domingo, 22 de setembro de 2013

Sócrates



Ménone - Eu tinha já ouvido dizer, Sócrates, antes de conversar contigo, que só sabias duvidar de tudo, e fazer duvidar os outros; e agora verifico que me fascinas o espírito com os teus sortilégios e malefícios, e me enfeitiçaste de tal modo que estou cheio de dúvidas. Se me permites o gracejo, dir-te-ei que te assemelhas à tremelga, que deixa, como que entorpecido, quem lhe toca (…)

Sócrates - Se desperto dúvidas nos outros, não é por saber mais do que eles; pelo contrário, é precisamente por duvidar mais que ninguém que levo os outros a duvidar. Neste caso, ignoro absolutamente o que é a virtude. Talvez tu o soubesses, antes de te acercares de mim. Conquanto agora pareces ignorá-lo. Seja como for, quero examinar e investigar contigo em que ela consiste.
                                                                                          Platão, Ménone


SÓCRATES 

Filósofo Grego (469-399 a.C.)


Sócrates interessou-se pelo homem, por questões de natureza moral. Promoveu no homem a investigação em torno de si mesmo “Conhece-te a ti mesmo”. Procurou saber em que consiste a virtude, a justiça e o bem.

Através do diálogo, Sócrates levava o interlocutor a procurar racionalmente a verdade  (definição de conceitos de caráter ético) . A primeira condição para a procura da verdade é a consciência da própria ignorância. Só quem sabe que não sabe procura saber.

O Método Socrático -Diálogo - é constituído por duas partes:

Ironia - Sócrates pede ao interlocutor que defina um conceito (justiça, virtude…), e a partir da sua resposta, coloca interrogações sucessivas, levando-o a cair em contradição e a tomar consciência  da sua ignorância.

Maiêutica – pesquisa da verdade em comum, através do diálogo (depois do interlocutor, já consciente da sua ignorância, ficar motivado para investigar).






1 comentário:

  1. E se Sócrates, abatido pelas críticas negativas às suas crenças, tivesse interrompido o seu trabalho? E se ele, por opção, não tivesse transmitido os seus pensamentos aos seguidores? E se nada na História se referisse a Sócrates, devido aos dois factos anteriores?
    Se isto realmente tivesse acontecido, existiria Filosofia? Se sim, como seria ela?

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