Devemos procurar o valor da filosofia, de
facto, em grande medida na sua própria incerteza. O homem sem rudimentos de
filosofia caminha pela vida preso a preconceitos derivados do senso comum, das
crenças costumeiras da sua época ou da sua nação, e das convicções que
cresceram na sua mente sem a cooperação ou o consentimento da sua razão
deliberativa. Para tal homem, o mundo tende a tornar-se definido, finito, óbvio;
domingo, 29 de setembro de 2013
As três paixões de Bertrand Russel
Clica na imagem para leres o interessante texto de Bertrand de Russel, no site Sebenta de Filosofia
Poderás encontrar no mesmo site outros artigos sobre o Sentido da Vida
sábado, 28 de setembro de 2013
O que é a filosofia?
A filosofia é o que acontece quando se começa a pensar pela própria
cabeça.
Pode-se acrescentar
um pouco mais. Assim que nos libertamos dos hábitos das crenças recebidas, as
que por acaso se adquiriu mesmo acerca de questões básicas, e começamos
realmente a pensar acerca daquilo em que devemos acreditar, à luz da razão
(argumentos) e indícios, começámos a fazer filosofia. A "tradição" de
se apoiar antes em "autoridades" e "textos sagrados" é o
estado normal das coisas e não a excepção na história — para muitos é ainda a
maneira natural de viver. Além disso, pensar por si próprio não é algo que se
leve a cabo facilmente por mero capricho, mas antes algo que é preciso reforçar
como a um músculo, através de bons hábitos mentais. A filosofia é um modo de
vida, que se constrói ao longo dos anos; o pensamento filosófico é um estado de
espírito que se torna parte da própria natureza de uma pessoa.
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
Porquê estudar filosofia?
Porquê estudar filosofia
Defende-se por vezes que não vale a pena
estudar filosofia uma vez que tudo o que os filósofos fazem é discutir sofisticamente
o significado das palavras; nunca parecem atingir quaisquer conclusões de
qualquer importância e a sua contribuição para a sociedade é virtualmente nula.
Continuam a discutir acerca dos mesmos problemas que cativaram a atenção dos
gregos. Parece que a filosofia não muda nada; a filosofia deixa tudo tal e
qual.
Qual é afinal a importância de estudar
filosofia? Começar a questionar as bases fundamentais da nossa vida pode até
ser perigoso: podemos acabar por nos sentir incapazes de fazer o que quer que
seja, paralisados por fazer demasiadas perguntas. Na verdade, a caricatura do
filósofo é geralmente a de alguém que é brilhante a lidar com pensamentos
altamente abstractos no conforto de um sofá, numa sala de Oxford ou Cambridge,
mas incapaz de lidar com as coisas práticas da vida: alguém que consegue
explicar as mais complicadas passagens da filosofia de Hegel, mas que não
consegue cozer um ovo.
terça-feira, 24 de setembro de 2013
O que é a filosofia?
A filosofia é uma
atividade: é uma forma de pensar acerca de certas questões. A sua
característica mais marcante é o uso de argumentos lógicos. A atividade dos
filósofos é, tipicamente, argumentativa: ou inventam argumentos, ou criticam os
argumentos de outras pessoas ou fazem as duas coisas. Os filósofos também
analisam e clarificam conceitos. A palavra «filosofia» é muitas vezes usada num
sentido muito mais lato do que este, para referir uma perspetiva geral da vida
ou para referir algumas formas de misticismo. Não irei usar a palavra neste
sentido lato: o meu objectivo é lançar alguma luz sobre algumas das áreas
centrais de discussão da tradição que começou com os gregos antigos e que tem
prosperado no século XX, sobretudo na Europa e na América.
Waking Life
Filme: Acordar para a Vida
Título original: Waking Life
Realizador: Richard Linklater
Argumento: Richard Linklater
Ano: 2001
Duração: 99 minutos
À procura de respostas para algumas perguntas filosóficas
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
António Ramos Rosa
António Ramos Rosa, 17/10/1924 - 23/09/2013
Nada sabemos de quase tudo. A vastidão
é inapreensível. A simultaneidade
é inapreensível. A disparidade
é inapreensível. E há um mutismo
no mundo e em nós que não se quebra nunca.
domingo, 22 de setembro de 2013
O sono da razão produz monstros
Uma das séries de
sátiras gravadas pelo pintor espanhol Goya tem por título “O Sono da Razão
Produz Monstros”. Goya pensava que muitas das loucuras da humanidade resultavam
do “sono da razão”. Há sempre pessoas prontas a dizer-nos o que queremos, a
explicar-nos como nos vão dar essas coisas e a mostrar-nos no que devemos
acreditar. As convicções são contagiosas, e é possível convencer as pessoas de
praticamente tudo. Geralmente, estamos dispostos a pensar que os nossos hábitos,
as nossas convicções, a nossa religião e os nossos políticos
são melhores do que os deles, ou que os nossos direitos dados
por Deus anulam os direitos deles, ou que os nossos interesses
exigem ataques defensivos ou dissuasivos contra eles. Em última análise,
trata-se de ideias que fazem as pessoas matarem-se umas às outras. É por causa
de ideias sobre o que os outros são, ou quem somos, ou o que os nossos
interesses ou direitos exigem que fazemos guerras ou oprimimos os outros de
consciência tranquila, ou até aceitamos por vezes ser oprimidos. Quando estas
convicções implicam o sono da razão, o despertar crítico é o antídoto. A
reflexão permite-nos recuar, ver que talvez a nossa perspectiva sobre uma dada
situação esteja distorcida ou seja cega, ou pelo menos ver se há argumentos a
favor dos nossos hábitos, ou se é tudo meramente subjetivo. Fazer isto bem é
pôr em prática mais alguma engenharia conceptual.
Sócrates
Ménone - Eu tinha já ouvido dizer, Sócrates, antes de conversar contigo, que só sabias duvidar de tudo, e fazer duvidar os outros; e agora verifico que me fascinas o espírito com os teus sortilégios e malefícios, e me enfeitiçaste de tal modo que estou cheio de dúvidas. Se me permites o gracejo, dir-te-ei que te assemelhas à tremelga, que deixa, como que entorpecido, quem lhe toca (…)
sexta-feira, 20 de setembro de 2013
Validade: o que se segue do quê?
Mondrian
A maioria das
pessoas gosta de pensar que é lógica. Dizer a alguém "Não estás a ser
lógico" é uma normalmente uma forma de crítica. Ser ilógico é ser confuso,
desordenado, irracional. Mas o que é a lógica? (…) Todos nós raciocinamos.
Tentamos descobrir como as coisas são raciocinando com base naquilo que já
sabemos. Tentamos persuadir os outros de que algo é de determinada maneira
dando-lhes razões. A lógica é o estudo do que conta como uma boa razão para o
quê, e porquê. Temos no entanto de compreender esta afirmação de um certo modo.
Aqui estão dois trechos de raciocínio — os lógicos chamam-lhes inferências:
1. Roma é a capital da Itália, e este avião aterra
em Roma; logo, o avião aterra na Itália.
2. Moscovo é a capital dos EUA; logo, não podemos
ir a Moscovo sem ir aos EUA.
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
O que é a Filosofia?
A filosofia é diferente da ciência e da
matemática. Ao contrário da ciência, não assenta em experimentações nem na
observação, mas apenas no pensamento. E ao contrário da matemática não tem
métodos formais de prova. A filosofia faz-se colocando questões, argumentando,
ensaiando ideias e pensando em argumentos possíveis contra elas, e procurando
saber como funcionam realmente os nossos conceitos.
Lógica
As partes relevantes
de um argumento são, em primeiro lugar as suas premissas. As premissas são o
ponto de partida, ou o que se aceita ou presume, no que respeita ao argumento.
Um argumento pode ter uma ou várias premissas. A partir das premissas, os
argumentos derivam uma conclusão. Se estamos a refletir sobre um argumento,
talvez por termos relutância em aceitar a sua conclusão, temos duas opções. Em
primeiro lugar, podemos rejeitar uma ou mais das suas premissas. Em segundo
lugar, podemos também rejeitar o modo como a conclusão é extraída das
premissas. A primeira reação é que uma das premissas não é verdadeira. A
segunda é que o raciocínio não é válido. É claro que o mesmo argumento pode
estar sujeito a ambas as críticas: as premissas não são verdadeiras e o
raciocínio aplicado é inválido. Mas as duas críticas são distintas ( e as duas
expressões, «não é verdadeira» e «não é válido» marcam bem a diferença.
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
Lógica
LÓGICA FORMAL
O estudo da
argumentação válida que depende exclusivamente da forma lógica. Por exemplo, a
validade do seguinte argumento depende inteiramente da sua forma lógica:
"Alguns homens são mortais; logo, alguns mortais são homens". A forma
lógica deste argumento é a seguinte: Alguns A são B; logo, alguns B são A. Não
é difícil ver que qualquer argumento que tenha esta forma lógica é válido. Não
se deve pensar que só a LÓGICA CLÁSSICA é formal; a LÓGICA
ARISTOTÉLICA é igualmente formal, apesar de em geral se usar menos
símbolos. Os argumentos cuja validade não depende inteiramente da sua forma
lógica são o objecto de estudo da LÓGICA INFORMAL
terça-feira, 17 de setembro de 2013
Perguntas da Filosofia
Eis algumas perguntas que qualquer um de nós pode fazer sobre nós próprios: O que sou eu? O que é a consciência? Será que eu poderia sobreviver à morte do meu corpo? Será que posso ter a certeza de que as experiências e sensações das outras pessoas são como as minhas? Se eu não posso partilhar as experiências das outras pessoas, será que posso comunicar com elas? Será que agimos sempre em função do nosso interesse próprio? Será que sou apenas uma espécie de fantoche, programado para fazer as coisas que penso fazer em função do meu livre-arbítrio?
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
Bem Vindos à Filosofia
Bem vindo à Filosofia. Para alguns de
vocês, será a disciplina mais prática que irão estudar na escola.
Porquê dizer tal coisa? Não tem a
filosofia a reputação de não ser prática? Não é abstrata e teórica –
precisamente o oposto de prático?
A filosofia pode ser abstrata e teórica.
Mas o estudo da filosofia pode ser prático, na medida em que afeta o que
fazemos com a nossa vida. Isto porque as abstrações ou teorias dizem respeito
aos conceitos e valores básicos com os quais enfrentamos a experiência.
domingo, 15 de setembro de 2013
Atividades diagnósticas
Supõe que trabalhas numa biblioteca,
verificando os livros que as pessoas requisitam, e um amigo te pede para o
deixares roubar uma obra de referência difícil de encontrar que quer possuir.
Podes hesitar em concordar por diversas razões. Podes
recear que ele seja apanhado e que, assim, tanto ele como tu arranjem
problemas. Ou podes querer que o livro fique na biblioteca para que tu próprio
possas consultá-lo.
Mas também podes pensar que aquilo que ele propõe está
errado – que ele não deve fazê-lo e que tu não deves ajudá-lo. Se pensas assim,
o que quer isso dizer, o que torna isso verdadeiro, se é que há algo que o
torne verdadeiro?
sábado, 14 de setembro de 2013
segunda-feira, 2 de setembro de 2013
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