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A MATRIX ENQUANTO HIPÓTESE METAFÍSICA
A visão mais extrema
deste ceticismo acerca do mundo exterior e da minha relação com ele é imaginar
que não tenho corpo. Tudo o que sou é um cérebro a flutuar numa cuba de
produtos químicos. Um cientista perverso ligou de tal forma fios ao meu cérebro.
Um cientista perverso ligou de tal forma fios ao meu cérebro que tenho a ilusão
da experiência sensorial.
O cientista criou uma espécie de máquina de
experiências. Do meu ponto de vista, posso levantar-me e dirigir-me à loja para
comprar o jornal. Contudo, quando faço isto, o que está realmente a acontecer é
que o cientista está a estimular certos nervos de maneira a que eu tenha a
ilusão de fazer isto. Toda a experiência que penso provir dos meus sentidos é
na verdade o resultado de um cientista perverso para estimular o meu cérebro desencarnado.
(…)
A história do
cientista perverso é um exemplo do que os filósofos chamam de experiência
mental. Trata-se de uma situação imaginária descrita de forma a esclarecer
certas características dos nossos conceitos e pressupostos diários. Numa experiência
mental, tal como numa experiência científica, através da eliminação de detalhes
que complicam as coisas e através do controlo do que acontece, o filósofo pode
fazer descobertas acerca dos conceitos sob investigação.
Nigel Warburton, Elementos Básicos de Filosofia
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