A
filosofia é diferente da ciência e da matemática. Ao contrário da
ciência, não assenta em experimentações nem na observação, mas apenas no
pensamento.
E ao contrário da matemática não tem métodos formais de prova. A filosofia faz-se colocando questões, argumentando, ensaiando ideias e pensando em argumentos possíveis contra elas, e procurando saber como funcionam realmente os nossos conceitos.
E ao contrário da matemática não tem métodos formais de prova. A filosofia faz-se colocando questões, argumentando, ensaiando ideias e pensando em argumentos possíveis contra elas, e procurando saber como funcionam realmente os nossos conceitos.
A
preocupação fundamental da filosofia é questionar e compreender ideias
muito comuns que usamos todos os dias sem pensar nelas. Um historiador
pode perguntar o que aconteceu em determinado momento do passado, mas um
filósofo perguntará: “O que é o tempo?” Um matemático pode investigar
as relações entre os números, mas um filósofo perguntará: “o que é um
número?” Um físico perguntará o que constitui os átomos ou o que explica
a gravidade, mas um filósofo irá perguntar como podemos saber que
existe qualquer coisa fora das nossas mentes. Um psicólogo pode
investigar como as crianças aprendem uma linguagem, mas um filósofo
perguntará: “Que faz uma palavra significar qualquer coisa?” Qualquer
pessoa pode perguntar se entrar num cinema sem pagar está errado, mas um
filósofo perguntará: “O que torna uma acção boa ou má?”
Não
poderíamos viver sem tomar como garantidas as ideias de tempo, número,
conhecimento, linguagem, bem e mal, a maior parte do tempo; mas em
filosofia investigamos essas mesmas coisas. O objetivo é levar o
conhecimento do mundo e de nós um pouco mais longe. É óbvio que não é
fácil. Quanto mais básicas são as ideias que tentamos investigar, menos
instrumentos temos para nos ajudar. Não há muitas coisas que possamos
assumir como verdadeiras ou tomar como garantidas. Por isso, a filosofia
é uma atividade de certa forma vertiginosa, e poucos dos seus
resultados ficam por desafiar por muito tempo.
Thomas Nagel, O que quer dizer tudo isto?
1. Distingue os métodos das ciências, da matemática e da filosofia.
2. O que distingue as questões das ciências das questões filosóficas?
FILOSOFIA
| Problemas conceptuais | |
Método:
Análise conceptual/ argumentação
(Análise e debate de ideias)
| ||
CIÊNCIAS
|
Ciências empíricas
| Problemas empíricos |
Método experimental | ||
Matemática
| Problemas a priori | |
Método demonstrativo |
Questões filosóficas
|
Profundas
(complexidade e dificuldade) - colocam em causa aspetos da realidade e de nós
mesmos que não estamos habituados a discutir.
Questionam as nossas crenças básicas fundamentais |
Situam-se ao nível mais profundo, procurando compreender a natureza das realidades cujo funcionamento as ciências procuram explicar.
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Interessam a toda a humanidade
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Só podem ser resolvidas pelo pensamento (não se resolvem experimentalmente)
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