segunda-feira, 3 de março de 2014

A intenção de cumprir o dever


Van Gog

Immanuel Kant estava interessado na questão de saber o que é uma ação moral. A resposta que deu tem sido muito importante para a filosofia. (…)
Para Kant era óbvio que uma ação moral teria de ser executada por sentido do dever e não apenas como resultado de uma inclinação, de um sentimento ou da possibilidade de qualquer tipo de benefício para o seu autor.
Assim, por exemplo, se eu doar dinheiro para ações de caridade por ter profundos sentimentos de compaixão pelos mais necessitados, a minha ação não será necessariamente moral, segundo Kant: se eu agir em função dos meus sentimentos de compaixão e não em função do sentido do dever não terei agido moralmente. Se eu doar dinheiro para ações de caridade por pensar que isso vai aumentar a minha popularidade entre os meus amigos, não estarei, uma vez mais, a agir moralmente, mas em função do benefício em termos de estatuto social.  

Assim, para Kant a motivação de uma ação era muito mais importante do que a própria ação e as suas consequências. Ele pensava que, para saber se alguém está a agir moralmente ou não, temos de saber a intenção dessa pessoa.

                            Nigel Warburton, Elementos Básicos da Filosofia


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