O que significa
perguntar se os animais têm direitos? Quais as principais perspetivas sobre
esta questão? Clica na imagem.
terça-feira, 20 de agosto de 2013
sábado, 10 de agosto de 2013
Sob o Signo de Amadeo
Para te informares, clica aqui
A comemorar os 30 anos da abertura do Centro de Arte Moderna, está aberta ao público, de 25 de Julho a 19 de Janeiro de 2014, uma exposição que apresenta a totalidade do acervo de Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918).
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
A entrada das mulheres na filosofia do séc. XX
Momentos antes de
morrer, Sócrates despede-se dos amigos, dos filhos e da família. O relato
tocante que Platão nos deixa no Fédon é por demais conhecido. No
entanto, há nele uma breve referência que passa despercebida à maior parte dos
leitores: a ordem dada pelo filósofo para que as mulheres se retirem. Ausentes
em todo o diálogo preparatório da morte, são mandadas sair quando esta vai
concretamente ocorrer, como se só os discípulos, homens todos eles, pudessem
assistir ao suicídio forçado do filósofo, do mesmo modo que só eles
acompanharam as suas diatribes oratórias na cidade.
Fotografia e pintura
Willy Ronis, O Nu Provençal, 1949
A fotografia e a pintura sempre tiveram destinos paralelos,
conflituosos e complementares.
Muitas vezes, os
primeiros fotógrafos são pintores reconvertidos, que manterão na sua prática os
ensinamentos estéticos que receberam.
quarta-feira, 7 de agosto de 2013
Para começar, a morte
Lembro-me muito bem
da primeira vez que percebi de verdade que mais cedo ou mais tarde tinha de morrer. Devia andar pelos dez
anos, talvez nove, eram quase onze horas de uma noite qualquer e já estava
deitado. Os meus irmãos, que dormiam comigo no mesmo quarto, ressonavam
agradavelmente. No quarto ao lado, meus pais conversavam em voz baixa enquanto
se despiam e minha mãe tinha posto o rádio que deixava a tocar até tarde, para
evitar os meus terrores nocturnos. De repente sentei-me na cama às escuras: eu também ia morrer! Era o que me
tocava, o que irremediavelmente me calhava!, não havia escapatória! Não só
teria que suportar a morte das minhas duas avós e do meu querido avô, bem como
dos meus pais, como também eu, eu próprio, não teria outro remédio senão
morrer. Que coisa tão estranha e terrível, tão perigosa, tão incompreensível,
mas sobretudo, que coisa tão irremediavelmente pessoal!
domingo, 4 de agosto de 2013
Quais serão as tarefas atuais da ética?
Quais serão as
tarefas atuais da ética? Há tarefas inéditas, sem dúvida, que se referem à
resolução de problemas diferentes dos tradicionais ou ao controlo de
possibilidades de ambíguo alcance e que se não conheciam antes. As ameaças ao
meio ambiente, por exemplo, o uso de técnicas cirúrgicas, ou genéticas que
podem favorecer perversas instrumentalizações da nossa corporalidade. Nestes
campos, é urgente não dar nada como fatalmente irremediável e manter um aberto
debate crítico em que muitas são as vozes que devem, sem dúvida, ser escutadas.
Como nem tudo o que pode tecnicamente
ser feito deve ser irremediavelmente
feito, seria bom colaborar o mais possível na reinvenção dessa virtude
aristotélica que se adequa à natureza trágica da peripécia humana: a prudência.
E talvez também a solicitude para com os outros, esse aspeto distintivo da atividade moral feminina que estudiosas como Carol Gillogan opõem à rígida e por vezes impiedosa frialdade do imperativo categórico.
E talvez também a solicitude para com os outros, esse aspeto distintivo da atividade moral feminina que estudiosas como Carol Gillogan opõem à rígida e por vezes impiedosa frialdade do imperativo categórico.
sábado, 3 de agosto de 2013
É possível a ética?
É possível a ética? Se
a entendemos como arte de viver, como projecto racional para harmonizar as
exigências sociais da liberdade, como consciência de uma autonomia responsável,
como reflexão crítica dos valores institucionalizados, negar a possibilidade da
ética equivaleria a negar-nos a nós próprios como sujeitos não já civis mas civilizados. O preço pela demissão moral
baseada em supostos argumentos históricos, científicos ou políticos – é a
consagração desesperada do pior dos niilismos: das suas consequências, tanto
individuais como colectivas já tivemos, neste século, os mais arrepiantes
exemplos.
sexta-feira, 2 de agosto de 2013
Viveremos tempos especialmente inóspitos para a ética?
Picasso, Guernica
Os que o afirmam
baseiam-se num estudo superficial da fisionomia do século que está a acabar:
duas terríveis guerras de alcance mundial com milhões de vítimas, secundadas
por centenas de conflitos menores, mais localizados mas não menos destrutivos;
a concretização de totalitarismos ideológicos que justificaram com inumana
eficácia o extermínio de camadas sociais da população civil e mesmo de etnias
inteiras; também se patentearam os campos de concentração, armas de destruição
maciça com um alcance nunca antes sonhado na bem nutrida história da
criminalidade política; apesar do desenvolvimento industrial e tecnológico, um
terço da população mundial padece de fome, em muitos países latino-americanos é
tristemente comum o abandono e assassínio de crianças, e inclusive nas nações
mais desenvolvidas há grandes bolsas de miséria urbana e as agressões ao nosso
meio ecológico fazem recear graves perigos para a vida humana no futuro
próximo; se a tudo isto se acrescentaria os frequentes casos de corrupção
política e económica que envilecem as democracias, a barbárie dos confrontos
nacionalistas ou das perseguições xenófobas, etc., é inevitável concluir que o
século XX, como assegura o famoso tango, “é um prodígio de maldade insolente” e
que nele as invocações éticas parecem tão pouco adequadas como as gargalhadas
num funeral.
quinta-feira, 1 de agosto de 2013
Arte e religião
A arte e a religião
são dois caminhos pelos quais o homem escapa das circunstâncias para o êxtase.
Entre o arrebatamento estético e o arrebatamento religioso há um laço familiar.
Arte e religião são meios para estados de espírito semelhantes. E, se
estivermos autorizados a por de lado a ciência e a estética e, seguindo as
nossas emoções e o seu objeto, considerarmos o que está na mente do artista,
podemos dizer, com um certo à vontade, que a arte é uma manifestação do sentido
religioso. Se for a expressão de uma emoção, como sou levado a pensar, é a
expressão de uma emoção que é a força vital presente em todas as religiões; ou,
pelo menos, expressão de uma emoção sentida por aquilo que é a essência de tudo.
Podemos dizer que tanto a arte como a religião são manifestações do sentido
religioso do homem, se por “sentido religioso do homem” entendermos a sua noção
de realidade última. O que não podemos dizer é que a arte é a expressão de
qualquer religião particular; fazê-lo seria confundir o espírito religioso com
os canais através dos quais flui; seria confundir o vinho com a garrafa. A arte
pode ter muito a ver com aquela emoção universal que encontrou uma expressão
corrupta e vacilante em mil credos diferentes mas não tem nada a ver com factos
históricos ou enfeites metafísicos. Certamente que muitas pinturas descritivas
são manifestos e exibições dessa natureza. (…) Mas, se uma pintura é uma obra
de arte, tem tanto a ver com dogmas e doutrinas como tem a ver com os
interesses e emoções da vida quotidiana.
Clive Bell, Arte
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