sexta-feira, 4 de outubro de 2013

O que é a argumentação?



Paul Klee


Os argumentos são essenciais, em primeiro lugar, porque são uma forma de tentar descobrir quais os melhores pontos de vista. Nem todos os pontos de vista são iguais. Algumas conclusões podem ser apoiadas com boas razões; outras, com razões menos boas. Mas muitas vezes não sabemos quais são as melhores conclusões. Precisamos de apresentar argumentos para apoiar diferentes conclusões, e depois avaliar tais argumentos para ver se são realmente bons.

Neste sentido, um argumento é uma forma de investigação. Alguns filósofos e ativistas argumentaram, por exemplo, que criar animais só para fornecer carne causa um sofrimento imenso aos animais e que, portanto, isso é injustificado e imoral. Será que eles têm razão? Não se pode decidir consultando os preconceitos que se têm. Estão envolvidas muitas questões. Temos obrigações morais para com outras espécies, por exemplo, ou é só o sofrimento humano que é realmente mau? Podem os seres humanos viver realmente bem sem carne? Alguns vegetarianos viveram até idades muito avançadas. Será que este facto mostra que as dietas vegetarianas são mais saudáveis? Ou é esse facto irrelevante, considerando que alguns não vegetarianos também viveram até idades muito avançadas? (É melhor perguntar se uma percentagem mais elevada de vegetarianos vivem até idades avançadas.) Talvez as pessoas mais saudáveis tenham tendência para se tornarem vegetarianas, ao contrário das outras? Todas estas questões têm de ser consideradas cuidadosamente, e as respostas não são, à partida, óbvias.

Os argumentos também são essenciais por outra razão. Uma vez chegados a uma conclusão bem apoiada por razões, os argumentos são a maneira pela qual a explicamos e defendemos. Um bom argumento não se limita a repetir as conclusões. Em vez disso, oferece razões e dados para que as outras pessoas possam formar a sua própria opinião. Se o leitor ficar convencido que devemos realmente mudar a forma como criamos e usamos os animais, por exemplo, terá de usar argumentos para explicar como chegou a essa conclusão: é assim que convencerá as outras pessoas. Ofereça as razões e os dados que o convenceram a si. Ter opiniões fortes não é um erro. O erro é não ter mais nada.

                                                       Anthony Weston, A arte de Argumentar




1.1.  Identifique/ apresente a tese do texto
1.2.  Explicite as razões que o autor refere para sustentar a sua tese.

1.3.  Comente as afirmações do texto “Ter opiniões fortes não é um erro. O erro é não ter mais nada.”


Ficha de Trabalho - A Dimensão Discursiva do Trabalho Filosófico

Ficha de Trabalho2 - A Dimensão Discursiva do Trabalho Filosófico






7 comentários:

  1. “Ter opiniões fortes não é um erro. O erro é não ter mais nada.” A afirmação transmite que não é nenhum erro ter opiniões fortes. Ela pode ser justificada pois não é errado que cada um tenha as suas próprias convicções e é, na verdade, positivo tê-las pois são estas que nos definem e tornam cada pessoa única e diferente das demais; ter opiniões fortes, significa também que tivemos que refletir acerca de determinados assuntos, estivemos a analisá-los e graças a esse raciocínio foi possível encontrar argumentos válidos para criarmos tal opinião. Tudo isto é positivo, pois esta análise torna-nos mais críticos e o conhecimento adquirido retira-nos certa ingenuidade.

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  2. É importante termos opiniões fortes, pois ao acreditarmos muito numa ideia, somos menos susceptíveis a deixar-nos levar, pelas opinões dos outros. No entanto se não tivermos mais nada, ou seja, argumentos bem construidos, válidos e sólidos, facilmente as nossas opiniões fortes poderão ser contraditas. E, mesmo que essas objeções estejam incorretas, não seremos capazes de defender as nossas ideias, pelo simples facto de as termos aceitado como certezas, sem as analisarmos corretamente. Para além disto, podemos deixar-nos cair no erro de aceitar preconceitos sem os questionar, sendo muito mais aptos à manipulação da sociedade.

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  3. Muitas pessoas no mundo encontram-se intimamente ligadas a pensamentos sobre os quais nunca se debruçaram ou refletiram.
    Existem, no entanto, também muitas outras pessoas que pensam além do que lhes foi indicado e que chegam mesmo a revelar opiniões diferentes.
    Acontece que, em ambos os casos, o indivíduo deve investigar a sua opinião, procurando defendê-la o melhor possível, apresentado bons argumentos.
    É nesta situação que conseguimos distinguir uma opinião bem formulada e que apresenta lógica, de uma que não revela qualquer validade ou solidez.
    Concluindo, devo concordar com Weston, uma vez que, mesmo possuindo uma forte opinião, se não a defendermos corretamente com argumentos igualmente poderosos, esta não vai demonstrar qualquer razão.

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  4. "Ter opiniões fortes não é um erro. O erro é não ter mais nada."
    Esta afirmação mostra que apenas opinar não tem qualquer significado, se não soubermos justificar, nem argumentar essas opiniões. Por isso é um erro não ter mais nada a dizer para além de uma simples opinião, mesmo que esta seja "forte". Se não fundamentarmos as nossas opiniões, elas não servirão de nada, pois não terão qualquer valor para os outros e nem serão aceites por estes.

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  5. "Ter opiniões fortes não é um erro.O erro é não ter mais nada."
    A frase tem como objectivo mostrar que ter opiniões face a um assunto não basta, há que sabê-las fundamentar e defender com lógica.
    Isto por vários factores, seja porque sem argumentos para justificar uma opinião mal a podemos mencionar pois não temos defesas a favor dela, se quisermos passar a nossa opinião para alguém, somente a opinião dificilmente será suficiente, temos que apresentar argumentos para alguma credibilidade na nossa opinião.
    Em ainda que não seja tão referente ao assunto principal, já mencionado (em suma, a importância de ter argumentos para justificar uma opinião), a 1ª frase ("Ter opiniões fortes não é um erro"), dá a entender que ainda que devamos ter as nossas opiniões, temos que saber dar atento a outras, pois ainda que a frase não se refira a "ter opiniões fortes não é um erro", também não diz que ter opiniões fortes não é correcto, em suma, havemos que ter boas opiniões, saber justificá-las, e prestar atenção e ter em consideração a dos outros, também devidamente justificadas.

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  6. "Ter opiniões fortes não é um erro. O erro é não ter mais nada."
    O que eu retiro desta afirmação é que temos de ter espírito crítico, ou seja devemos de ter as nossas próprias opiniões, sobre o assuntos em questão, é também importante que as nossas opiniões sejam "sólidas", bem argumentadas, baseadas em factos e não apenas em ideias das quais não temos certezas, ou seja temos de saber do que estamos a falar caso contrário a nossa opinião é completamente errada e apenas nos vai fazer parecer mal vistos em frente daqueles que realmente percebem do assunto em questão.

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  7. Ter opiniões fortes não vale de nada se quando confrontadas não terem quaisquer razões, argumentos que justifiquem a nossa opinião. É bom ter opiniões fortes quando refletidas, pensadas e bem defendidas . Pois se não assim fosse ficaríamos todos na ignorância e no saber uns dos outros .

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