terça-feira, 26 de março de 2013

Teste Intermédio de Filosofia



Aproxima-se o teste intermédio de Filosofia...

A adesão ao teste intermédio de Filosofia não é consensual.

A oposição ao teste intermédio integra, entre outros, argumentos relativos à natureza dos exames e às limitações didáticas e pedagógicas decorrentes da existência de avaliação externa: os exames não são essenciais à aprendizagem e nem sempre constituem os instrumentos mais adequados e/ ou fiáveis para avaliar as competências adquiridas pelos alunos; o ensino da filosofia não pode limitar-se à preparação/ treino dos alunos para a realização de um exame; podemos motivar os alunos e desenvolver um bom trabalho sem a perspetiva de exame; o problema da fiabilidade intercorretores pode por (põe) em causa os seus resultados; o teste intermédio não é essencial para preparar os alunos para exame (sempre se fizeram exames sem testes intermédios); os testes intermédios constituem um limite ao exercício da autonomia científica e pedagógica dos professores/ grupos disciplinares nas escolas…
Ora, eu defendo claramente a existência do teste intermédio na sequência da existência do exame nacional (exame que deveria ser obrigatório). Integrado no processo de preparação para exame parece-me importante, tanto do ponto de vista do aluno, como do professor (há benefício para os alunos e para o professor experimentarem uma prova externa que antecipa o exame).
Mas a questão que me parece fundamental é que avaliação externa tem um papel importante, regulador da qualidade de ensino; ela supõe que se estabeleçam conteúdos programáticos, que se definam competências a desenvolver e a avaliar, para todos os alunos, independentemente da escola que frequentam ou do professor que lhes “calha”. O programa aberto aos percursos, perspetivas, opções e preferências de cada um propiciou uma ampla liberdade para dar as aulas ao “critério de cada um”. E este “ficar ao critério de cada um”, como sabemos, pode dar para o melhor ou para o pior...
A filosofia enquanto disciplina do ensino secundário precisa de se reabilitar, de ser reconhecida a sua importância curricular (com um estatuto equiparado às outras disciplinas consideradas estruturantes), enquanto disciplina que permite desenvolver a capacidade de argumentar e pensar criticamente.
É claro que o ensino da filosofia não se deve centrar/ esgotar na preparação dos alunos para o exame, daí a importância da concordância entre a seleção de conteúdos relevantes e das competências a desenvolver e a avaliar nas aulas e aquelas que são objeto dos exames.
.                                                                                            H.B.

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