Posição original e véu de ignorância - aqui
A Teoria da Justiça de John Rawls – site Crítica - aqui
O problema da justiça aqui
Decorre
destes princípios que as instituições não podem ser justificadas pelo
argumento de que as dificuldades de alguns são compensadas por um maior
bem total. Pode, em certos casos, ser oportuno que alguns tenham menos
para que outros possam prosperar, mas tal não é justo.
Porém, não há injustiça no facto de alguns conseguirem benefícios maiores que outros, desde que a situação das pessoas menos afortunadas seja, por esse meio, melhorada.
A
ideia intuitiva é a seguinte: já que o bem-estar de todos depende de um
sistema de cooperação sem o qual ninguém poderia ter uma vida
satisfatória, a divisão dos benefícios deve ser feita de modo a provocar
a cooperação voluntária de todos os que nele tomam parte, incluindo os
que estão em pior situação. No entanto, tal só pode acontecer se os
termos propostos forem razoáveis. Os dois princípios atrás mencionados
parecem constituir uma base equitativa para um acordo, na base do qual
os mais bem dotados, ou os que tiveram mais sorte na sua posição social —
vantagens essas que não foram merecidas —, podem esperar obter a
colaboração voluntária de outros, no caso de um sistema efectivo de
cooperação ser uma condição necessária para o bem-estar de todos. Quando
tentamos encontrar uma conceção de justiça que elimine os acasos da
distribuição natural de qualidades e as contingências sociais como
vantagens na busca de benefícios económicos e políticos, é a estes
princípios que somos conduzidos. Eles são o resultado do facto de
excluirmos os aspectos da realidade social que parecem arbitrários de um
ponto de vista moral.Porém, não há injustiça no facto de alguns conseguirem benefícios maiores que outros, desde que a situação das pessoas menos afortunadas seja, por esse meio, melhorada.
JOHN RAWLS, Uma Teoria da Justiça
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