Caravaggio
As teorias baseadas na subjetividade do gosto
1. Algumas explicações caracterizam-se por definir as noções de
"bom" (esteticamente) e de "valor estético" em termos dos
estados psicológicos dos sujeitos. [...] Daí que o valor estético não seja uma
qualidade percetível nos objetos, como a cor ou a dimensão, mas sim uma relação
que consiste no facto de alguém tomar uma atitude determinada a respeito deles.
A tarefa da avaliação da arte reduz-se inteiramente à manifestação dos nossos
gostos e preferências a respeito das obras de arte.
A forma mais simples
e mais divulgada deste ponto de vista é o subjectivismo pessoal, para
o qual "bom" é definido em termos de uma referência direta ou indireta
ao emissor. "X é esteticamente bom" ou "X tem valor
estético" significa "Eu gosto de X". Há no entanto tantas formas
de subjetivismo quantas as formas de classificar pessoas. Por exemplo, "X
é esteticamente bom" significa "Todos os indivíduos da espécie humana
gostam de X" ou "Os mais conceituados críticos de arte gostam de
X". Mas como o subjetivismo pessoal é o mais vulgarizado, limitar-nos-emos
a ele.
O subjetivismo tem
uma certa plausibilidade, dado que há efetivamente uma relação frequente,
embora não necessária [...], entre as qualidades que reconhecemos a um objeto e
e o facto de gostarmos dele e, a ser correto, teria algumas vantagens manifestas.
[...] Permitiria explicar um fenómeno embaraçoso para as teorias filosóficas do
valor que é a variabilidade, de época para época, do que é considerado esteticamente
bom. Se o subjetivismo tem razão, este fenómeno é facilmente explicável, uma
vez que é admitido que os gostos estão sujeitos a amplas variações.
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Carmo D'Orey, "O Gosto e a Beleza, in A Arte de Pensar
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