quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Fotografia e pintura


Willy Ronis, O Nu Provençal, 1949

A fotografia e a pintura sempre tiveram destinos paralelos, conflituosos e complementares.
Muitas vezes, os primeiros fotógrafos são pintores reconvertidos, que manterão na sua prática os ensinamentos estéticos que receberam.
Os retratos são emoldurados como os retratos pintados, a pose e a iluminação são, por vezes, idênticas. As paisagens fotografadas e as telas do movimento realista são muito semelhantes. (…) Os propósitos da pintura e da fotografia são idênticos: copiar a realidade o melhor possível. A arte mais perfeita é, a que melhor apresenta a ilusão do real. Esta noção torna-se rapidamente apanágio da fotografia e liberta a arte desta servidão, mas priva, deste modo, os fiéis artesãos deste “ganha-pão”. Miniaturistas, retratistas e praticantes da pintura histórica vão, pouco a pouco, perder as suas “quotas de mercado”.
Este paralelismo de propósitos criou rapidamente um clima tempestuoso entre as duas disciplinas.
 O pintor Paul Delaroche exclama no próprio dia da declaração de Arago: “A partir de hoje, a pintura está morta”.Felizmente esta profecia revelou-se falsa, mas o certo é que a pintura irá evoluir e irão aparecer novas formas pictóricas.

                                                                   Pierre-Jean Amar, História da Fotografia

O Picturalismo


Peter Henry Emerson, 1886



Os fotógrafos da segunda metade do século XIX rivalizam com a arte da pintura procurando criar ao mesmo nível que o pintor. Interessam-se mais pelos efeitos da imagem fotográfica do que pelo ato de fotografar propriamente dito, o que os leva a trabalhar a imagem no momento da impressão, segundo processos complicados, a retocá-la, como se quisessem dar-lhe uma matéria que na realidade não existe. 

O essencial da fotografia


Alfred Stiegliz, A Entreponte, 1915

Alfred Stieglitz  (o primeiro fotógrafo a demarcar-se do picturalismo) encara a fotografia como um ato espontâneo, como uma relação "direta com a realidade". Procura algo de essencial, de necessário, esvaziando-a de tudo o que essa arte tinha até aí de superficial e de fictício. Mais do que nunca, a fotografia vai alimentar-se da vida. Nada de truques, com objetivas especiais no ato fotográfico, excluídos igualmente os retoques no ato de impressão. 

                                     Gabriel Bauret, A Fotografia (adaptado)

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