Um argumento é válido se tiver a seguinte propriedade: se as premissas forem verdadeiras, a conclusão será verdadeira. Por que razão estamos especialmente interessados na validade? Acontece que a validade é uma propriedade particularmente agradável para um argumento. Pois se o leitor raciocinar validamente (isto é, se o seu raciocínio puder ser representado por um argumento válido) e se partir de premissas verdadeiras, nunca será conduzido ao erro. E se conseguir que alguém aceite as suas premissas como verdadeiras, essa pessoa tem de aceitar como verdadeiro seja o que for que se siga validamente dessas premissas. Os filósofos são entusiastas dos argumentos válidos. Procuram e conseguem que concordemos com algumas pequenas premissas inocentes, oferecendo depois o que pretendem ser argumentos válidos que têm todo o tipo de conclusões surpreendentes e grandiosas. Nas Meditações, Descartes começa por uma premissa inócua – Penso – e conclui: Deus existe. Claro que temos tendência para pensar que ele se apoiou implicitamente em mais algumas premissas que foram suprimidas, com as quais podemos discordar, ou que cometeu um erro no seu argumento. Mas se as premissas fossem verdadeiras e o raciocínio válido, a sua conclusão de que Deus existe seria verdadeira. E se nós aceitássemos as suas premissas e o seu argumento, estaríamos obrigados a aceitar a sua conclusão. (…) Exprimimos isto afirmando que os argumentos válidos preservam a verdade. Se começar com verdades e raciocinar validamente aquilo a que chegar será verdade. O facto dos argumentos válidos preservarem a verdade torna-os atraentes.
Newton-Smith, Lógica, Um Curso Introdutório
- O que é um argumento válido?
- O que quer dizer: "Os agumentos válidos preservam a verdade"?
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