sábado, 28 de junho de 2014

Altruísmo eficaz


1 comentário:

  1. O ser humano gosta de acreditar que toma as decisões corretas; gosta de pensar que ajuda os outros seres humanos. O que é facto é que uma boa parte das vezes não o fazemos. Tudo bem, podemos parar quando vimos uma criança de dois anos ferida, levá-la para o hospital e fazer o que podemos para que ela fique bem. Podemos até investir três ou quatro dias da nossa vida só para assegurarmos que essa criança fica realmente bem e saudável. Porém, não somos capazes de perder uma hora ou até menos para doar dinheiro a uma instituição que salva centenas de crianças todos os anos. Parece haver aqui alguma contradição. Tal facto deve-se ao desejo do ser humano de pretender ver resultados imediatos das suas ações (o mais provável é nunca virmos a conhecer aquelas crianças que ajudámos com o dinheiro que doámos). Assim, tendemos a guardar o dinheiro para nós, para as nossas coisas, em vez de auxiliarmos aqueles que tão pouco ou nada têm. Está claro que se alguém que nos rodeia necessita da nossa ajuda imediata, devemos ajudá-la. Mas isso não implica que não guardemos algum dinheiro que irá auxiliar alguém que precisa igualmente de nós. A diferença? Não vemos a segunda pessoa, enquanto que nos encontramos perto da primeira. A distância faz diferença nas nossas escolhas e ações, assim como o nível de proximidade que temos com as restantes pessoas. Contudo, o que é verdade é que todos fazemos parte do mundo: todos somos humanos; e isso é algo que devemos relembrar. Mas será que o pouco que fazemos em prol da luta contra doenças ou pobreza em países em desenvolvimento faz realmente a diferença? Peter Singer já nos mostrou que sim; não importa quão pouco damos, damos aquilo que conseguimos, pois se todos o fizermos, então sim, conseguimos fazer uma grande diferença. Podemos doar o equivalente a uma gota de água no meio do oceano Pacífico; mas o que é um oceano, senão uma multidão de gotas de água? Aplicar o Altruísmo Eficaz não nos obriga a desistir de uma carreira profissional ou de uma vida pessoal e familiar; não temos necessariamente de desistir tudo. Podemos simplesmente tê-lo em conta no nosso quotidiano; podemos viver uma vida equilibrada com este altruísmo. Trata-se simplesmente de uma questão de aprender a gerir a vida.

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