domingo, 12 de outubro de 2014

A dimensão discursiva do trabalho filosófico



Os argumentos são essenciais, em primeiro lugar, porque são uma forma de tentar descobrir quais os melhores pontos de vista. Nem todos os pontos de vista são iguais. Algumas conclusões podem ser apoiadas com boas razões; outras, com razões menos boas. Mas muitas vezes não sabemos quais são as melhores conclusões. Precisamos de apresentar argumentos para apoiar diferentes conclusões, e depois avaliar tais argumentos para ver se são realmente bons.

sábado, 11 de outubro de 2014

O Sono da Razão Produz Monstros




Uma das séries de sátiras gravadas pelo pintor espanhol Goya tem por título “O Sono da Razão Produz Monstros”. Goya pensava que muitas das loucuras da humanidade resultavam do “sono da razão”. Há sempre pessoas prontas a dizer-nos o que queremos, a explicar-nos como nos vão dar essas coisas e a mostrar-nos no que devemos acreditar. As convicções são contagiosas, e é possível convencer as pessoas de praticamente tudo. Geralmente, estamos dispostos a pensar que os nossos hábitos, as nossas convicções, a nossa religião e os nossos políticos são melhores do que os deles, ou que os nossos direitos dados por Deus anulam os direitos deles, ou que os nossos interesses exigem ataques defensivos ou dissuasivos contra eles.

A lógica de Aristóteles


Uma forma de definir a lógica é dizer que é uma disciplina que distingue entre as boas e as más inferências. Aristóteles estuda todas as formas possíveis de inferência silogística e estabelece um conjunto de princípios que permitem distinguir os bons silogismos dos maus. 

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Razões para estudar filosofia




Porquê estudar filosofia
Qual é afinal a importância de estudar filosofia? Começar a questionar as bases fundamentais da nossa vida pode até ser perigoso: podemos acabar por nos sentir incapazes de fazer o que quer que seja, paralisados por fazer demasiadas perguntas. Na verdade, a caricatura do filósofo é geralmente a de alguém que é brilhante a lidar com pensamentos altamente abstractos no conforto de um sofá, numa sala de Oxford ou Cambridge, mas incapaz de lidar com as coisas práticas da vida: alguém que consegue explicar as mais complicadas passagens da filosofia de Hegel, mas que não consegue cozer um ovo.

O que é a filosofia?




A filosofia é o que acontece quando se começa a pensar pela própria cabeça.

Pode-se acrescentar um pouco mais. Assim que nos libertamos dos hábitos das crenças recebidas, as que por acaso se adquiriu mesmo acerca de questões básicas, e começamos realmente a pensar acerca daquilo em que devemos acreditar, à luz da razão (argumentos) e indícios, começámos a fazer filosofia.

O silogismo categórico







Um silogismo (ou melhor, um silogismo categórico) é a inferência de uma proposição a partir de duas premissas. Por exemplo: todos os cavalos têm cauda; todas as coisas que têm cauda são quadrúpedes; logo, todos os cavalos são quadrúpedes.

Forma lógica



A forma lógica de uma frase é a estrutura, partilhável com outras frases, responsável pelo seu papel nas inferências. Isto é, a sua forma lógica determina a maneira pela qual ela pode ser validamente deduzida a partir de outras frases, e a maneira pela qual outras frases podem ser deduzidas validamente de conjuntos de premissas que a incluam.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Luís de Freitas Branco - "Suite Alentejana No. 1"




Sugestão musical para este fim de semana

A atividade filosófica


Magritte

A filosofia é uma atividade: é uma forma de pensar acerca de certas questões. A sua característica mais marcante é o uso de argumentos lógicos. A atividade dos filósofos é, tipicamente, argumentativa: ou inventam argumentos, ou criticam os argumentos de outras pessoas ou fazem as duas coisas. Os filósofos também analisam e clarificam conceitos. (...)

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A profundidade das questões filosóficas




A filosofia é diferente da ciência e da matemática. Ao contrário da ciência, não assenta em experimentações nem na observação, mas apenas no pensamento. E ao contrário da matemática não tem métodos formais de prova. A filosofia faz-se colocando questões, argumentando, ensaiando ideias e pensando em argumentos possíveis contra elas, e procurando saber como funcionam realmente os nossos conceitos.

sábado, 27 de setembro de 2014

Schubert - Piano Sonata in A major, D. 959 Third Movement



Schubert - Piano Sonata in A majoe, D 959 Third Movement - Alfred Brendel

Sugestão musical para este fim de semana

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Validade e verdade



Klee
As partes relevantes de um argumento são, em primeiro lugar as suas premissas. As premissas são o ponto de partida, ou o que se aceita ou presume, no que respeita ao argumento. Um argumento pode ter uma ou várias premissas. A partir das premissas, os argumentos derivam uma conclusão.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

A mulher que viveu duas vezes




Título: Vertigo – A Mulher que Viveu Duas Vezes

Realização – Alfred Hitchcok
Música – Bernard Herrmann
Interpretação: James Stuart, Kim Novak
Ano – 1958
País - EUA
Duração – 128 minutos

sábado, 20 de setembro de 2014

A importância da lógica



Hooper

A argumentação é um instrumento sem o qual não podemos compreender melhor o mundo nem intervir nele de modo a alcançar os nossos objetivos; não podemos sequer determinar com rigor quais serão os melhores objetivos a ter em mente. Os seres humanos estão sós perante o universo; têm de resolver os seus problemas, enfrentar dificuldades, traçar planos de ação, fazer escolhas. Para fazer todas estas coisas precisamos de argumentos. Será que a Terra está imóvel no centro do universo? Que argumentos há a favor dessa ideia?

Led Zeppelin - Stairway To Heaven




Sugestão musical para este fim de semana

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

O que se segue do quê?


Magritte



A maioria das pessoas gosta de pensar que é lógica. Dizer a alguém "Não estás a ser lógico" é uma normalmente uma forma de crítica. Ser ilógico é ser confuso, desordenado, irracional. Mas o que é a lógica? (…) Todos nós raciocinamos. Tentamos descobrir como as coisas são raciocinando com base naquilo que já sabemos. Tentamos persuadir os outros de que algo é de determinada maneira dando-lhes razões. A lógica é o estudo do que conta como uma boa razão para o quê, e porquê. Temos no entanto de compreender esta afirmação de um certo modo. Aqui estão dois trechos de raciocínio — os lógicos chamam-lhes inferências:

1.  Roma é a capital da Itália, e este avião aterra em Roma; logo, o avião aterra na Itália.
2.   Moscovo é a capital dos EUA; logo, não podemos ir a Moscovo sem ir aos EUA.

As perguntas da filosofia



Magritte

Eis algumas perguntas que qualquer um de nós pode fazer sobre nós próprios. O que sou eu? O que é a consciência? Será que eu poderia sobreviver à morte do meu corpo? Será que posso ter a certeza de que as experiências e sensações das outras pessoas são como as minhas? Se eu não posso partilhar as experiências das outras pessoas, será que posso comunicar com elas? Será que agimos sempre em função do nosso interesse próprio? Será que sou apenas uma espécie de fantoche, programado para fazer as coisas que penso fazer em função do meu livre-arbítrio?

Atividades diagnósticas - 1



Escher

Supõe que trabalhas numa biblioteca, verificando os livros que as pessoas requisitam, e um amigo te pede para o deixares roubar uma obra de referência difícil de encontrar que quer possuir.
Podes hesitar em concordar por diversas razões. Podes recear que ele seja apanhado e que, assim, tanto ele como tu arranjem problemas. Ou podes querer que o livro fique na biblioteca para que tu próprio possas consultá-lo.

domingo, 14 de setembro de 2014

Novo ano letivo - 2014/ 2015




BOAS VINDAS!

Para todos os alunos que iniciam este ano a disciplina de filosofia 
(em especial para as turmas 10ºA e 10ºB)

BOM REGRESSO!

Para todos os alunos que continuam o seu percurso na disciplina de filosofia 
(em especial para as turmas 11º A e 11ºB)

BOM TRABALHO!

Para todos os alunos e professores 

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

A singularidade da música


Thomas Eakins

É evidente que a música dá às pessoas grande prazer e é também verdade que geralmente se considera que exprime algumas das mais profundas emoções humanas. Nenhum dos factos, contudo, explica apropriadamente o seu valor.

sábado, 9 de agosto de 2014

O que é o riso?


Johannes Moreelse, Demócrito (cerca de 1630)


Que significa o riso? O que há no fundo do risível? O que haverá de comum entre a careta de um palhaço, um jogo de palavras, um quiproquó de vaudeville, uma cena de fina comédia? Que destilação nos dará a essência, sempre a mesma, da qual tantos produtos diversos tiram o seu indiscreto aroma ou o seu delicado perfume?

A moda como pretexto


Fotógrafo de moda, Blow up

O dinamismo criativo do fotógrafo de moda nos anos sessenta é ilustrado  em David Bailey, o protagonista do filme de Michelangelo Antonioni, Blow up.

Fotografia subjetiva


Otto Steinert, Lights (1952)  

Trata-se de valorizar os desempenhos da visão fotográfica e de a diferenciar definitivamente do olhar humano. “A fotografia deu-nos pela primeira vez, a sensação da estrutura das coisas com uma intensidade que o olhar, limitado pela acomodação, ignorava inteiramente até então” (Otto Steinert)

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

A influência recíproca da pintura e da fotografia


Angus Mac Bean

A perspetiva, o enquadramento, a desfocagem, o instantâneo, o efeito de profundidade de campo são outros tantos contributos da fotografia para a pintura Toulouse Lautrec, Degas, Seurat, para citar apenas estes, provam-no nas suas telas.

O picturalismo


Peter Henry Emerson

Tudo começou com Peter Henry Emerson, que, no decurso da segunda metade do século XIX, “se insurge contra a fotografia que reproduz com igual precisão tudo aquilo que aparece no campo da sua objetiva” (citado por Jean A. Keim, na sua Histoire de la Photographie).

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Forma Significante


 Cézanne


Teoria formalista da arte - aqui


Portanto, ou todas as obras de arte visual têm uma propriedade comum ou então, quando falamos de «obra de arte», dizemos tolices. Todos falamos de “arte” operando uma classificação mental pela qual distinguimos a classe das “obras de arte” de todas as outras classes. O que justifica esta classificação? Qual é a propriedade comum e particular a todos os membros desta classe?

Emoção Estética



Poussin
O ponto de partida de todos os sistemas estéticos deve ser a experiência pessoal de uma emoção particular. Chamamos obra de arte a objetos que provocam esta emoção. Todas as pessoas sensíveis concordam em afirmar que há uma emoção particular causada por obras de arte. Não quero com isto dizer, evidentemente, que todas as obras de arte provocam a mesma emoção.

Perspetivas apresentadas no colóquio "O que é a arte?"




Clica na imagem

quarta-feira, 2 de julho de 2014

O que é a Arte - Colóquio




Sexta-feira - 4 de julho de 2014 -  Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa 
Colóquio "O que é a arte?".

sábado, 28 de junho de 2014

O Belo, a Moda e a Felicidade



Esta é na verdade uma bela ocasião para estabelecer uma teoria racional e histórica do belo, em oposição à teoria do belo único e absoluto; para mostrar que o belo é sempre, inevitavelmente, de dupla composição, se bem que a impressão que produz seja una; porque a dificuldade de discernir os elementos variáveis do belo na unidade da impressão em nada infirma a necessidade da variedade na sua composição. 

L'Arpeggiata - Athanasius Kircher (1602-1680)


Altruísmo eficaz


sexta-feira, 27 de junho de 2014

Abrigos e refúgios



Estamos no mês de Fevereiro de 2022 e o mundo faz o balanço dos prejuízos causados pela guerra nuclear que rebentou no Médio Oriente em finais do ano passado. O nível global de radioactividade neste momento e nos próximos oito meses é tão elevado que só quem vive em abrigos atómicos pode ter esperança de sobreviver num estado de saúde razoável.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Teremos o dever de ajudar pessoas que morrem à fome?



Todos os anos milhões de pessoas morrem por subalimentação e problemas de saúde com ela relacionados. Um padrão comum entre as crianças dos países pobres é a morte por desidratação causada por diarreias com origem na subnutrição. O diretor executivo do Fundo das Nações Unidas de Apoio às Crianças (UNICEF) estima que cerca de quinze mil crianças morram desta forma todos os dias (…).

sexta-feira, 20 de junho de 2014

O inato e o a priori



É importante notar que o tópico do inatismo é distinto da questão do a priori. O inatismo não diz respeito à justificação; é apenas uma noção temporal que tem que ver com a questão de perceber se certos conceitos, crenças ou capacidades são possuídos à nascença. A categoria do a priori, no entanto, destaca as verdades em que temos justificação para acreditar sem atendermos à nossa experiência.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Até para o ano!



Agradeço aos meus alunos a alegria e o interesse manifestados nas aulas, o envolvimento e o empenho na apropriação e na discussão crítica dos temas/ problemas.

Até para o ano!
Boas Férias!

domingo, 8 de junho de 2014

Podem as emoções funcionar cognitivamente na interpretação da obra de arte?



Degas, Waiting


Num lado colocamos a sensação, perceção, inferência, conjetura, toda a inspeção e investigação fria, facto e verdade; no outro prazer, dor, interesse, satisfação, desapontamento, toda a resposta afetiva tonta, gostar e detestar. De uma forma muitíssimo eficiente, isto impede-nos de ver que na nossa experiencia estética as emoções funcionam cognitivamente.

FESTROIA



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Festival Internacinal de Cinema - Setúbal


6/15 de Junho


domingo, 1 de junho de 2014

A Vida imita a Arte muito mais do que a Arte imita a Vida


Claude Monet

Um interessante excerto de um diálogo: O Declínio da Mentira, da obra Intenções: Quatro Ensaios sobre Arte de Oscar Wilde, com tradução de António M. Feijó



CYRIL (…) Mas a fim de evitar qualquer erro, quero que me digas, em poucas palavras, as doutrinas desta nova estética.

VIVIAN  Ei-las, então, em poucas palavras. A Arte não é expressão de nada a não ser de si mesma. Tem uma vida independente, tal como o Pensamento a tem, e desenvolve-se estritamente por caminhos próprios. Não é necessariamente realista numa época de realismo, nem espiritual numa época de fé. Longe de ser uma criação do seu tempo, está normalmente em oposição frontal a ele, e a única história que preserva para nós é a história da sua própria evolução. Por vezes, retrocede sobre si mesma (…). Noutras alturas, antecipa por completo a sua época, e produz num dado século oras que exigirão um outro século para serem percebidas, apreciadas e fruídas. (…)
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