domingo, 6 de fevereiro de 2011

A Fundamentação da Moral



De todas as coisas que podemos conceber neste mundo ou mesmo, de uma maneira geral, fora dele, não há nenhuma que possa ser considerada como boa sem restrição, salvo uma boa vontade. O entendimento, o espírito, o juízo e os outros talentos do espírito, seja qual for o nome que lhes dermos, a coragem, a decisão, a perseverança nos propósitos, como qualidades do temperamento, são, indubitávelmente, sob muitos aspectos, coisas boas e desejáveis; contudo, também podem chegar a ser extrordináriamente más e daninhas se a vontade que há-de usar destes bens naturais, e cuja constituição se chama por isso carácter, não é uma boa vontade. O mesmo se pode dizer dos dons da fortuna. O poder, a riqueza, a consideração, a própria saúde e tudo o que constitui o bem-estar e contentamento com a própria sorte, numa palavra, tudo o que se denomina felicidade, geram uma confiança que muitas vezes se torna arrogância, se não existir uma boa vontade que modere a influência que a felicidade pode exercer sobre a sensibilidade e que corrija o princípio da nossa actividade, tornando-o útil ao bem geral; acrescentemos que num espectador imparcial e dotado de razão, testemunha da felicidade ininterrupta de uma pessoa que não ostente o menor traço de uma vontade pura e boa, nunca encontrará nesse espectáculo uma satisfação verdadeira, de tal modo a boa vontade parece ser a condição indispensável sem a qual não somos dignos de ser felizes.
(...) A boa vontade não é boa pelo que produz e realiza, nem por facilitar o alcance de um fim que nos proponhamos, mas apenas pelo querer mesmo; isto quer dizer que ela é boa em si e que, considerada em si mesma, deve ser tida em preço infinitamente mais elevado que tudo quanto possa realizar-se por seu intermédio em proveito de alguma inclinação, ou mesmo, se se quiser, do conjunto de todas as inclinações.

Emmanuel Kant, in 'Fundamentação da Metafísica dos Costumes'

- O que é a boa vontade?

12 comentários:

  1. A boa vontade é a vontade de agir por dever, é a vontade de agir seguindo a lei moral. É uma vontade racional, autónoma, livre...
    Kant afirma que apesar de agirmos moralmente bem ou não, todos nós temos a consciência de dever.
    A boa vontade segue o Imperativo Categórico-> "É a formação da lei moral - age de tal maneira que possas crer que a máxima da tua acção se torne uma acção universal."
    A acção para ser moral não pode ser um meio, mas sim um fim em si.

    César Fontinha 10B

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  2. A boa vontade é a vontade de agir por dever, tem subjacente a intenção do agir e respeita a Lei moral. Segundo Kant, a boa vontade, é a única coisa boa no mundo.
    É racional, porque não segue intenções sensíveis, e autónoma, porque não vem imposta de exterior.

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  3. A boa vontade é a vontade de agir por dever, ou seja, é tudo o que realmente é feito de coração, sem segundas intenções, é agir seguindo a lei moral, esta lei é a lei da razão, uma lei racional. A lei moral é para Kant o que ele chama de Imperativo Categórico.
    A boa vontade segue o Imperativo Categórico, que diz: “Age de tal maneira que possas crer que a máxima da tua acção se torne uma acção universal.”

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  6. A boa vontade, é uma vontade de agir por dever, agir segundo a NOSSA lei moral, respeitando a lei moral universal. A ver de Kant todos nós temos a consciência de agir por dever e afirma que não há acções absolutamente boas a não ser a boa vontade.
    A boa vontade segue o imperativo categórico, que diz:
    - “ Age de maneira a que faças querer que a máxima da tua acção se torne uma lei universal”
    Para Kant, o imperativo categórico é o dever do sujeito, de agir conforme os princípios que este queira que todos os seres humanos sigam, que queira que seja uma lei da natureza humana.

    --
    MAlmeida

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  7. A boa vontade é agir por dever, mas o que é agir por dever? é a vontade de agir segundo a lei moral ou seja a nossa consciência racional, nós agimos por dever no fim em si mesma e não num meio para outros interesses.No final de tudo a boa vontade vem dar o exemplo do imperativo categórico que segundo o imperativo, age de maneira a que possas querer que a máxima da tua acção torne uma lei universal.Para Kant, é o dever do sujeito, de agir conforme os princípios que este deseja,que todos os seres humanos sigam-na, que seja uma lei humana.

    Assinado: Ruben Guerreiro

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  8. Designa, em Kant, a Boa vontade respeita a lei moral por si mesma, considerando imperativo cumprir o dever incondicionalmente. Qualquer outro sentimento, qualquer cálculo interessado ou outras inclinações sensíveis retiram todo o valor moral às decisões e acções da vontade, tornando-a dependente de algo exterior, ou seja, heterónoma. Obedecendo unicamente às exigências da razão (a lei moral é uma lei puramente racional) a Boa vontade é a vontade autónoma.

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  9. Segundo Kant a boa vontade é a vontade de agir por dever. O que é agir por dever? O dever obedece à lei moral que por sua vez obedece ao imperativo categórico que diz para usarmos uma acção como um fim e não como um meio para alcançar outros fins.

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  10. De acordo com Kant e a sua teoria, a boa vontade é vontade de agir por dever, agir de vontade livre obedecendo à lei moral, usando a mesma acção como fim em si própria e não como um meio para atingir outros objectivos.

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  11. Segundo Kant, nada é absolutamente bom ou mau, a única coisa absolutamente boa é a boa vontade.

    A boa vontade é a vontade de agir por dever, um querer autónomo e livre de agir segundo a lei moral, a lei da razão, esta não é exterior mas sim racional.

    A boa vontade tem um valor intrínseco, ou seja, um valor próprio. Segundo Kant para uma acção ser uma acção por dever esta tem que ser o fim em si mesma e não o meio para outros fins.

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  12. Segundo a teoria deontológica, defentida por Immanuel Kant, apenas é considerada boa a acção concretizada a partir de uma vontade autónoma (boa vontade), não só respeitando mas obedecendo a uma lei da razão que é racional. Esta tem o nome de Lei Moral.
    A boa vontade é aquela que não se guia por inclinações sensíveis ou interesses pessoais, é pelo contrário aquela que é o seu próprio fim. A acção em causa é a própria finalidade do sujeito, é portanto o seu objectivo.


    FValadas

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