Edward Hopper
O PROBLEMA DO LIVRE ARBÍTRIO - AQUI
O dilema do determinismo
O argumento determinista
PREZI - O PROBLEMA DO LIVRE ARBÍTRIO
Supõe
que estás na bicha de uma cantina e que, quando chegas às sobremesas,
hesitas entre um pêssego e uma grande fatia de bolo de chocolate com uma
cremosa cobertura de natas.
O bolo tem bom aspecto, mas sabes que engorda. Ainda assim, tiras o bolo e come-lo com prazer. No dia seguinte vês-te ao espelho, ou pesas-te, e pensas: «Quem me dera não ter comido o bolo de chocolate. Podia ter comido antes o pêssego.»
O bolo tem bom aspecto, mas sabes que engorda. Ainda assim, tiras o bolo e come-lo com prazer. No dia seguinte vês-te ao espelho, ou pesas-te, e pensas: «Quem me dera não ter comido o bolo de chocolate. Podia ter comido antes o pêssego.»
«Podia ter comido antes o pêssego.» Que quer isto dizer? E será verdade?
Havia pêssegos quando estavas na bicha na cantina: tiveste a oportunidade de ter tirado antes um pêssego. Mas não é apenas isso que queres dizer. Queres dizer que podias ter tirado o pêssego em vez do bolo. Podias ter feito algo
diferente daquilo que realmente fizeste. Antes de teres decidido,
estava em aberto se havias de tirar fruta ou bolo, e apenas a tua
escolha que decidiu qual dos dois havias de comer. (…)
Esta
é uma ideia de «pode» ou «poderia» que aplicamos só às pessoas (e
talvez a alguns animais). Quando dizemos «o carro podia ter chegado ao
cimo da colina», queremos dizer que o carro podia e tinha potência
suficiente para chegar ao cimo da colina se alguém o tivesse
conduzido até lá. Não queremos dizer que numa certa ocasião, quando se
encontrava estacionado no vale, o carro poderia simplesmente ter
começado a andar e chegado ao topo, em vez de permanecer estacionado
onde estava. (…)
Parte
do que quer dizer pode ser o seguinte: até ao momento em que escolhes
nada determina irrevogavelmente qual será a tua escolha. Escolher o
pêssego continua a ser para ti uma possibilidade em aberto até ao momento em que de facto escolhes bolo de chocolate. A tua escolha não está determinada à partida.
Algumas coisas que acontecem estão determinadas
à partida. Por exemplo, parece estar determinado à partida que o Sol se
levantará amanhã a uma certa hora. O Sol não se levantar amanhã e
continuar a noite não é uma possibilidade em aberto. (…) Se não existe
qualquer possibilidade de a Terra parar ou de o Sol não estar lá, não há
qualquer possibilidade de o Sol não se levantar amanhã.
Quando
dizes que podias ter comido um pêssego em vez de bolo de chocolate,
parte do que queres dizer pode ser que aquilo que ias fazer não estava
determinado à partida, tal como está determinado à partida que o Sol se
levantará amanhã. Não havia processos ou forças a operarem antes de
fazeres a tua escolha que tenham tornado inevitável o facto de teres
escolhido bolo de chocolate. (…)
Algumas
pessoas pensam que nunca é possível fazermos qualquer coisa diferente
daquilo que de facto fazemos neste sentido absoluto. Reconhecem que
aquilo que fazemos depende das nossas escolhas, decisões e desejos e que
fazemos escolhas diferentes em circunstâncias diferentes: não somos
como a Terra, que roda no seu eixo com monótona regularidade. Mas
afirmam que, em cada caso, as circunstâncias que existem antes de
agirmos determinam as nossas ações e tornam-nas inevitáveis. (…)
Podes
zangar-te muito com alguém que vai a uma festa a tua casa e rouba todos
os teus discos de Glenn Gould, mas supõe que acreditavas que a sua
acção estava determinada à partida pela sua natureza e pela situação.
(…) Poderias ainda achar que era responsável por um comportamento tão
baixo? Ou seria mais razoável encará-lo como uma espécie de desastre
natural – como se os teus discos tivessem sido devorados por térmitas?
NAGEL, Que quer dizer tudo isto?
Perspetivas incompatibilistas
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ARGUMENTO DA CONSEQUÊNCIA:
Se o determinismo é verdadeiro,
então os nossos atos são consequência das leis da natureza e de acontecimentos
situados no passado
O que aconteceu antes de termos
nascido não depende de nós
As leis da natureza não dependem de
nós
Logo, as consequências destas
coisas, as nossas ações não dependem de nós
SE O
DETERMINISMO É VERDADEIRO, ENTÃO NUNCA PODEMOS AGIR DE OUTRA FORMA
MAS, SE
TEMOS LIVRE ARBÍTRIO, PODEMOS POR VEZES AGIR DE OUTRA FORMA
LOGO, SE O
DETERMINISMO É VERDDADEIRO, ENTÃO NÃO TEMOS LIVRE ARBÍTRIO
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Perspetivas
compatibilistas
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O Compatibilista tem de mostrar que
uma das premissas é falsa.
A primeira premissa é falsa: mesmo
que o determinismo seja verdadeiro é possível agir de outra forma.
A ação livre não deixa de ser
causada, apenas não está sujeita a constrangimentos.
Segundo o compatibilismo clássico,
é possível agir de outra forma na medida em que o agente poderia ter desejado
agir de outra forma
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TEORIAS
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TESE/ ARGUMENTOS
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OBJEÇÕES
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INCOMPATIBILISMO
Argumento:
Se o determinismo é verdadeiro, então não podemos agir de outra forma
Se temos livre arbítrio, então podemos agir de outra forma
Logo, se o determinismo é verdadeiro, então não temos livre arbítrio
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DETERMINISMO RADICAL
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Se o determinismo fosse falso, então causas semelhantes
teriam efeitos diferentes.
É evidente que causas semelhantes têm efeitos semelhantes
(na maioria das nossas ações do dia a dia e nas ciências da natureza).
Logo, o determinismo é verdadeiro.
Se o determinismo é verdadeiro, então não temos livre arbítrio
O determinismo é verdadeiro
Logo, não temos livre arbítrio
Todos os acontecimentos, incluindo as ações humanas são efeitos de acontecimentos anteriores
O livre arbítrio é uma ilusão
As ações resultam de crenças e desejos que são determinados por fatores biológicos e culturais
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Se ninguém age livremente, ninguém é moralmente responsável pelo que faz
A experiência do livre arbítrio é muito forte
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LIBERTISMO
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Se o determinismo é verdadeiro, então não temos livre arbítrio
Temos livre arbítrio
Logo, o determinismo não é verdadeiro
A segunda premissa é defendida
As ações humanas não estão sujeitas à causalidade natural
O ser humano é composto por alma/ mente e corpo
O corpo está sujeito à causalidade natural, mas a alma não está sujeita às leis da natureza
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A alma não está sujeita às leis da natureza mas está sujeita às leis da própria alma, e, nesse caso não há livre arbítrio
As deliberações e escolhas podem ser determinadas por crenças e desejos
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COMPATIBILISMO
Mesmo que o determinismo seja verdadeiro temos o poder de agir de outra forma
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DETERMINISMO
MODERADO |
Todas as ações têm uma causa
As ações são livres se não existem constrangimentos
O determinismo é compatível com a liberdade
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O facto de não nos sentirmos constrangidos não quer dizer que pudéssemos ter escolhido outra coisa além do que escolhemos
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Teorias Filosóficas
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A crença no livre arbítrio é verdadeira
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A crença no determinismo é verdadeira
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O determinismo é compatível com a liberdade
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DETERMINISMO
RADICAL
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Não
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Sim
|
Não
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DETERMINISMO MODERADO
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Sim
|
Sim
|
Sim
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LIBERTISMO
|
Sim
|
Não
|
Não
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DETERMINISMO
RADICAL
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LIBERTISMO
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DETERMINISMO MODERADO
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Todos os acontecimentos são determinados por causas anteriores
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Aceita
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Rejeita
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Aceita
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Não há ações livres
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Aceita
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Rejeita
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Rejeita
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Ninguém é responsável pelas suas ações
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Aceita
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Rejeita
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Rejeita
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