Van Gogh
A Ética Deontológica de Kant - Síntese aqui
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Neste
mundo e até também fora dele, nada é possível pensar que possa ser considerado
como bom sem limitação a não ser uma só coisa: uma Boa Vontade. Discernimento,
argúcia de espírito, capacidade de julgar e como quer que possam chamar-se os
demais talentos do espírito, ou ainda coragem, decisão, constância de
propósito, como qualidades do temperamento, são sem dúvida a muitos respeitos
coisas boas a desejáveis; mas também podem tornar-se extremamente más e prejudiciais
se a Vontade, que haja de fazer uso destes dons naturais e cuja constituição
particular por isso se chama carácter não for Boa.
O mesmo acontece com os dons da fortuna. Poder, riqueza, honra, mesmo a saúde e todo o bem-estar e contentamento com a sua sorte, sob o nome de felicidade dão ânimo que muitas vezes por isso mesmo desanda em soberba, se não existir também a boa vontade que corrija a sua influência sobre a alma e juntamente todo o princípio de agir e lhe dê utilidade geral; isto sem mencionar o facto de que um espectador razoável e imparcial, em face da prosperidade ininterrupta duma pessoa a quem não adorna nenhum traço duma pura e boa vontade, nunca poderá sentir satisfação, e assim a Boa Vontade parece constituir a condição indispensável do próprio facto de sermos dignos da felicidade.
O mesmo acontece com os dons da fortuna. Poder, riqueza, honra, mesmo a saúde e todo o bem-estar e contentamento com a sua sorte, sob o nome de felicidade dão ânimo que muitas vezes por isso mesmo desanda em soberba, se não existir também a boa vontade que corrija a sua influência sobre a alma e juntamente todo o princípio de agir e lhe dê utilidade geral; isto sem mencionar o facto de que um espectador razoável e imparcial, em face da prosperidade ininterrupta duma pessoa a quem não adorna nenhum traço duma pura e boa vontade, nunca poderá sentir satisfação, e assim a Boa Vontade parece constituir a condição indispensável do próprio facto de sermos dignos da felicidade.
(...)
A boa vontade não é boa por aquilo que se promove ou
realiza, pela aptidão para alcançar qualquer finalidade proposta, mas
tão-somente pelo querer, isto é, em si mesma, e, considerada em si mesma, deve
ser avaliada em grau muito mais alto do que tudo o que por se intermédio possa
ser alcançado em proveito de qualquer inclinação, ou mesmo, se quiser, da soma
de todas as inclinações.
Kant, Fundamentação da Metafísica dos Costumes, Trad. Paulo Quintela
- Crença moral fundamental – O BEM ÚLTIMO É A BOA VONTADE
- A única coisa absolutamente boa
- A única coisa intrinsecamente boa em si mesma (todas as outras qualidades são avaliadas em função dos seus resultados)
- A vontade que age por dever
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