quinta-feira, 2 de abril de 2015

O problema da indução



O problema da indução - aqui

Tentativas de solução ao problema da indução - aqui

De acordo com uma tese amplamente aceite – e que aqui oporemos -, as ciências empíricas podem caracterizar-se pelo facto de empregarem os chamados métodos indutivos. Segundo esta perspetiva, a lógica da investigação científica seria idêntica à lógica indutiva, ou seja, à análise lógica de tais métodos indutivos.

É habitual chamar “indutiva” a uma inferência quando passa de afirmações singulares (por vezes chamadas “particulares”), tais como descrições dos resultados de observações ou de experiências, para afirmações universais, tais como hipóteses ou teorias.
Ora bem, de um ponto de vista lógico, está longe de ser óbvio que a inferência de afirmações universais a partir de afirmações particulares, por mais elevado que seja o seu número, esteja justificada. pois qualquer conclusão a que cheguemos por esta via, corre sempre o risco de um dia se tornar falsa: seja qual for o número de cisnes brancos que tenhamos observado, isso não justifica a conclusão de que todos os cisnes são brancos.
A questão de saber se as inferências indutivas são justificadas, ou sob que condições o estão, é conhecida como o problema da indução.


      Popper, “A Lógica da Investigação Científica”, in Textos e Problemas da Filosofia,(org Aires Almeida e Desidério Murcho”

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