hopper
O Libertismo é a perspetiva de que pelo
menos algumas das nossas acções são livres porque, na verdade, não estão
causalmente determinadas. Segundo esta teoria, as escolhas humanas não estão
constrangidas da mesma forma que outros acontecimentos do mundo. Uma bola de
bilhar, quando é atingida por outra bola de bilhar, tem de se mover numa certa
direcção a uma certa velocidade. Não tem escolha. As leis causais determinam
rigorosamente o que irá acontecer. Contudo, uma decisão humana não é assim.
Dilema do Determinisno
Dilema de Hume
Nome por vezes dado ao dilema segundo o qual ou as nossas
ações são determinadas, caso em que não somos responsáveis por elas, ou então
são o resultado de acontecimentos aleatórios, caso em que também não somos
responsáveis por elas.
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
O problema do compatibilismo
Matisse
Na opinião
da maior parte dos filósofos de hoje, o compatibilismo tem as melhores
hipóteses de salvar o livre-arbítrio e de proteger a noção de responsabilidade
moral do ataque do determinismo. Contudo, o compatibilismo tem um problema
grave. O compatibilismo afirma que somos livres se as ações decorrem do nosso
caráter e dos nossos desejos não manipulados. O problema é que, em última
análise, o nosso carácter e os nossos desejos são causados por forças que não
controlamos. Este facto é suficiente para colocar em dúvida a nossa
«liberdade».
Compatibilismo
Edward Hopper
O Compatibilismo é a ideia de que um ato
pode ser simultaneamente livre e determinado. Isto pode parecer uma
contradição, mas, segundo esta teoria, isso não é verdade. Contrariamente ao
que possamos pensar, é possível aceitar que o comportamento humano está
causalmente determinado e pensar corretamente em nós próprios como agentes
livres.
Entre os filósofos, o Compatibilismo é de
longe a teoria do livre-arbítrio mais popular. De uma forma ou de outra foi a
teoria de Hobbes, Hume, Kant e Mill, e é defendida hoje pela maior parte dos
autores que escrevem sobre o assunto. Isto costuma surpreender as pessoas que
não estão familiarizadas com a literatura filosófica, dado que o livre-arbítrio
e o Determinismo parecem obviamente incompatíveis. De que modo são supostamente
consistentes entre si?
sábado, 23 de novembro de 2013
O homem é liberdade
Edward Hopper
O homem não é mais
que o que se faz a si mesmo. Tal é o primeiro princípio do existencialismo. (…)
O homem é no início um projeto que tem consciência de si mesmo e não um creme,
um pedaço de lixo ou uma couve-flor; nada existe anteriormente a este projeto;
nada há no céu; o homem é o que tiver projetado ser. (…) Mas se verdadeiramente
a existência precede a essência, o homem é responsável por aquilo que é. Assim,
o primeiro passo para o existencialismo é dar a cada homem a consciência do que
é e atribuir-lhe a responsabilidade completa pela sua existência.
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
domingo, 17 de novembro de 2013
Será o determinismo compatível com a responsabilidade moral?
Personagens: Lázaro:
defensor do livre arbítrio; Daniel: defensor do determinismo; Carolina:
defensora do compatibilismo.
LÁZARO: Aí vem a
Carolina. Talvez ela nos possa dizer o que pensa sobre o assunto.
DANIEL: Olá,
Carolina.
CAROLINA: Olá,
Daniel. Olá, Lázaro.
LÁZARO: Eu e o
Daniel estávamos a falar do julgamento por assassínio do Leopoldo e do Carlos.
CAROLINA: É esse o
julgamento no qual Clarence Darrow tentou persuadir o juiz de que os réus não
deveriam ser condenados à morte por terem assassinado um miúdo?
sábado, 16 de novembro de 2013
sexta-feira, 15 de novembro de 2013
O âmbito e os meios da Retórica
Edward Hopper
Entendamos por
retórica a capacidade de descobrir o que é adequado a cada caso com o fim de
persuadir. Esta não é seguramente a função de nenhuma outra arte; pois cada uma
das outras apenas é instrutiva e persuasiva nas áreas da sua competência; (…)
Mas a retórica parece ter, por assim dizer, a faculdade de descobrir os meios
de persuasão sobre qualquer questão dada. (…)
quinta-feira, 14 de novembro de 2013
Lógica informal
Enquanto a lógica formal diz respeito aos argumentos dedutivos e estuda os aspetos formais da argumentação, distinguindo os argumentos válidos dos inválidos pela forma lógica, a lógica informal estuda argumentos cuja validade não depende exclusivamente da sua forma lógica, mas também do conteúdo da argumentação.
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domingo, 10 de novembro de 2013
Livre-arbítrio e determinismo
Supõe que estás na bicha de uma cantina e que, quando chegas às sobremesas, hesitas entre um pêssego e uma grande fatia de bolo de chocolate com uma cremosa cobertura de natas. O bolo tem bom aspecto, mas sabes que engorda. Ainda assim, tiras o bolo e come-lo com prazer. No dia seguinte vês-te ao espelho, ou pesas-te, e pensas: «Quem me dera não ter comido o bolo de chocolate. Podia ter comido antes o pêssego.»
«Podia ter comido antes o pêssego.» Que quer isto dizer? E será verdade?
sábado, 9 de novembro de 2013
O Argumento Determinista
Edward Hopper
(…) “Acredito no Livre Arbítrio. Não tenho outra escolha”.
Singer (Isaac Bashevis) sabia que este pequeno gracejo colocava uma questão filosófica séria. É difícil não pensar que temos livre arbítrio. Quando estamos a decidir o que fazer a escolha, a escolha parece inteiramente nossa. A sensação interior de liberdade é tão poderosa que podemos ser incapazes de abandonar a ideia de livre-arbítrio, por muito fortes que sejam as provas da sua inexistência.
Flora Purim - O Cantador
Como sugestão musical para este fim de semana, um pouco de jazz cantado ...
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
Egoísmo psicológico
Magritte
O egoísmo
psicológico é uma teoria da motivação que afirma que todos os nossos desejos
últimos se referem a nós mesmos. Sempre que queremos bem aos outros (ou mal),
temos esses desejos que se referem aos outros apenas instrumentalmente;
preocupamo-nos com os outros apenas porque pensamos que o seu bem-estar
influenciará o nosso próprio bem-estar. Como afirmei, o egoísmo é uma teoria
descritiva, não é normativa. Procura caracterizar o que de facto motiva os
seres humanos, mas nada diz sobre se essa motivação é certa ou errada.
terça-feira, 5 de novembro de 2013
Causalidade natural e causalidade intencional
Temos conhecimento
de dois tipos de explicação de acontecimentos, duas maneiras diferentes de os objetos
causarem acontecimentos. Há a causalidade inanimada e a causalidade
intencional. Quando a dinamite produz uma explosão particular, fá-lo porque
tem, como uma das suas propriedades, o poder e a possibilidade de exercer esse
poder sob certas condições – quando é inflamada à temperatura e pressão
adequadas. A dinamite tem de dar origem a uma explosão sob essas condições; não
tem opção e não há nada de deliberado nisso.
domingo, 3 de novembro de 2013
Sunday Morning
A sugestão musical para este domingo "Sunday Morning", homenageando Lou Reed e os Velvet Underground (uma das melhores bandas de sempre). Este é também um album memorável.
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
As pessoas serão responsáveis pelo que fazem?
Edward Hopper
Em 1924, dois
adolescentes de Chicago, Richard Loeb e Nathan Leopold, raptaram e assassinaram
um rapaz chamado Bobby Franks apenas para provar que conseguiam fazê-lo. O
crime impressionou o público. Apesar da brutalidade do seu acto, Leopold e Loeb
não pareciam especialmente perversos. Provinham de famílias ricas e eram ambos
estudantes excelentes. Aos dezoito anos, Leopold era o licenciado mais jovem na
história da Universidade de Chicago, e, aos dezanove anos, Loeb era a pessoa
mais nova que se tinha licenciado na Universidade de Michigan. Leopold estava
prestes a entrar na Escola de Direito de Harvard. Como era possível que
tivessem cometido um assassinato absurdo? O seu julgamento iria receber o mesmo
tipo de atenção que o de O. J. Simpson, setenta anos mais tarde.
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