terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O problema do livre arbítrio





Problema do livre arbítrio:

Como compatibilizar a crença de que todos os acontecimentos, incluindo as acções, são causalmente determinados, segundo as leis da natureza com a crença de que o Homem é livre e responsável pelas acções?





quarta-feira, 24 de novembro de 2010

As condicionantes da acção humana



CONDICIONANTES FÍSICO-BIOLÓGICAS


O património genético que os seres humanos herdam dos seus progenitores determina um conjunto de condicionantes das suas acções. A estrutura biológica de cada um, assim como a sua relação com o meio condiciona aquilo que ele quer fazer.
O ambiente e recursos materiais condicionam a acção humana (recursos, matérias-primas, clima, condições ambientais).
A personalidade e características psicológicas de cada um também condicionam a sua acção.


CONDICIONANTES HISTÓRICO-CULTURAIS


A época histórica e o meio sociocultural influenciam as nossas decisões.
Através do processo de socialização cada ser humano apreende e interioriza os elementos da cultura a que pertence: linguagem, valores, regras, crenças, formas de sentir, de ser e de estar.


Powerpoint - Acção Humana

sábado, 20 de novembro de 2010

Acção humana, liberdade e responsabilidade.



-         A Acção Humana consiste numa interferência intencional, consciente e voluntária no curso normal da realidade. É consciente porque o agente tem a percepção de si como autor da acção; é intencional pois o agente tem um propósito ao realizar a acção e um motivo que é o porquê da acção (as razões que permitem compreender a intenção); é voluntária porque expressa a vontade livre do agente. Sendo o agente quem conduz a acção com uma finalidade.
-        Os termos liberdade, acção humana e responsabilidade estão relacionados, visto que que um agente tem a capacidade de escolher, tem uma vontade livre que decide realizar uma acção. mas é responsável pela acção que pratica e pelas consequências que ela provoca, ou seja, um agente ao ter liberdade para agir de forma intencional, consciente e voluntária automaticamente é responsável pelo seu resultado.
Raquel Morgado

A ACÇÃO HUMANA


“O que é a acção e o que é agir? Um movimento corporal não é nem pouco mais ou menos o mesmo que acção; não é o mesmo “estar a andar” que “ir dar um passeio”. De maneira que as perguntas vitais que a seguir temos de tentar responder são: que significa agir? O que é uma acção humana e como é  que se diferencia dos outros movimentos que outros seres fazem, bem como de outros gestos que os humanos também fazem. Não será ilusão ou um preconceito imaginar que somos capazes de verdadeiras acções e não de simples reacções diante do que nos rodeia, nos influencia e nos constitui? (...)
A verdade é que existe uma diferença entre o que simplesmente me acontece, o que faço sem me dar conta e sem querer (...), o que faço sem me dar conta mas segundo uma rotina adquirida voluntariamente e o que faço apercebendo-me e querendo (...). Parece que a palavra “acção” apenas convém à última destas possibilidades. É evidente que ainda existem outros gestos difíceis de classificar mas que, à partida, parecem qualquer coisa menos acções: por exemplo, fechar os olhos e levantar o braço quando alguém me atira qualquer coisa à cara ou procurar algo a que me agarrar quando estou quase a cair. Não, decididamente uma acção é apenas o que não teria feito se não tivesse querido fazê-lo: chamo acção a um acto voluntário."
                                                                                                            Savater

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A filosofia como actividade argumentativa





A filosofia é um envolvimento crítico com as ideias através de palavras. Envolve argumentos e contra-argumentos, exemplos e contraexemplos. Os filósofos não se limitam a expressar as suas crenças; justificam-nas com provas e argumentos. Raciocinam, definem, clarificam. Acima de tudo, os filósofos estão interessados na verdade, numa tentativa constante de ir para além das aparências. Tentam formular as suas posições com clareza e rigor que lhes permite serem desafiados e até criticados. Deste modo, a filosofia não é uma questão de manifestos e atitudes, mas de posições racionais que conduzem a conclusões bem fundamentadas.
                                                                                 Nigel Warburton, O que é a arte?

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Problemas filosóficos e disciplinas filosóficas




Filosofia da Acção
Estuda os problemas relacionados com a natureza e racionalidade da acção, como os seguintes:
O que são acções?
Como explicar os comportamentos humanos irracionais?
Que relação existe entre acção, liberdade e responsabilidade?

Axiologia
Estuda a natureza dos valores.
 O que são valores?
Os valores são objectivos ou subjectivos?

Ética (ou filosofia moral)
 Estuda problemas relacionados com o modo como devemos viver e com o que devemos valorizar. 
A ética abrange três áreas ou subdisciplinas distintas: a metaética, a ética normativa e a ética aplicada. A metaética estuda problemas mais abstractos, relacionados com a natureza da própria ética; a ética normativa estuda diferentes sistemas éticos; e a ética aplicada estuda problemas práticos, como o aborto ou a eutanásia.

Como devemos agir?
Haverá padrões morais universais ou todas as normas morais serão relativas?
O aborto e a eutanásia serão justificáveis?
Os animais têm direitos?


Filosofia Política
Estuda o modo como podemos viver em sociedade e o modo como devemos fazê-lo, o que levanta problemas como os seguintes:

Como deveremos viver em sociedade?
Será o Estado necessário?
Haverá limites para a liberdade individual?
Como se deve distribuir a riqueza?

Estética e Filosofia da Arte
A estética estuda a natureza do juízo estético em geral; a filosofia da arte estuda problemas relacionados com a definição, valor e avaliação da arte.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

As questões da filosofia



A partir da análise de 3 textos identificámos as questões da filosofia e reflectimos sobre a sua natureza.
Destes textos extraímos algumas ideias importantes: há perguntas que foram colocadas desde sempre pelos homens, porque há dúvidas e inquietações comuns aos homens desde sempre; as questões da filosofia são questões essenciais e fundamentais acerca do sentido da nossa existência; a maior parte das pessoas, num ou noutro momento da vida já se interrogaram sobre elas; as questões da filosofia dirigem-se à essência das coisas, perguntam o que as coisas são e qual o seu sentido.
Concluímos que as questões filosóficas incidem nos problemas do ser humano. São questões essenciais acerca do sentido da nossa existência. São radicais porque se dirigem à essência das coisas. Os problemas filosóficos são relativos às nossas crenças básicas e não podem ser resolvidos pelos métodos das ciências. As perguntas da filosofia incidem sobre toda a realidade e na medida em que são partilhadas por todos os homens, são universais. Mas o modo de colocar as questões depende da época histórica.
                                                                                                                    Ana Filipa

O valor da Filosofia





O valor da filosofia, na realidade, deve ser buscado, em grande medida, na sua própria incerteza. O homem que não tem umas tintas de filosofia caminha pela vida afora preso a preconceitos derivados do senso comum, das crenças habituais de sua época e do seu país, e das convicções que cresceram no seu espírito sem a cooperação ou o consentimento de uma razão deliberada. Para tal homem o mundo tende a tornar-se finito, definido, óbvio; para ele os objectos habituais não levantam problemas e as possibilidades não familiares são desdenhosamente rejeitadas. Quando começamos a filosofar, pelo contrário, imediatamente nos damos conta (como vimos nos primeiros capítulos deste livro) de que até as coisas mais ordinárias conduzem a problemas para os quais somente respostas muito incompletas podem ser dadas. A filosofia, apesar de incapaz de nos dizer com certeza qual é a verdadeira resposta para as dúvidas que ela própria levanta, é capaz de sugerir numerosas possibilidades que ampliam nossos pensamentos, livrando-os da tirania do hábito. Desta maneira, embora diminua nosso sentimento de certeza com relação ao que as coisas são, aumenta em muito nosso conhecimento a respeito do que as coisas podem ser; ela remove o dogmatismo um tanto arrogante daqueles que nunca chegaram a empreender viagens nas regiões da dúvida libertadora; e vivifica nosso sentimento de admiração, ao mostrar as coisas familiares num determinado aspecto não familiar.

                                                                                         Bertrand Russell, O Valor da Filosofia

domingo, 17 de outubro de 2010

Aprendiz de filósofo




“[…] Ao aprendiz de filósofo (ao jovem aprendiz, pretendo eu dizer, e na minha qualidade de aprendiz mais velho), rogo que se não apresse a adoptar soluções, que não leia obras de uma só escola ou tendência, que procure conhecer as argumentações de todas, e que queira tomar como primário escopo a singela façanha de compreender os problemas: de compreendê-los bem, de os compreender a fundo, habituando-se a ver as dificuldades reais que se deparam nas coisas que se afiguram fáceis ao simplismo e à superficialidade do que se chame «senso comum (a filosofia é, em não pequena parte, a luta do bom senso contra o «senso comum)». António Sérgio
Os conselhos que o aprendiz mais velho dá ao iniciante são:
-        Não ter pressa de chegar a conclusões.
-        Não ler obras de uma só escola, que tenham o mesmo modo de interpretar a realidade, a mesma posição face perante um problema.
-        Procurar conhecer todas as posições, interpretações e argumentações relativas a um problema.
-        Procurar conhecer, querer compreender os problemas para ter consciência das dificuldades que parecem facilidades para o modo de ver do senso comum.
                                                                                                             Joana Conceição

sábado, 16 de outubro de 2010

O que é a filosofia - O que nos diz Descartes


Na nossa oitava aula de Filosofia debruçamos a nossa atenção na interpretação de dois textos: um excerto do Prefácio de Princípios de filosofia”, de Descartes; e O valor da filosofia” por Bertrand Russell. O objectivo é foi de reflectir um pouco mais sobre a questão fundamental desta nossa iniciação à disciplina: “ O que é a filosofia?”(...)
Depois da leitura do o texto de Descartes, esquematizámos as ideias principais, tomando como ponto de partida a “pequena, grande frase”: “ Viver sem filosofar equivale realmente a ter os olhos fechados sem nunca procurar abri-los”. (...)
 “Viver sem filosofar”, enquadra-se em viver sem se interrogar/questionar/problematizar; viver sem pensar/reflectir; viver sem procurar conhecer a realidade que nos rodeia. E tudo isso equivale a “ ter os olhos fechados sem nunca procurar abri-los”. Por sua vez esta última citação significa o mesmo que viver na ignorância sem ter sede de procurar conhecer mais, outras verdades e conhecendo a realidade apenas por aquilo que os sentidos, a experiência adquirida pelo senso-comum, permitem.
Concluímos também a partir do excerto “ Viver sem filosofar” que, pela Filosofia se faz a distinção entre a aparência e a realidade.
A Filosofia procura conhecer a realidade, tem uma dimensão Teórica; mas a Filosofia permite reflectir sobre as nossas acções /opções, conduz a nossa vida/existência, e por isso tem uma dimensão prática.
Depois da elaboração deste esquema e de o termos compreendido na sua totalidade, estávamos aptos a responder correctamente às questões que se seguiam ao texto.
Mas não ficámos por aqui; Havia ainda outro texto para interpretar: O texto “O valor da filosofia”, por Bertrand Russell.
Para este texto fizemos uma interpretação oral/dialogada, cada um dos alunos tentou chegar a uma conclusão (...)Depois de um trabalho conjunto entre professora e alunos concluímos que: A Filosofia não chega a saberes feitos, mas que abre possibilidades e horizontes. O valor da filosofia está em grande medida na sua incerteza, na capacidade de nos interrogarmos e questionarmos até o que parece óbvio.  Pois quando “filosofamos”, por assim dizer, damos conta que o óbvio pode não passar de uma aparência.
Estas duas interpretações levam-nos a pensar na importância de filosofar, de não ficarmos no conforto da ignorância, de não vermos apenas aquilo que os sentidos ou o saber do dia a dia  permitem, pois “quando filosofamos, damos conta que o óbvio… não é assim tão óbvio”.
Luís Costa

A ALEGORIA DA CAVERNA E A CONDIÇÃO HUMANA


Imagem tirada do Blog:http:
//hermes-embuscadesophia.blogspot.com/2008/07/o-significado-filosfico-da-alegoria-da.html

A ALEGORIA DA CAVERNA
Sócrates – Agora imagina a maneira como segue o estado da nossa natureza relativamente à instrução e à ignorância. Imagina homens numa morada subterrânea, em forma de caverna, com uma entrada aberta à luz; esses homens estão aí desde a infância, de pernas e pescoço acorrentados, de modo que não podem mexer-se nem ver senão o que está diante deles, pois as correntes os impedem de voltar a cabeça; a luz chega-lhes de uma fogueira acesa numa colina que se ergue por detrás deles; entre o fogo e os prisioneiros passa uma estrada ascendente. Imagina que ao longo dessa estrada está construído um pequeno muro, semelhante às divisórias que os apresentadores dos “robertos” armam diante de si e por cima das quais exibem as suas maravilhas.
Glauco – Estou vendo.
Sócrates – Imagina agora, ao longo desse muro, homens que transportam objectos de toda espécie, que o ultrapassam: estatuetas de homens e animais, de pedra, madeira e toda espécie de matéria; naturalmente, entre esses transportadores, uns falam e outros seguem em silêncio.
Glauco – Um quadro estranho e estranhos prisioneiros.
Sócrates – Assemelham-se a nós. E, para começar, achas que, numa tal condição, eles tenham alguma vez visto, de si mesmos e dos seus companheiros, mais do que as sombras projectadas pelo fogo na parede da caverna que lhes fica de fronte?

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O que é a filosofia?



A filosofia é diferente da ciência e da matemática. Ao contrário da ciência, não assenta em experimentações nem na observação, mas apenas no pensamento. E ao contrário da matemática não tem métodos formais de prova. A filosofia faz-se colocando questões, argumentando, ensaiando ideias e pensando em argumentos possíveis contra elas, e procurando saber como funcionam realmente os nossos conceitos.
A preocupação fundamental da filosofia é questionar e compreender ideias muito comuns que usamos todos os dias sem pensar nelas. Um historiador pode perguntar o que aconteceu em determinado momento do passado, mas um filósofo perguntará: “O que é o tempo?” Um matemático pode investigar as relações entre os números, mas um filósofo perguntará: “o que é um número?” Um físico perguntará o que constitui os átomos ou o que explica a gravidade, mas um filósofo irá perguntar como podemos saber que existe qualquer coisa fora das nossas mentes. Um psicólogo pode investigar como as crianças aprendem uma linguagem, mas um filósofo perguntará: “Que faz uma palavra significar qualquer coisa?” Qualquer pessoa pode perguntar se entrar num cinema sem pagar está errado, mas um filósofo perguntará: “O que torna uma acção boa ou má?”Não poderíamos viver sem tomar como garantidas as ideias de tempo, número, conhecimento, linguagem, bem e mal, a maior parte do tempo; mas em filosofia investigamos essas mesmas coisas. O objectivo é levar o conhecimento do mundo e de nós um pouco mais longe. É óbvio que não é fácil. Quanto mais básicas são as ideias que tentamos investigar, menos instrumentos temos para nos ajudar. Não há muitas coisas que possamos assumir como verdadeiras ou tomar como garantidas. Por isso, a filosofia é uma actividade de certa forma vertiginosa, e poucos dos seus resultados ficam por desafiar por muito tempo.

                                                                                 Thomas Nagel, Que quer dizer tudo isto?
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