A esta altura, percebe-se
claramente a diferença entre verdade e corroboração. Apreciar um enunciado
dando-o como corroborado, é também uma apreciação lógica e, portanto,
intemporal; assevera que certa relação lógica está em vigor entre um sistema teorético
e um sistema qualquer de enunciados básicos aceites. Entretanto, nunca podemos
dizer que um enunciado, como tal, está por si mesmo “corroborado” (no sentido
em que podemos dizer que é verdadeiro). Só podemos dizer que está corroborado
com respeito a algum sistema de enunciados básicos – sistema aceite num
determinado tempo. A corroboração que uma teoria recebeu ontem não é idêntica à
corroboração que uma teoria recebeu hoje. (…)
A corroboração não
é, portanto, um “valor de verdade”; não pode ser colocada a par de conceitos “verdadeiro”
e “falso” (que estão livres de indicadores temporais).
Popper, A
Lógica da Pesquisa Científica
Hipótese
CONJETURA
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a)
O que se deduziu da hipótese falsifica-a – não
há acordo entre o que a conjectura prediz e o que é observado.
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b)
A hipótese resistiu aos testes destinados a
falsificá-la – a hipótese foi corroborada.
Mas uma hipótese corroborada não significa ser verdadeira.
A HIPÓTESE PERMANECE
CONJETURA SEMPRE PASSÍVEL DE REFUTAÇÃO FUTURA
As teorias
científicas são apenas “verosímeis”, aproximações progressivas à verdade.
Não podemos afirmar
que uma teoria é verdadeira, só podemos afirmar que ainda não foi
falsificada.
A CIÊNCIA PROGRIDE
POR “CONJETURAS E REFUTAÇÕES”
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