É este o argumento
em favor da obrigação de ajudar. De um modo mais formal, poderia ser formulado
como se segue:
Primeira premissa:
Se pudermos impedir que um mal aconteça sem sacrificarmos nada de importância
moral, devemos fazê-lo;
Segunda premissa: A
pobreza é um mal;
Terceira premissa:
Há alguma pobreza absoluta que podemos impedir que aconteça sem sacarificar
nada de importância moral comparável;
Conclusão: Temos o
dever de impedir alguma pobreza absoluta.
A primeira premissa é
a premissa moral substancial na qual assenta o argumento; e tentei provar que é
aceite por pessoas que aceitam várias posições éticas.
É improvável que a
segunda premissa seja contestada. A pobreza absoluta está, como disse McNamara,
«abaixo de qualquer definição razoável de decência humana» e seria difícil
encontrar uma perspetiva ética plausível que não a considerasse um mal.
A terceira premissa
é mais controversa, apesar de estar cautelosamente formulada. Defende apenas
que se pode impedir alguma pobreza absoluta sem o sacrifício de seja o que for
de importância moral comparável.
Peter Singer, Ética Prática, pág. 252
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