domingo, 11 de outubro de 2015

A dimensão discursiva do trabalho filosófico



Síntese/ Fichas

Avaliar argumentos - aqui

Conselhos para avaliar argumentos - aqui

Usar argumentos como meio de investigação - aqui

Uma procura épica da verdade - aqui

Os argumentos são essenciais, em primeiro lugar, porque são uma forma de tentar descobrir quais os melhores pontos de vista. Nem todos os pontos de vista são iguais. Algumas conclusões podem ser apoiadas com boas razões; outras, com razões menos boas. Mas muitas vezes não sabemos quais são as melhores conclusões. Precisamos de apresentar argumentos para apoiar diferentes conclusões, e depois avaliar tais argumentos para ver se são realmente bons.

Neste sentido, um argumento é uma forma de investigação. Alguns filósofos e ativistas argumentaram, por exemplo, que criar animais só para fornecer carne causa um sofrimento imenso aos animais e que, portanto, isso é injustificado e imoral. Será que eles têm razão? Não se pode decidir consultando os preconceitos que se têm. Estão envolvidas muitas questões. Temos obrigações morais para com outras espécies, por exemplo, ou é só o sofrimento humano que é realmente mau? Podem os seres humanos viver realmente bem sem carne? Alguns vegetarianos viveram até idades muito avançadas. Será que este facto mostra que as dietas vegetarianas são mais saudáveis? Ou é esse facto irrelevante, considerando que alguns não vegetarianos também viveram até idades muito avançadas? (É melhor perguntar se uma percentagem mais elevada de vegetarianos vivem até idades avançadas.) Talvez as pessoas mais saudáveis tenham tendência para se tornarem vegetarianas, ao contrário das outras? Todas estas questões têm de ser consideradas cuidadosamente, e as respostas não são, à partida, óbvias.

Os argumentos também são essenciais por outra razão. Uma vez chegados a uma conclusão bem apoiada por razões, os argumentos são a maneira pela qual a explicamos e defendemos. Um bom argumento não se limita a repetir as conclusões. Em vez disso, oferece razões e dados para que as outras pessoas possam formar a sua própria opinião. Se o leitor ficar convencido que devemos realmente mudar a forma como criamos e usamos os animais, por exemplo, terá de usar argumentos para explicar como chegou a essa conclusão: é assim que convencerá as outras pessoas. Ofereça as razões e os dados que o convenceram a si. Ter opiniões fortes não é um erro. O erro é não ter mais nada.
                                      Anthony Weston, A Arte de Argumentar


ARGUMENTO
Objetivo

Justificar a verdade de uma afirmação


Dar razões que fundamentam uma afirmação

Elementos

Premissas – proposições que apoiam a afirmação


Conclusão – proposição que se pretende justificar

Propriedades
Validade

Se as premissas forem verdadeiras, a conclusão não pode ser falsa


A verdade das premissas garante a verdade da conclusão









DIMENSÃO  DISCURSIVA DO TRABALHO FILOSÓFICO






PROBLEMAS



TEORIAS

Conjunto de proposições (valor de verdade)
ARGUMENTOS
Objetivo

Justificar o valor de verdade de uma proposição (a tese defendida)

Composição

Premissas


Conclusão

Propriedades

Validade

Solidez

Válido


Com premissas verdadeiras


Discussão


Será o argumento válido?


Serão as premissas todas verdadeiras?




Indicadores de PREMISSA
porque
dado que
pois
em virtude de
uma vez que
como foi dito
visto que
sabendo que
considerando que
se aceitarmos que
Indicadores de CONCLUSÃO
logo
então
por conseguinte
segue-se que
daí que
assim
infere-se que
por essa razão





FRASES E PROPOSIÇÕES


Teses/perspetivas são Proposições

PROPOSIÇÃO  - conteúdo expresso por uma frase com valor de verdade


Valor de verdade - Ser verdadeira ou falsa

Só as frases declarativas exprimem proposições  

             Uma frase pode exprimir proposições diferentes se pode significar coisas diferentes
                         ex: Este canto é agradável

             Uma só proposição pode exprimir-se com fases diferentes 

                         ex: A Isabel  é a mãe biológica da Ana 
                               A Isabel é a progenitora da Ana 
                                                                         


PROPOSIÇÕES CONDICIONAIS

As proposições condicionais podem ser expressas em frases com a forma  “Se P então Q”

P e Q são também proposições

P é a antecedente
Q é a consequente

Se não estudas, então não sabes a matéria
Se está a chover, então o chão está molhado


Proposição condicional
Se P então Q
A antecedente (P) é uma condição suficiente para a consequente
A consequente (Q) é uma condição necessária para a consequente


TERMOS E CONCEITOS

Os conceitos são o significado dos termos

Para definir explicitamente C de forma correta é preciso apresentar condições necessárias e suficientes para que algo seja C.



Uma definição explícita é errada se
for demasiado lata e/ou demasiado restrita.
aquilo que se pretende definir surgir na expressão definidora



FICHA 1

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