segunda-feira, 23 de junho de 2014

Teremos o dever de ajudar pessoas que morrem à fome?



Todos os anos milhões de pessoas morrem por subalimentação e problemas de saúde com ela relacionados. Um padrão comum entre as crianças dos países pobres é a morte por desidratação causada por diarreias com origem na subnutrição. O diretor executivo do Fundo das Nações Unidas de Apoio às Crianças (UNICEF) estima que cerca de quinze mil crianças morram desta forma todos os dias (…).

Para quem vive em países abastados isto coloca um problema grave. Gastamos dinheiro connosco mesmos, não apenas com as necessidades da vida, mas em luxos sem conta (…) . O problema é que podíamos abdicar dos nossos luxos e, em vez disso, doar dinheiro para o combate à fome. O facto de não o fazermos revela que encaramos os nossos luxos como mais importantes que as suas vidas.

Porque permitimos que morram pessoas à fome quando podíamos salvá-las?(…) A explicação para o facto de não o fazermos é que, pelo menos em parte, raramente pensamos no problema. Vivendo as nossas vidas confortáveis estamos afastados do problema. As pessoas com fome estão a morrer a alguma distância de nós; não as vemos e podemos mesmo evitar pensar nelas. Quando acontece pensarmos nelas, é apenas de forma abstracta, como estatísticas.


Mas, deixando de lado a questão sobre o motivo de nos comportarmos assim, qual é o nosso dever? O que devemos fazer? 

                                                   J. Rachels, Elementos de Filosofia Moral, pág. 115


1 comentário:

  1. Lutar contra a miséria é um fim nobre. Todos concordamos com os fins, mas nem sempre com os meios. Uma análise não muito usual pode ser vista aqui: http://www.viagemlenta.com/2014/03/como-ajudar-genuinamente-os-pobres-e-os.html

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