quarta-feira, 27 de outubro de 2010
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
As questões da filosofia
A partir da análise de 3 textos identificámos as questões da filosofia e reflectimos sobre a sua natureza.
Destes textos extraímos algumas ideias importantes: há perguntas que foram colocadas desde sempre pelos homens, porque há dúvidas e inquietações comuns aos homens desde sempre; as questões da filosofia são questões essenciais e fundamentais acerca do sentido da nossa existência; a maior parte das pessoas, num ou noutro momento da vida já se interrogaram sobre elas; as questões da filosofia dirigem-se à essência das coisas, perguntam o que as coisas são e qual o seu sentido.
Concluímos que as questões filosóficas incidem nos problemas do ser humano. São questões essenciais acerca do sentido da nossa existência. São radicais porque se dirigem à essência das coisas. Os problemas filosóficos são relativos às nossas crenças básicas e não podem ser resolvidos pelos métodos das ciências. As perguntas da filosofia incidem sobre toda a realidade e na medida em que são partilhadas por todos os homens, são universais. Mas o modo de colocar as questões depende da época histórica.
Ana Filipa
O valor da Filosofia
O valor da
filosofia, na realidade, deve ser buscado, em grande medida, na sua própria
incerteza. O homem que não tem umas tintas de filosofia caminha pela vida afora
preso a preconceitos derivados do senso comum, das crenças habituais de sua
época e do seu país, e das convicções que cresceram no seu espírito sem a
cooperação ou o consentimento de uma razão deliberada. Para tal homem o mundo
tende a tornar-se finito, definido, óbvio; para ele os objectos habituais não
levantam problemas e as possibilidades não familiares são desdenhosamente
rejeitadas. Quando começamos a filosofar, pelo contrário, imediatamente nos
damos conta (como vimos nos primeiros capítulos deste livro) de que até as
coisas mais ordinárias conduzem a problemas para os quais somente respostas
muito incompletas podem ser dadas. A filosofia, apesar de incapaz de nos dizer
com certeza qual é a verdadeira resposta para as dúvidas que ela própria
levanta, é capaz de sugerir numerosas possibilidades que ampliam nossos
pensamentos, livrando-os da tirania do hábito. Desta maneira, embora diminua
nosso sentimento de certeza com relação ao que as coisas são, aumenta em muito
nosso conhecimento a respeito do que as coisas podem ser; ela remove o
dogmatismo um tanto arrogante daqueles que nunca chegaram a empreender viagens
nas regiões da dúvida libertadora; e vivifica nosso sentimento de admiração, ao
mostrar as coisas familiares num determinado aspecto não familiar.
Bertrand Russell, O Valor da Filosofia
domingo, 17 de outubro de 2010
Aprendiz de filósofo
“[…] Ao aprendiz de filósofo (ao jovem aprendiz, pretendo eu dizer, e na minha qualidade de aprendiz mais velho), rogo que se não apresse a adoptar soluções, que não leia obras de uma só escola ou tendência, que procure conhecer as argumentações de todas, e que queira tomar como primário escopo a singela façanha de compreender os problemas: de compreendê-los bem, de os compreender a fundo, habituando-se a ver as dificuldades reais que se deparam nas coisas que se afiguram fáceis ao simplismo e à superficialidade do que se chame «senso comum (a filosofia é, em não pequena parte, a luta do bom senso contra o «senso comum)». António Sérgio
Os conselhos que o aprendiz mais velho dá ao iniciante são:
- Não ter pressa de chegar a conclusões.
- Não ler obras de uma só escola, que tenham o mesmo modo de interpretar a realidade, a mesma posição face perante um problema.
- Procurar conhecer todas as posições, interpretações e argumentações relativas a um problema.
- Procurar conhecer, querer compreender os problemas para ter consciência das dificuldades que parecem facilidades para o modo de ver do senso comum.
Joana Conceição
sábado, 16 de outubro de 2010
O que é a filosofia - O que nos diz Descartes
Na nossa oitava aula de Filosofia debruçamos a nossa atenção na interpretação de dois textos: um excerto do Prefácio de Princípios de filosofia”, de Descartes; e “ O valor da filosofia” por Bertrand Russell. O objectivo é foi de reflectir um pouco mais sobre a questão fundamental desta nossa iniciação à disciplina: “ O que é a filosofia?”(...)
Depois da leitura do o texto de Descartes, esquematizámos as ideias principais, tomando como ponto de partida a “pequena, grande frase”: “ Viver sem filosofar equivale realmente a ter os olhos fechados sem nunca procurar abri-los”. (...)
“Viver sem filosofar”, enquadra-se em viver sem se interrogar/questionar/problematizar; viver sem pensar/reflectir; viver sem procurar conhecer a realidade que nos rodeia. E tudo isso equivale a “ ter os olhos fechados sem nunca procurar abri-los”. Por sua vez esta última citação significa o mesmo que viver na ignorância sem ter sede de procurar conhecer mais, outras verdades e conhecendo a realidade apenas por aquilo que os sentidos, a experiência adquirida pelo senso-comum, permitem.
Concluímos também a partir do excerto “ Viver sem filosofar” que, pela Filosofia se faz a distinção entre a aparência e a realidade.
A Filosofia procura conhecer a realidade, tem uma dimensão Teórica; mas a Filosofia permite reflectir sobre as nossas acções /opções, conduz a nossa vida/existência, e por isso tem uma dimensão prática.
Depois da elaboração deste esquema e de o termos compreendido na sua totalidade, estávamos aptos a responder correctamente às questões que se seguiam ao texto.
Mas não ficámos por aqui; Havia ainda outro texto para interpretar: O texto “O valor da filosofia”, por Bertrand Russell.
Para este texto fizemos uma interpretação oral/dialogada, cada um dos alunos tentou chegar a uma conclusão (...)Depois de um trabalho conjunto entre professora e alunos concluímos que: A Filosofia não chega a saberes feitos, mas que abre possibilidades e horizontes. O valor da filosofia está em grande medida na sua incerteza, na capacidade de nos interrogarmos e questionarmos até o que parece óbvio. Pois quando “filosofamos”, por assim dizer, damos conta que o óbvio pode não passar de uma aparência.
Estas duas interpretações levam-nos a pensar na importância de filosofar, de não ficarmos no conforto da ignorância, de não vermos apenas aquilo que os sentidos ou o saber do dia a dia permitem, pois “quando filosofamos, damos conta que o óbvio… não é assim tão óbvio”.
Luís Costa
A ALEGORIA DA CAVERNA E A CONDIÇÃO HUMANA
Imagem tirada do Blog:http:
//hermes-embuscadesophia.blogspot.com/2008/07/o-significado-filosfico-da-alegoria-da.html
A ALEGORIA DA CAVERNA
Sócrates –
Agora imagina a maneira como segue o estado da nossa natureza relativamente à
instrução e à ignorância. Imagina homens numa morada subterrânea, em forma de
caverna, com uma entrada aberta à luz; esses homens estão aí desde a infância,
de pernas e pescoço acorrentados, de modo que não podem mexer-se nem ver senão
o que está diante deles, pois as correntes os impedem de voltar a cabeça; a luz
chega-lhes de uma fogueira acesa numa colina que se ergue por detrás deles;
entre o fogo e os prisioneiros passa uma estrada ascendente. Imagina que ao
longo dessa estrada está construído um pequeno muro, semelhante às divisórias
que os apresentadores dos “robertos” armam diante de si e por cima das quais
exibem as suas maravilhas.
Glauco –
Estou vendo.
Sócrates –
Imagina agora, ao longo desse muro, homens que transportam objectos de toda
espécie, que o ultrapassam: estatuetas de homens e animais, de pedra, madeira e
toda espécie de matéria; naturalmente, entre esses transportadores, uns falam e
outros seguem em silêncio.
Glauco –
Um quadro estranho e estranhos prisioneiros.
Sócrates –
Assemelham-se a nós. E, para começar, achas que, numa tal condição, eles tenham
alguma vez visto, de si mesmos e dos seus companheiros, mais do que as sombras
projectadas pelo fogo na parede da caverna que lhes fica de fronte?
domingo, 3 de outubro de 2010
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