O argumento da ilusão é um argumento cético que questiona a fiabilidade dos sentidos, ameaçando assim enfraquecer o realismo do senso comum. Habitualmente, nós confiamos nos nossos sentidos, mas, por vezes, eles enganam-nos. Por exemplo, quase toda a gente já teve a experiência embaraçosa de parecer reconhecer um amigo à distância, para descobrir depois que estamos a acenar a um desconhecido.
Uma vara direita parcialmente imersa em água pode parecer curva. Uma maçã pode ter um sabor amargo se acabámos de comer uma coisa muito doce; vista de um certo ângulo, uma moeda redonda parece oval; os carris do combóio parecem convergir à distância; o tempo quente pode fazer com que a estrada pareça tremeluzir; (…). Estas ilusões sensoriais e outras análogas mostram que os sentidos não são sempre completamente fidedignos: parece pouco provável que o mundo exterior seja exactamente como parece ser.
O argumento da ilusão afirma que, porque os nossos sentidos nos enganam por vezes, nunca podemos ter a certeza, perante qualquer caso específico, que não nos estão a enganar neste momento. Este é uma argumento cético porque desafia a nossa crença quotidiana – o realismo do senso comum – de que os sentidos nos dão conhecimento do mundo.
Nigel Warburton, Elementos básicos da Filosofia
Razões céticas para duvidar
Três argumentos:
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Argumento das divergências de opinião
Se alguma crença
estivesse devidamente justificada não haveria razão para algumas pessoas não
as aceitarem. Até os especialistas discordam entre si
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Argumento da ilusão
Os sentidos iludem
com frequência.
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Argumento da regressão infinita da justificação
Justificamos uma
crença com base noutra que, por sua vez se justifica com base noutra, numa
regressão infinita. Assim, não é possível justificar uma crença.
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