É evidente que a
música dá às pessoas grande prazer e é também verdade que geralmente se
considera que exprime algumas das mais profundas emoções humanas. Nenhum dos
factos, contudo, explica apropriadamente o seu valor.
Que significa o riso? O que há no fundo do risível? O que haverá de comum entre a careta de um palhaço, um jogo de palavras, um quiproquó de vaudeville, uma cena de fina comédia? Que destilação nos dará a essência, sempre a mesma, da qual tantos produtos diversos tiram o seu indiscreto aroma ou o seu delicado perfume?
Trata-se de valorizar os desempenhos da visão fotográfica e de a diferenciar definitivamente do olhar humano. “A fotografia deu-nos pela primeira vez, a sensação da estrutura das coisas com uma intensidade que o olhar, limitado pela acomodação, ignorava inteiramente até então” (Otto Steinert)
Com a Entreponte, Stieglitz inicia um novo estilo. Ao contrário do que acontecia no picturalismo, é no momento de fotografar que a composição da imagem é concebida na sua globalidade.
A perspetiva, o
enquadramento, a desfocagem, o instantâneo, o efeito de profundidade de campo
são outros tantos contributos da fotografia para a pintura Toulouse Lautrec,
Degas, Seurat, para citar apenas estes, provam-no nas suas telas.
Tudo começou com
Peter Henry Emerson, que, no decurso da segunda metade do século XIX, “se
insurge contra a fotografia que reproduz com igual precisão tudo aquilo que aparece
no campo da sua objetiva” (citado por Jean A. Keim, na sua Histoire de la
Photographie).