sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

O argumento cético da ilusão



O argumento da ilusão é um argumento cético que questiona a fiabilidade dos sentidos, ameaçando assim enfraquecer o realismo do senso comum. Habitualmente, nós confiamos nos nossos sentidos, mas, por vezes, eles enganam-nos. Por exemplo, quase toda a gente já teve a experiência embaraçosa de parecer reconhecer um amigo à distância, para descobrir depois que estamos a acenar a um desconhecido.
Uma vara direita parcialmente imersa em água pode parecer curva. Uma maçã pode ter um sabor amargo se acabámos de comer uma coisa muito doce; vista de um certo ângulo, uma moeda redonda parece oval; os carris do combóio parecem convergir à distância; o tempo quente pode fazer com que a estrada pareça tremeluzir; (…). Estas ilusões sensoriais e outras análogas mostram que os sentidos não são sempre completamente fidedignos: parece pouco provável que o mundo exterior seja exactamente como parece ser.

O argumento da ilusão afirma que, porque os nossos sentidos nos enganam por vezes, nunca podemos ter a certeza, perante qualquer caso específico, que não nos estão a enganar neste momento. Este é uma argumento cético porque desafia a nossa crença quotidiana – o realismo do senso comum – de que os sentidos nos dão conhecimento do mundo.

                                     Nigel Warburton, Elementos básicos da Filosofia




Razões céticas para duvidar
Três argumentos:

Argumento das divergências de opinião

Se alguma crença estivesse devidamente justificada não haveria razão para algumas pessoas não as aceitarem. Até os especialistas discordam entre si
Argumento da ilusão

Os sentidos iludem com frequência.

Argumento da regressão infinita da justificação

Justificamos uma crença com base noutra que, por sua vez se justifica com base noutra, numa regressão infinita. Assim, não é possível justificar uma crença.

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