(…) Em suma, o entendimento não deve aprender
pensamentos mas a pensar. Deve ser conduzido, se assim nos quisermos exprimir,
mas não levado em ombros, de maneira a que no futuro seja capaz de caminhar por
si, e sem tropeçar.
A natureza peculiar
da própria filosofia exige um método de ensino assim. Mas visto que a filosofia
é, estritamente falando, uma ocupação apenas para aqueles que já atingiram a
maturidade, não é de espantar que se levantem dificuldades quando se tenta
adaptá-la às capacidades menos exercitadas dos jovens. O jovem que completou a
sua instrução escolar habituou-se a aprender. Agora pensa que vai aprender
filosofia. Mas isso é impossível, pois agora deve aprender a filosofar.