Seja qual for,
não há dúvida que se encontra muitas vezes acompanhada de outras
características; mas essas são acidentais – esta é essencial. Tem de haver uma
determinada propriedade sem a qual uma obra de arte não existe; na posse da
qual nenhuma obra é, no mínimo, destituída de valor. Que propriedade é essa?
Que propriedade é partilhada por todos os objetos que nos causam emoções
estéticas? Que característica é comum a Santa Sofia e aos vitrais de Chartres,
à escultura mexicana, a uma taça persa, aos tapetes chineses, aos frescos de
Giotto em Pádua, e às obras primas de Poussin, Piero de la Francesca e Cézanne?
Só uma resposta parece possível – forma significante. São, em cada um dos
casos, as linhas e cores combinadas de um modo particular, certas formas e
relações de formas, que suscitam as nossas emoções estéticas. A estas relações e combinações de linhas e cores, a
estas formas esteticamente tocantes, chamo «Forma Significante»; e a «Forma
Significante» é a tal propriedade comum a todas as obras de arte visual.
Clive
Bell, Arte, Edições Textografia, pág
23
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