Immanuel
Kant estava interessado na questão de saber o que é uma ação moral. A resposta
que deu tem sido muito importante para a filosofia. (…)
Para
Kant era óbvio que uma ação moral teria de ser executada por sentido do dever
e não apenas como resultado de uma inclinação, de um sentimento ou da
possibilidade de qualquer tipo de benefício para o seu autor.
Assim, por
exemplo, se eu doar dinheiro para ações de caridade por ter profundos
sentimentos de compaixão pelos mais necessitados, a minha ação não será
necessariamente moral, segundo Kant: se eu agir em função dos meus sentimentos
de compaixão e não em função do sentido do dever não terei agido moralmente. Se eu doar dinheiro para
ações de caridade por pensar que isso vai aumentar a minha popularidade entre
os meus amigos, não estarei, uma vez mais, a agir moralmente, mas em função do benefício em termos de estatuto
social.
Assim,
para Kant a motivação de uma ação era muito mais importante do que a própria
ação e as suas consequências. Ele pensava que, para saber se alguém está a agir
moralmente ou não, temos de saber a intenção dessa pessoa.
Nigel Warburton, Elementos Básicos da Filosofia
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