Primeiro, tens de conhecer a verdade sobre tudo o que falas ou escreves; tens de aprender a definir cada coisa em si própria; e, uma vez definida, tens de saber como dividi-la em categorias até chegares a algo indivisível.
Segundo, tens de compreender a natureza da alma, nos mesmos moldes; tens de determinar que tipo de discurso é apropriado a cada tipo de alma, preparando e organizando o teu discurso de acordo com isso, oferecendo um discurso complexo e elaborado a uma alma complexa e um discurso simples, a uma alma simples. Então, e só então, conseguirás discursar com arte, […] seja para ensinar, seja para persuadir.
Platão, Fedro
(Cógito, 11º ano)
CRÍTICA DE PLATÃO À RETÓRICA
A retórica sofista não procura a verdade e o bem.
A retórica sofista é uma forma de manipulação e não de persuasão racional.
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Saber do orador
· Na persuasão cultivada pela retórica, o orador defende uma opinião que não é um conhecimento
· O orador é um ignorante que fala para outros ignorantes, fazendo-os acreditar naquilo que diz
· Os oradores influenciam as opiniões e comportamentos do auditório à custa das suas limitações cognitivas e ignorância.
· Os oradores instrumentalizam o auditório fazendo deste um meio para alcançar os seus interesses
· A ignorância do auditório é condição necessária para o orador ignorante - o orador não domina o assunto de que fala e precisa que o auditório seja ignorante para ser mais persuasivo.
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O poder da persuasão
· Persuadir não é poder, porque todo poder real se funda na verdade e no conhecimento
· O que agrada é o que dá prazer imediato (e que muitas vezes é prejudicial)
· O querer está ligado ao bom e ao saber aquilo que se quer.
· Existe um saber e uma ideia objetiva de bem.
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OS DOIS USOS DA RETÓRICA
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MAU USO
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BOM USO
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· A retórica é usada como manipulação
· A argumentação recorre à manipulação, falácias e apelo às emoções.
· O orador usa/ explora as limitações cognitivas do auditório para obter a sua adesão
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· Persuasão racional
· O orador dirige-se às capacidades cognitivas e críticas do auditório
· Apesar do caráter controverso de certos assuntos, o orador procura alcançar e mostrar a verdade.
· Procura apresentar toda a informação relevante ao auditório, não distorce nem omite factos
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