segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Validade e verdade





As partes relevantes de um argumento são, em primeiro lugar, as suas premissas. As premissas são o ponto de partida, ou o que se aceita ou presume, no que respeita ao argumento. Um argumento pode ter uma ou várias premissas. A partir das premissas, os argumentos derivam uma conclusão. Se estamos a reflectir sobre um argumento, talvez por termos relutância em aceitar a sua conclusão, temos duas opções. Em primeiro lugar, podemos rejeitar uma ou mais das suas premissas. Em segundo lugar, podemos também rejeitar o modo como a conclusão é extraída das premissas. A primeira reacção é que uma das premissas não é verdadeira. A segunda é que o raciocínio não é válido. É claro que o mesmo argumento pode estar sujeito a ambas as críticas: as premissas não são verdadeiras e o raciocínio aplicado é inválido. Mas as duas críticas são distintas (e as duas expressões, «não é verdadeira» e «não é válido», marcam bem a diferença).
                                                                                   BLACKBURN, Dicionário de Filosofia

- Distingue verdade de validade.

6 comentários:

  1. A validade é uma propriedade da estrutura dos argumentos, que depende da forma e não do conteúdo. A validade de um argumento não depende da verdade ou da falsidade das proposições que constituem as premissas e a conclusão, mas do modo como estão relacionadas.
    A validade é a condição necessária mas não suficiente para garantir a verdade da conclusão, por isso, so há garantia de verdade da conclusão se o argumento, além de ser válido, tiver premissas verdadeiras.
    Verdade é a propriedade das proposições. Traduz a adequação di pensamento expresso à realidade a que se refere.

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  2. Verdade e validade aplicam-se a termos diferentes.
    A validade refere-se aos argumentos, sendo estes um conjunto de proposições (frases declarativas com valor de verdade) constituídos por pelo menos por duas proposições, a conclusão (tese) e uma premissa que a suporta. A validade dos argumentos depende da forma e não do seu conteúdo.
    Enquanto a verdade diz respeito às proposições. Estas são falsas ou verdadeiras consoante os factos, ou seja, são verdadeiras quando as suas afirmações coincidem com a realidade.

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  3. Como poderemos distinguir estes dois tópicos da filosofia, usando a palavra lógica, é a chave do puzzle.
    Verifica-se que a lógica é o estudo das inferências sendo esta um processo que permite passar das premissas à conclusão, acima de tudo é relacionado à pesquisa dos argumentos válidos.
    Assim é observado que a partir da lógica teremos como objectivo compreender e demonstrar a validade dos argumentos e não a verdade das proposições que os constituem, por outras palavras é servido para formular as regras a que os argumentos devem obedecer para serem validos, distinguir as formas válidas das formas não válidas e por fim desenvolver técnicas de avaliação dos argumentos.
    Apesar da sua aparência um argumento valido pode ser valido mas não significa que seja verdadeiro, ou seja a sua reacção entre a conclusão e as suas premissas são duvidosas e questionáveis. Embora a validade seja uma propriedade formal dos argumentos e, portanto, independentemente do valor de verdade das proposições que o constituem, ela garante que a verdade das premissas seja preservada na conclusão.
    Poderemos finalmente compreender melhor a diferença entre validade e verdade.
    Pois conclui-se que a validade está relacionada com a verdade ou a falsidade das proposições de um argumento que constituem as premissas e a conclusão de modo a que estes estejam relacionados, ou seja quando as premissas são verdadeiras seria impossível derivar de uma conclusão falsa.
    Por outro lado a verdade refere-se à matéria ou ao conteúdo, isto é, aquilo que é afirmado ou negado em cada proposição. Traduzindo a adequação ou inadequação entre o pensamento expresso e a realidade a que se refere.


    Ruben Guerreiro nº 26

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  4. Dá-se o nome de argumento a um conjunto de proposições organizadas tendo em vista a defesa de uma determinada tese ou de um determinado ponto de vista, de modo que a conclusão a que chegamos tenha por base no mínimo uma proposição, à qual de dá o nome de premissa.
    Porém, as proposições constituintes de um argumento podem ser consideradas verdadeiras ou falsas, de acordo com o facto de coincidirem ou não com a realidade.
    Contudo um argumento pode ou não ser considerado válido.
    Essa validade não depende da verdade ou falsidade das proposições, mas sim do modo como estão relacionadas, pois um argumento é considerado válido quando: se as premissas forem verdadeiras, então a conclusão é também verdadeira.
    A validade é uma propriedade que depende da forma, como tal, sendo indiferente o conteúdo tendo a consciência dessa forma já referida, é possível por parte do sujeito criar facilmente inúmeros argumentos válidos.

    Francisco Valadas

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  5. Relativamente a “verdade e validade” em filosofia, algumas pessoas são induzidas em erro pela seguinte razão:

    As proposições são consideradas verdadeiras quando estas coincidem com a realidade, logo se as proposições são verdadeiras o argumento, só pode ser verdadeiro.

    Esta suposição não está correta, visto que, um argumento pode ter premissas falsas e ser válido, ou seja, os argumentos são válidos ou inválidos, dependendo da sua forma lógica e não do seu conteúdo.
    Quando falamos de argumentos da lógica formal falamos de argumentos dedutivos (os argumentos em que se as premissas são verdadeiras a conclusão não pode ser falsa).

    Basicamente, a verdade é relativa as premissas enquanto que a validade é relativa ao argumento.

    Gustavo Dias

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