sábado, 6 de julho de 2013

O Crítico como Artista



Van Gogh


ERNEST A mais alta crítica é então mais criativa que a criação, e o fim principal do crítico é ver o objeto em si como na realidade não é; parece-me ser esta a tua teoria.

GILBERT Sim, é essa a minha teoria. Para o crítico, a obra de arte é apenas uma sugestão para uma nova obra de arte que será a sua, a qual não necessita ter nenhuma semelhança óbvia com o objeto que critica. A característica singular de uma forma bela é que podemos por nela o que quisermos, e ver nela o que decidirmos ver; e a beleza, que dá à criação o seu elemento estético universal, faz, por seu turno, do crítico um criador, e sussurra mil coisas diferentes que não estavam presentes no espírito de quem esculpiu a estátua ou pintou o painel ou gravou a jóia. (…)

Oscar Wilde, O Crítico Como Artista, in Intenções: Quatro ensaios sobre estética, tradução e posfácio de António M. Feijó.

1 comentário:

  1. Olá, gostei muito do que li aqui. Seus textos são muito bons. E bem fundamentados. Belo trabalho.
    Cristina Jacó
    http://www.cristinajaco.art.br

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