As teorias científicas estão formuladas em termos precisos, e por isso conduzem a previsões definidas. As leis de Newton, por exemplo, dizem-nos exactamente onde certos planetas aparecerão em certos momentos. Popper chama a isto o "problema da demarcação" — qual é a diferença entre a ciência e outras formas de crença? A sua resposta é que a ciência, ao contrário da superstição, pelo menos é falsificável, mesmo que não possa ser provada. E isto significa que, se tais previsões fracassarem, poderemos ter a certeza de que a teoria que está por detrás delas é falsa. Pelo contrário, os sistemas de crenças como a astrologia são irremediavelmente vagos, de tal maneira que se torna impossível mostrar que estão claramente errados. A astrologia pode prever que os escorpiões irão prosperar nas suas relações pessoais à quinta-feira, mas, quando são confrontados com um escorpião cuja mulher o abandonou numa quinta-feira, é natural que os defensores da astrologia respondam que, considerando todas as coisas, o fim do casamento provavelmente acabou por ser melhor. Por causa disto, nada forçará alguma vez os astrólogos a admitir que a sua teoria está errada. A teoria apresenta-se em termos tão imprecisos que nenhumas observações actuais poderão falsificá-la.
terça-feira, 30 de abril de 2013
Como procede o cientista para conhecer a realidade?
O salmão prateado nasce nas correntes frias do noroeste do Oceano Pacífico. O pequeno peixe nada até ao Pacífico Sul, onde poderá passar até cinco anos para atingir a maturidade física e sexual. Em seguida, em resposta a algum estímulo desconhecido, volta às correntes frias para desovar. Acompanhando o roteiro do peixe, descobre-se um facto curioso. Ele volta, quase sempre, precisamente ao seu local de origem. Eis aqui um facto-problema que pede explicação. Como é possível que o peixe identifique exactamente o lugar onde nasceu, depois de tantos anos e de percorrer tão longa distância?
Uma
das hipóteses sugeridas para explicar o retorno foi a de que o salmão descobre
o caminho de volta reconhecendo objectos que identificou durante a primeira
viagem. Se esta hipótese estivesse correcta, então, vendando os olhos do
salmão, ele não conseguiria voltar. Daí temos:
H1: o salmão
utiliza apenas os estímulos visuais para encontrar o seu caminho de volta.
Consequência preditiva: o salmão x, com os olhos vendados, não será capaz de voltar.
Suponha-se que o salmão x, com
os olhos vendados, encontre o seu caminho de volta. O resultado dessa
experiência falseia a hipótese. Por outro lado, suponha-se que o peixe com os
olhos vendados não encontre o caminho de volta. Este resultado seria capaz de
verificar, assegurar a verdade da hipótese do estímulo visual? Não. Apenas
podemos afirmar que o resultado experimental apoiou a hipótese.(...)
As
experiências realizadas para testar a predição da hipótese acima revelaram que
todos os salmões com os olhos vendados conseguiram voltar ao seu lugar de
origem, o que desconfirma a
hipótese.
sábado, 27 de abril de 2013
quinta-feira, 25 de abril de 2013
quarta-feira, 24 de abril de 2013
Falsificacionismo: Conjetura e Refutação
Outra saída para o problema da indução, pelo menos tal como ele afeta o tema do método científico, é negar que a indução seja a base do método científico. O falsificacionismo, a filosofia da ciência desenvolvida por Karl Popper (1902-1994), entre outros, faz isso mesmo. Os falsificacionistas defendem que a perspetiva simples da ciência está errada. Os cientistas não começam por fazer observações, começam por uma teoria. As teorias científicas e as chamadas leis da natureza não pretendem à verdade: ao invés, são tentativas especulativas de oferecer uma análise de vários aspetos da natureza. São conjeturas: suposições bem informadas, concebidas para serem melhores do que as teorias anteriores.
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o problema da indução
Tentativas de solução ao problema da indução
"Não podemos ter a certeza que o sol irá nascer amanhã, mas podemos, com base na indução, achar que isso é altamente provável"
Parece funcionar
Uma resposta ao
problema da indução é fazer notar que a confiança na indução não é apenas
generalizada, mas também razoavelmente frutuosa; a maior parte das vezes é uma
forma bastante útil de descobrir irregularidades na natureza e de descobrir o
seu comportamento futuro.
domingo, 21 de abril de 2013
O problema da indução
Alguém
pode dizer: "De facto, não podemos deduzir validamente proposições sobre o
futuro de proposições sobre o passado; isso seria uma dedução e nós não a temos
neste caso. Mas os indícios aqui são indutivos: a indução dá-nos
probabilidades, não certezas, mas diz-nos que se as pedras sempre caíram há a
probalidade, não a certeza, de que cairão amanhã." Mas isto, claro, é o
que Hume põe em questão: a aceitabilidade dos argumentos indutivos. Dizer que
há evidência indutiva de que a indução continuará a ser fiável é assumir o que
está em questão:
Do senso comum à ciência
Uma característica
notável de muita da informação que adquirimos através da experiência comum é
que, embora ela possa ser suficientemente precisa dentro de certos limites,
raramente é acompanhada por qualquer explicação que nos diga por que se deram
certos factos alegados. Deste modo, as sociedades que descobriram os usos da
roda habitualmente nada sabiam sobre forças de fricção, nem sobre as razões que
fazem que os bens colocados em veículos com rodas possam ser transportados com
mais facilidade do que os bens arrastados pelo chão. Muitas pessoas aprenderam
que era aconselhável estrumar os seus campos agrícolas, mas poucas se
preocuparam com as razões para agir assim. As propriedades medicinais das
plantas como a dedaleira foram reconhecidas há séculos, embora habitualmente não
se tenha oferecido qualquer explicação das suas propriedades benéficas. Além
disso, quando o “senso comum” tenta dar explicações para os seus factos – como quando
se explica o valor da dedaleira como estimulante cardíaco através da semelhança
entre a forma da flor e o coração humano – muitas vezes não há testes da relevância
das explicações para os factos.
quarta-feira, 17 de abril de 2013
Teste intermédio de filosofia
Desobediência civil
Algumas pessoas argumentam que a
violação da lei nunca pode justificar-se: se não estamos satisfeitos com a lei
devemos tentar mudá-la através dos meios legais, como as campanhas, a redacção de
cartas, etc. Mas há muitos casos em que tais protestos legais são completamente
inúteis. Há uma tradição de violação da lei em tais circunstâncias conhecida
por desobediência civil. A ocasião
para a desobediência civil emerge quando as pessoas descobrem que lhes é pedido
que obedeçam a leis ou a políticas governamentais que consideram injustas.
segunda-feira, 15 de abril de 2013
O papel de Deus no sistema cartesiano
Mas desde que reconheci que
existe um Deus, ao mesmo tempo compreendi também que tudo o resto depende dele
e que ele não é enganador, e daí concluí que tudo o que concebo clara e
distintamente é necessariamente verdadeiro, mesmo que não atente nas razões pelas
quais julguei que isso era verdadeiro, mas apenas me recorde de o ter visto
clara e distintamente.
sexta-feira, 12 de abril de 2013
Retórica e filosofia
Retórica como manipulação aqui
Sofistas e Platão aqui
Retórica e democracia aqui
Pode-se dizer que os sofistas
criaram a retórica como arte do discurso persuasivo, objeto de um ensino
sistemático e global que se fundava numa visão do mundo. (…) Deve-se a eles a
ideia de que a verdade nunca passa do acordo entre interlocutores, acordo final
que resulta da discussão, acordo inicial também, sem o qual a discussão não
seria possível. (…)
quarta-feira, 10 de abril de 2013
O problema da justiça
Consulta no blog - Sebenta de Filosofia - Os problemas da Filosofia Política
Justiça
|
Retributiva – refere-se ao modo
apropriado com que o Estado pune e castiga quem comete infrações
|
Distributiva – refere-se ao modo adequado
como são distribuídos os bens e os encargos
|
O problema da Justiça:
Como
se deve fazer a distribuição? Qual deve ser o critério para cada um receber o
que lhe é devido?
|
Todos
devem receber o mesmo?
|
Devem
receber mais os que têm mais mérito?
|
|
Devem
receber segundo a maior utilidade geral?
|
O Problema da justificação do Estado
Consulta no blog Sebenta de Filosofia - Problemas da Filosofia Política
Problema da
justificação do Estado
O que legitima a autoridade do Estado?
Qual o fundamento da autoridade do Estado?
Temos sempre o dever de obedecer ao Estado? Haverá situações
em que é legítimo desobedecer?
Ver aqui
Teorias
Contratualistas
Teorias que explicam a origem e legitimidade do Estado
mediante um pacto segundo o qual os indivíduos admitem ser governados por um
poder e autoridade soberanos em troca da garantia da ordem e paz social.
Teorias de T. Hobbes e J. Locke
Ver aqui
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