Todos os anos
milhões de pessoas morrem por subalimentação e problemas de saúde com ela
relacionados. Um padrão comum entre as crianças dos países pobres é a morte por
desidratação causada por diarreias com origem na subnutrição. O diretor executivo
do Fundo das Nações Unidas de Apoio às Crianças (UNICEF) estima que cerca de
quinze mil crianças morram desta forma todos os dias (…).
Para quem vive em
países abastados isto coloca um problema grave. Gastamos dinheiro connosco
mesmos, não apenas com as necessidades da vida, mas em luxos sem conta (…) . O
problema é que podíamos abdicar dos nossos luxos e, em vez disso, doar dinheiro
para o combate à fome. O facto de não o fazermos revela que encaramos os nossos
luxos como mais importantes que as suas vidas.
Porque permitimos
que morram pessoas à fome quando podíamos salvá-las?(…) A explicação para o
facto de não o fazermos é que, pelo menos em parte, raramente pensamos no
problema. Vivendo as nossas vidas confortáveis estamos afastados do problema. As
pessoas com fome estão a morrer a alguma distância de nós; não as vemos e
podemos mesmo evitar pensar nelas. Quando acontece pensarmos nelas, é apenas de
forma abstracta, como estatísticas.
Mas, deixando de
lado a questão sobre o motivo de nos comportarmos assim, qual é o nosso dever?
O que devemos fazer?
J. Rachels, Elementos de Filosofia Moral, pág. 115
Lutar contra a miséria é um fim nobre. Todos concordamos com os fins, mas nem sempre com os meios. Uma análise não muito usual pode ser vista aqui: http://www.viagemlenta.com/2014/03/como-ajudar-genuinamente-os-pobres-e-os.html
ResponderEliminar